Essa última quarta-feira (10) foi marcada pela filiação do ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro à legenda do Podemos. Em entrevista à CNN Brasil, a deputada Renata Abreu, presidente nacional da sigla, disse que Moro deixou seu nome à disposição. Vale lembrar que o ex-juiz da Operação Lava Jato disse que não queria saber de entrar para a política e que só ajudaria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na agenda anticorrupção. Depois, Moro rompeu com o governo Bolsonaro e disse que o presidente nunca lhe deu carta-branca para efetuar as mudanças que ele queria na agenda anticorrupção.

Desde então, os apoiadores do governo Bolsonaro o têm como uma espécie de “traidor”. Dizem ainda que Moro não tem jeito para político e que não terá muitos votos.

No outro lado do espectro político temos os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a ser preso por corrupção no caso do triplex em Guarujá, no litoral paulista. Eles dizem que Lula teria sido injustiçado e condenado politicamente.

Moro disse no seu discurso que logo os brasileiros iriam saber o motivo dele ter voltado para o Brasil, já que estava morando no exterior.

Segundo Renata Abreu, a vinda de Moro para o partido ocorreu após uma negociação longa comandada pelo senador Álvaro Dias (Podemos), que deseja trazer outros nomes da Lava Jato para a política.

Com esse ingresso do magistrado na sigla poderia se afirmar que há um uso político da operação que prendeu vários nomes da política e do empresariado brasileiro? Não se sabe ainda. Talvez seja muito cedo para se afirmar.

Segundo a presidente da legenda, Moro deixou seu nome à disposição do Podemos para encampar uma possível candidatura nas eleições em 2022.

Ao certo, terá eleitores, pois há uma grande parcela de brasileiros que não se identifica com nenhum dos dois lados da polarização.

Mais um nome da Lava Jato no Podemos

Para se poder fazer uma análise mais profunda se a Lava Jato vai ser usada como plataforma política, Renata Abreu disse que mais um nome está em negociação com o partido.

Trata-se do procurador Deltan Dallagnol, que ficou famoso graças ao slide que mostrava Lula como o líder de um esquema de corrupção envolvendo empresários, doleiros e outros.

O procurador pediu exoneração do Ministério Público Federal (MPF) e poderá fazer um ingresso a política, assim como Moro.