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Por irregularidades, São Vicente e AD Guarujá não disputam Segundona

Devido a problemas na documentação dos estádios, times da Baixada Santista não possuem verba para mando de jogos e não atuam na quarta divisão do Paulista

Por Santos, SP

Mansueto Pierotti São Vicente (Foto: Lincoln Chaves)Mansueto Pierotti, estádio do São Vicente, precisa passar por reformas; situação financeira não cobre (Foto: Lincoln Chaves)

Um caso de aparente calamidade no esporte da Baixada Santista. Dois times da região vão "desfalcar" no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (equivalente à quarta divisão estadual). O São Vicente e o AD Guarujá não disputam a competição na temporada 2015. O principal motivo é a irregularidade apresentada nos estádios Antônio Fernandes (gerenciado pela Prefeitura de Guarujá, mas utilizado pelo time da cidade) e o Mansueto Pierotti (do clube vicentino).

O prazo para a entrega de documentos atualizados para a Federação Paulista de Futebol é até dia 11 de fevereiro. Essa data foi prorrogada. A diretoria de ambos os clubes conversou ainda em outubro de 2014 com a chamada "corte arbitral" da FPF para resolver a situação dos clubes, mas o alerta já tinha sido feito. Pela proximidade do prazo da entrega dos documentos regularizados, os clubes já dão como certa a ausência na Segundona do Campeonato Paulista.

É o caso do São Vicente, também conhecido como Calungão. O time já precisou interditar seu estádio durante um ano e meio a partir do fim de 2012. De acordo com Marcos Martiniano, administrador do clube, o corpo de bombeiros visitou o clube e indeferiu a regularização das atividades do Mansueto Pierotti para as competições até que a instituição fizesse as obras necessárias no local. Atualmente, o estádio precisa de ajustes na alvenaria da estrutura e a realocação de outra arquibancada, que se encontra desativada. 

Como torcedor, digo que é uma derrota pessoal. Mas talvez seja a hora da iniciativa privada e até a própria prefeitura da cidade passar a nos ajudar mais
Marcos Martiniano, administrador do São Vicente

Na prática, não existem assentos isolados para a torcida visitante. A disposição para as torcidas é na mesma arquibancada, separada por um cordão de isolamento feito pela polícia militar durante os jogos. O custo-benefício, conforme Martiniano, é considerado insatisfatório pelo departamento financeiro do clube. Em 2016, as arquibancadas tubulares no Brasil terão de ser substituídas por alvenaria, de acordo com as novas regras da ABNT.

- Como torcedor, digo que é uma derrota pessoal. Não colocar nosso time em campo é um desastre, fico extremamente triste. Como administrador, talvez seja a hora da iniciativa privada e até a própria prefeitura da cidade passar a nos ajudar mais. Mas ainda fico preocupado. Penso se essa licença não possa desanimar e levar o clube a parar em definitivo com suas atividades - lamenta Martiniano.

No ADG, o caso é mais complexo. O Estádio Municipal Antônio Fernandes, que abrigou a seleção da Bósnia durante a Copa 2014, é de administração da prefeitura de Guarujá. Para custear as obras do estádio, o Governo Federal repassou R$ 4 milhões à Prefeitura de Guarujá. A administração municipal ficou encarregada pela contratação e, por sua vez, pela distribuição da verba estimada. Com esse impasse, o ADG fica na dependência para que as pendências financeiras do estádio sejam resolvidas. De acordo com Marcos Bruno, diretor de futebol do clube, o estádio não possui quatro dos mais importantes laudos: o do corpo de bombeiros da engenharia, vigilância sanitária e, por fim, da policia militar, além da falta de para-raios, que é uma exigência da FPF.

- Digo que, junto com o Cláudio (Gomes Vieira, presidente do clube), estamos lutando para negociar outro mando de campo até o dia 11 de fevereiro. A situação é muito complicada, mas ainda precisamos ter esperanças. Infelizmente, temos muita dificuldade em encontrar apoio por parte da prefeitura - disse Marcos Bruno, diretor de futebol do ADG.

Posição oficial

Em nota, a Prefeitura de Guarujá recebeu o repasse de R$ 1 milhão do Ministério de Esportes. Disse, também, que a Secretaria de Finanças já está providenciando a contrapartida de cerca de R$ 80 mil, junto ao Sistema de Convênios (SICONV). Nesta quinta-feira, o sistema estava inoperante e não foi possível concluir os processos de pagamentos. Com esta liberação, o Ministério do Esporte totaliza a liberação de R$1.450.000,00, sendo que no mês de janeiro foi pago R$ 450 mil do convênio e mais a contrapartida proporcional de 8%. Não há previsão relativa ao restante dos valores conveniados, pois o município da liberação do Ministério do Esporte. Quanto aos laudos, a prefeitura reitera que todos estão em dia e que apenas é aguardada a instalação dos para-raios.

Antonio Fernandes Guarujá (Foto: Alexandre Lopes)Em reforma antes de ser usado pela Bósnia, Antonio Fernandes é de mando do campo do AD Guarujá (Foto: Alexandre Lopes)
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