NGP Desenvolvimento Humano

Um dos temas mais frequentes levados por pessoas à terapia é como elas se sentem nas relações de trabalho. Isso não é de causar espanto já que o trabalho ocupa uma parcela importante da vida de muitas pessoas, mas é cada vez mais assustadora a forma como relações de trabalho de desrespeito estão sendo normalizadas ou camufladas por discursos pretensamente incentivadores. O assédio pode vir mascarado de discursos motivacionais do tipo “só depende de você” ou “trabalhe enquanto eles dormem”. Reuniões regadas a comidinhas e piadas de líderes "gente boa" podem disfarçar opressão e tentativa de silenciamento por trás do clima pretensamente descontraído e das risadas exageradas. Limites são violados da piada no cafezinho sobre o corpo do colega até questionamentos desnecessários sobre a vida pessoal de alguém por parte de uma liderança que tenta fazer um feedback teoricamente humanizado. Acolher não é invadir. Criar um ambiente de segurança psicológica não é infantilizar. Motivar não é mascarar sobrecarga. Enquanto empresas, nas pessoas de seus líderes e gestores, não se atentarem para essas dinâmicas relacionais que ganham corpo nos ambientes corporativos, esses espaços permanecerão como fábricas de produção de adoecimento e a principal motivação para muitas pessoas buscarem sair das empresas em que estão continuará a ser a mesma: relacionamento. Se a empresa sob sua gestão está verdadeiramente empenhada na promoção de um ambiente respeitoso e saudável, não ignore os sinais de alerta. Observe o comportamento por trás dos discursos ensaiados dos líderes e gestores que você promove, como as pessoas se sentem nas relações e não somente os números que produzem. NGP Desenvolvimento Humano #produtividade #estresse #motivação #segurançapsicológica #limitespessoais #saúdemental

"Você nunca será suficiente..." O que o discurso da Demi Moore pode nos contar sobre segurança psicológica e equidade de gênero O Globo de Ouro segue ressoando por aqui. e hoje é dia de comentar o discurso lindo da Demi Moore - vou deixar o link para vocês assistirem. Resumidamente ela, uma atriz de sucesso, conta como sua carreira e coração foram marcados pela fala de um produtor que, há 30 anos, afirmou que prêmios não eram para atrizes como ela. Ela acreditou nisso! E, por muito tempo, sentiu-se insuficiente. Essa história não fala apenas sobre as mulheres em Hollywood. Dialoga diretamente com o mundo do trabalho quando se é uma mulher. Sempre há alguém querendo nos dizer qual nosso teto. Verdade que hoje em dia ouvimos menos falas como essa, mas ainda temos muitos gestores com essa crença - e os efeitos dessa crença não dita seguem tão danosos quanto quando ela era falada abertamente. Esse é um dos motivos que entendo não ser possível falar de segurança psicológica sem falar de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento. Como iremos oferecer segurança em espaços historicamente moldados para excluir ou limitar grupos minorizados? A segurança psicológica só começará de verdade quando combatemos as estruturas que reforçam exclusões. Kimberlé Crenshaw, jurista norte americana, especializada em interseccionalidade, nos lembra que mulheres – especialmente negras, trans, periféricas – enfrentam camadas adicionais de desafios na vida. A falta de apoio, as barreiras nem tão invisíveis, e os julgamentos constantes, corroem não apenas a confiança, mas também a possibilidade de alcançar todo o seu potencial. Você, como liderança, se posiciona onde nessa corrida de obstáculos? O produtor de Demi esteve para "mantê-la no seu lugar". Já a diretora Coralie Fargeat que a convida a anos mais tarde para 'A Substância', filme pelo qual Demi foi premiada esse domingo, é quem oferece o convite para novos mundos quando diz: eles sempre te acharão insuficiente! E você, o que fará com isso? Com essa chave que Demi ganha liberdade! Consegue se arriscar em um tipo de filme inovador, retraça a rota sem o foco na expectativa inatingível do outro, e parece compreender que em uma sociedade como a nossa uma mulher sempre é insuficiente. Então cabe a ela rasgar o script que lhe deram e escrever ela mesma sua história. Mas sabemos o quanto essa caminhada é árdua, especialmente quando as camadas de opressão se sobrepõem e a insegurança real é a substância da existência. Por isso lideranças precisam estar comprometidas com que ninguém desista no meio do caminho por se sentir insuficiente ou por não se sentirem pertencentes, e para isso elas precisam se engajar com diversidade, equidade, inclusão e pertencimento. O que você tem feito no seu trabalho para promover que todas as mulheres se sintam encorajadas a ir mais longe? Fale com a NGP Desenvolvimento Humano e me leva para ter conversas como essa na sua empresa! 😉

Não tá fácil ser nem mãe e nem educadora neste país. Inclusive, se você é mãe de criança ou adolescente em idade escolar, eu aposto que você está contando os dias pelo fim das férias escolares. Criança de férias com mãe trabalhando em casa é um deja vu da pandemia. É aquela sensação familiar de caos e gritaria, em que a gente tenta fechar uma reunião de trabalho e fazer o almoço ao mesmo tempo. "Ah, escola... volta pelo amor de Deus!" Daí a escola volta e lá estão as famílias, com dedo em riste, falando: "Mas como assim você tirou a minha filha do 4o ano A? Todas as amigas delas estão no 4o ano A e ela não vai se adaptar ao 4o ano B." Gente, menos... As cobranças da maternidade e da educação, nos dias de hoje, são tão imensas e tão pesadas, que a gente já começa o ano cansada. "A escola só aceita criança desfraldada, hein?", "Não aprendeu a escrever ainda? O meu filho fez regra de três com 4 anos de idade!", "Nossa, mas a escola do seu filho ainda não proibiu o celular?", "Nossa, mas a escola do seu filho proibiu o celular? E agora?" Educação e feminino são coisas indissociáveis. Para falar de um, é preciso falar do outro. Uma pesquisa realizada por The Brookings Institution mostrou que, em algumas regiões do Brasil, 93% das pessoas que levam e buscam crianças na escola, que ajudam a fazer tarefa, que lavam e passam uniforme, são mulheres. São as mães, as babás, as tias e as avós as reais responsáveis pelo cuidado envolvendo aluno e escola. Do lado da escola, o cenário é bem parecido. Para se ter uma ideia, 80% dos cargos da Educação Básica são ocupados por mulheres. Se a gente separar por etapa de ensino, chegamos ao inacreditável número de 96% de mulheres ocupando cargos na Educação Infantil. Educação, gente, é carreira do cuidado. Quem desfralda, ensina as cores, as letras e os números para as crianças somos nós, as mulheres. Só que esse cuidado tem um custo altíssimo. Não à toa, mulheres estão adoecendo mais. Dia desses, o Cirurgião Geral dos Estados Unidos, Dr. Vivek Murthy, chegou a falar em burnout materno. E ele não está errado. Vamos aproveitar que janeiro é mês de resoluções de ano novo e botar uma nova meta pra todas nós? Que tal a família colaborar mais, entendendo que as professoras também são mães, também tem suas demandas pessoais, também querem o melhor pro aluno e também se interessam pela aprendizagem deles? Por outro lado, que tal ter a escola compreendendo mais, se movimentando para proativamente buscar alternativas para acomodar as necessidades de cada estudante? O discurso de "não tenho nada a ver com isso" não só não ajuda, como atrapalha bastante. Pra 2025, eu desejo que escolas e famílias entendam que ambas precisam umas das outras. Juntos, poderemos atingir o nosso maior objetivo, que é cuidar das crianças e dos adolescentes, humanizando a escola e as relações. Para palestras, quem me agencia é a NGP Desenvolvimento Humano.