Reflexões sobre Reparação Histórica e Transformação Cultural no Brasil
De 25 a 29 de novembro, o Instituto Beja teve a honra de organizar encontros com Trevor Smith, um dos principais especialistas internacionais em reparações históricas e narrativas de justiça racial. Em sua primeira visita ao Brasil, Trevor apresentou uma nova abordagem ao introduzir o conceito de "world-making" — uma prática de reimaginar as estruturas sociais e econômicas com o objetivo de desmantelar o capitalismo racial e fortalecer alianças entre movimentos negros e indígenas.
Durante os encontros, refletimos sobre:
Solidariedade interseccional: desafios e oportunidades para alinhar movimentos negros e indígenas no contexto brasileiro.
Reparações no Brasil: a importância de garantir "não repetição" e transformar as bases do racismo estrutural, considerando as particularidades históricas e sociais de nosso país.
Narrativas multigeracionais: como integrar e normalizar a agenda de reparações em políticas públicas robustas e contínuas, essenciais para promover mudanças estruturais de longo prazo.
Durante a semana, Trevor destacou sua inspiração pelas complexidades do nosso contexto histórico e racial e o momento crucial que vivemos, com o racismo estrutural sendo amplamente discutido, mas ainda desafiado por barreiras práticas. Ressaltou a importância de alinhar narrativas globais de reparação às especificidades locais, unindo movimentos negros e indígenas em torno de uma agenda que vai além de compensações financeiras. Trevor também reconheceu a potência das conexões criadas durante sua visita e enfatizou a necessidade de espaços que promovam solidariedade e transformações estruturais, lembrando que afeto e narrativa caminham juntos na construção de realidades mais justas.
Com o apoio de parceiros como o Instituto Toriba e o BLIS Collective, e em colaboração com Ibirapitanga, Casa Sueli Carneiro, Observatório da Branquitude, ISER - Instituto de Estudos da Religião, Ação da Cidadania e Casa Fluminense, promovemos diálogos que expandem o papel da filantropia no fortalecimento da justiça racial e histórica.
Este foi um passo importante para conectar reflexões globais à realidade brasileira e reforçar o poder de narrativas transformadoras. Seguimos comprometidos em construir pontes e oxigenar a filantropia no Brasil.
Fotos: @erez.in
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