Este sábado representa o início do recesso de fim de ano para muita gente. Mas uma pessoa, que acumula os cargos de rei da logística e campeão mundial da experiência do cliente, está dando os últimos retoques para seu grande dia! Estou falando de Papai Noel! Claro, é um mito que se difundiu pelo mundo, criado sem qualquer preocupação com a realidade. Mas e se ele realmente existisse, quais seriam seus desafios para cumprir a tarefa de entregar tantos presentes em um único dia? Vou tentar responder aqui 😉 Há cerca de 2,2 bilhões de crianças no mundo. Assumindo que cerca de 30% delas celebrem o Natal, isso dá 660 milhões de entregas. Considerando uma média de 2,5 crianças por residência, temos, algo como 260 milhões de casas para visitar. Como Papai Noel é esperto, faz suas entregas seguindo o pôr do sol de leste a oeste, tendo 31 horas de “noite de Natal”, graças aos fusos horários. Mesmo assim, são apenas 0,0004 segundo por casa! Papai Noel usa IA para otimizar a rota, mas ainda assim precisa percorrer 160 milhões de quilômetros! Com isso, seu trenó viaja a cerca de 1.430 km/s. Isso é 4.200 vezes a velocidade do som, mas ainda bem abaixo da velocidade da luz. Entretanto já é rápido o suficiente para ele se beneficiar da Teoria da Relatividade, que faz com que o tempo passe mais devagar para ele. Um grande problema são as forças e o calor descomunais que ele, o trenó e suas renas enfrentam. E a supervelocidade criaria ondas de choque que destruiriam janelas e acordariam todos! Para evitar tudo isso, seu trenó tem um campo de força. Fica ainda o desafio de carregar tantos presentes. Na verdade, o saco do Papei Noel não leva nada! Ele contém um portal dimensional que o liga à maior fábrica de presentes do mundo, onde uma equipe de duendes com PhD em logística lhe entrega sempre os itens certos para cada casa. E eu nem entrei no mérito de como ele decide se as crianças foram boas ou más ao longo do ano... Claro que tudo isso é uma brincadeira, mas serve para reforçar a magia em torno dessas datas! Mas eu bem que queria um trenó desse para vencer o trânsito de São Paulo... #PapaiNoel #Natal #física #logística #customerexperience #PauloSilvestre
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A cultura digital está totalmente integrada ao cotidiano de pessoas e empresas, mas isso não implica necessariamente em um uso produtivo desses recursos. Nosso trabalho surgiu com a missão de auxiliar companhias a tirar o máximo de suas operações online, além de formar profissionais críticos e antenados para enfrentar os desafios de um mercado incrivelmente dinâmico. As ferramentas usadas para isso são consultorias, palestras, workshops e cursos, desenvolvidos para necessidades específicas de cada cliente. Resultado: profissionais saudavelmente inquietos e prontos para transformar o dia a dia de suas empresas em algo mais eficiente. Também trabalhamos com marketing de influência, produzindo conteúdo para campanhas e atuando como embaixadores de marcas no LinkedIn.
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Às vezes, dizemos que “a vida imita a arte”. Mas agora a morte também parece querer fazer o mesmo, e com a ajuda da inteligência artificial. Mórbidas para alguns, reconfortantes para outros, já existem plataformas de IA que prometem “ressuscitar” entes queridos com essa tecnologia, para que os vivos interajam com avatares dos falecidos, que “pensam” e falam como os que se foram de maneira cada vez mais convincente. A ideia já havia sido explorada em 2013 no episódio “Volto Já”, o primeiro da segunda temporada da série “Black Mirror” (Netflix). Na história, a protagonista Martha decide recriar digitalmente Ash, seu esposo que havia falecido recentemente em um acidente. A partir de registros digitais e redes sociais, a plataforma aprende suas ideias e maneira de falar. No começo, as interações são apenas por texto, mas Martha paga por uma atualização para conversar com ele por telefone, com uma voz que imita a de Ash. Até que decide fazer uma nova atualização, e recebe um robô que é exatamente igual ao marido morto. No Brasil, ainda não há empresas oferecendo esse tipo de serviço, mas no exterior há pelo menos três delas: HereAfter AI, StoryFile e You, Only Virtual. Todas funcionam essencialmente da mesma forma. A pessoa, ainda viva, participa de longas entrevistas, em estúdio ou pelo computador. Essas conversas tentam captar a “essência” do indivíduo, sua voz e sua imagem, para depois sintetizar repostas em um avatar que o simule. Muitas pessoas fazem isso para auxiliar no processo de luto de quem fica, outras fazem para perpetuar suas ideais, há aqueles que criam seus avatares para que seus netos saibam como eles eram. Os resultados ainda que longe de serem perfeitos, podem impressionar. No site da StoryFile, é possível ver um exemplo ao conversar com o avatar do ator canadense William Shatner, o eterno capitão Kirk (foto), que ainda vive, com 93 anos. Mas especialistas alertam que isso pode, na verdade, atrapalhar o luto. Para eles, esse processo precisa ser encarado de maneira saudável, o que também implica em aceitar que a pessoa morreu e “deixá-la ir”. Os avatares podem impedir que isso aconteça, como se o falecido ainda estivesse ali. O referido episódio de “Black Mirror” é bastante didático ao explicar os potenciais problemas decorrentes de plataformas como essas. Recomendo fortemente que você o assista: na minha opinião, é um dos melhores da série. E você, o que acha desse tipo de serviço? Você o usaria para criar seu próprio avatar? Gostaria de continuar conversando com o a versão digital de alguém que já morreu? Ou talvez seja interessante como preservação histórica de memórias? #inteligênciaartificial #avatar #luto #morte #lembranças #PauloSilvestre
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“É uma cilada, Bino!” Convido você a fazer dois testes. No primeiro, vá a uma farmácia Droga Raia ou Drogasil e solicite qualquer medicamento no balcão. Invariavelmente o balconista pedirá seu CPF. Se você perguntar por que, ele dirá que é para lhe dar desconto. Você pode não fornecer, mas não terá o desconto. No outro teste, abra o aplicativo da rede. Se já tiver feito compras nele ou em lojas, o sistema lhe sugerirá produtos com base na sua “categoria de interesse”, o que indica que sabe o que você comprou e usa isso para iniciativas de marketing. Agora o Procon-MG multou a RaiaDrogasil S/A em R$ 8.497.500 por exigir o CPF dos consumidores. Para o órgão, isso captura hábitos de consumo de remédios, sem que o cliente saiba, o que representa uma “grave ameaça à privacidade”. No ano passado, uma reportagem do UOL explicou como a rede guarda todas as compras e faz inferências sobre seus clientes há pelo menos 15 anos. Mostrou ainda que esses dados são usados para campanhas de marketing próprias e de terceiros. A rede afirma que suas ações seguem a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Não é verdade! A legislação determina que dados sejam coletados apenas com autorização do cliente, e isso de fato é feito na fatídica pergunta. Mas também determina que o cliente seja informado explicitamente sobre o que será feito com essa informação e se ela será compartilhada. Não valem letras miúdas! E nunca a RaiaDrogasil disse que minhas compras seriam usadas em perfil de consumo, inferências sobre minha saúde ou campanhas de marketing. Ainda que essa informação seja anonimizada, não pode! Sempre me questiono como simplesmente informar o CPF pode dar descontos de até 75% em remédios. Na verdade, a reportagem do UOL demonstrou que o preço “com desconto” seria o preço normal da medicação. O valor “sem desconto” é algo majorado para forçar o consumidor a dar seu CPF. A empresa agora vai recorrer ao Poder Judiciário contra a multa. Enquanto isso, continuará com suas práticas. E as pessoas continuarão alimentando sua enorme base para ter “descontos”. O que você acha dessa prática? #privacidade #saúde #remédio #dados #marketing #multa #PauloSilvestre
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Em nossa vida profissional, devemos aproveitar as oportunidades sem nunca perder a ética ou nossa essência. Criei minha conta o LinkedIn em março de 2004, pouco antes do meu aniversário. Foi uma das primeiras no Brasil. Na época, era basicamente uma rede de currículos, com interações mínimas. Mas não reclamo: dois dos meus melhores empregos vieram daquela fase da plataforma. Mas tudo mudou em julho de 2015, quando o LinkedIn permitiu que os usuários publicassem conteúdo, no começo, apenas artigos. Como sou um publicador compulsivo, comecei a replicar nele artigos semanais que já escrevia para meu blog, “O Macaco Elétrico”. Sempre interagi genuinamente com as pessoas na rede, com um propósito construtivo. Então em dezembro de 2016, quando saiu a primeira lista de Top Voices, eu estava nela com outras 14 pessoas. E para alguém que tem parte de seus ganhos vindos de palestras, consultorias, cursos e mentorias, aquela exposição foi muito positiva. Os seguidores não paravam de crescer. Quando me dei conta, tinha me tornado um influenciador digital. Mas apesar disso, meu trabalho principal não era aquele: continuei sendo jornalista, consultor e professor. Nunca deixei que aquela fama me subisse à cabeça, poisa sabia que, como tudo nas redes sociais, ela podia ser efêmera e dependia do humor dos algoritmos. Nesses anos, conversei literalmente com milhares de pessoas e fiz muitos negócios graças à rede. Mas, como disse antes, não perdi a minha essência. Sempre olhei com atenção o fenômeno dos influenciadores. Essa profissão, surgida nas redes sociais, é legítima e, como qualquer outra, pode ser bem ou mal feita. E me preocupo ao ver que muitas dessas pessoas fazem isso de maneira displicente e até antiética. Isso é gravíssimo, pois elas têm o poder de convencer multidões! Tanto que uma pesquisa recente da Unesco identificou que 36,9% dos influenciadores não checam as informações que publicam, e 41,7% deles consideram curtidas e visualizações como o principal critério de credibilidade de suas fontes. Sou influenciador e sou jornalista. Publico diariamente nas redes, mas encaro com muita seriedade mesmo o mais singelo post. Sei que isso diminui a minha visibilidade diante das publicações apelativas que inundam essas plataformas. É uma escolha: não posso desrespeitar meu público nem a mim mesmo. E garanto que isso é muito bom! 😊 Para conhecer outras conclusões dessa pesquisa da Unesco e como influenciadores e jornalistas deveriam aprender uns com os outros, recomendo a leitura desse meu artigo. E você, o que acha da postura dos influenciadores nas redes? #LinkedIn #influenciador #jornalista #ética #trabalho #redessociais #PauloSilvestre https://lnkd.in/grP9kkMA
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Você acredita na imprensa? Apoia o bom jornalismo? Receio que essas perguntas despertem negativas com ira em muitas pessoas. Mas peço licença para tentar reverter essa percepção e explicar por que todos deveriam endossá-los. No começo da carreira, aprendi que uma imprensa forte, livre e profissional é condição para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Infelizmente a recíproca é válida: um país com um jornalismo fragilizado tende a ter uma população submissa e limitada. Ao longo de três décadas profissionais, comprovo como isso se mantém verdadeiro. No começo, quando visitava um lugar novo, comprava seus jornais e os dissecava, como uma criança descobrindo um brinquedo. Se possível, visitava as Redações, para ver como trabalhavam. Com a ascensão do digital, isso ficou mais fácil e as análises mais amplas. E hoje percebo que a imprensa ser forte, livre e profissional não é mais suficiente: se ela não for prestigiada, todo esse esforço se perde e a sociedade sucumbe. Os EUA são um exemplo disso. Apesar de possuírem alguns dos melhores veículos jornalísticos, sua população padece de um declínio exponencial há uma década, quando seu jornalismo começou a sofrer um implacável processo de deslegitimação. No Brasil, apesar de esse processo ter se acentuado a partir de 2018, ele é visto desde 2002. Disso constata-se o crescimento de uma população facilmente manipulável, em que 47% das pessoas não consomem notícias. No extremo oposto, temos a Finlândia, o país mais feliz do globo há sete anos. Seu jornalismo é um dos melhores do mundo, e o país sempre se destaca na liberdade de imprensa. Além de possuir independência, os veículos finlandeses gozam de grande apoio e credibilidade junto a uma população altamente educada. A origem do jornalismo profissional, no século XIX, está ligado ao apoio da população a um jornal local ou a veículos que defendiam causas importantes. Foi o caso do Estadão, lançado em 1875 como Província de S.Paulo (imagem) para defender ideais republicanos e a abolição da escravatura em pleno império. O jornalismo nunca se pretendeu infalível, até pela sua natureza humana. Mas uma imprensa, ainda que imperfeita, continua sendo essencial. A quebra do vínculo entre ela e seu público coloca em risco um dos pilares da democracia: pessoas capazes de tomar decisões conscientes. Precisa, portanto, ser reconstruído! Os veículos precisam equilibrar tradição e inovação, mantendo o compromisso com a verdade, enquanto exploram novas formas de conexão e financiamento, adaptando-se às dinâmicas digitais. E nisso podem aprender algo com os influenciadores. Assim como no século XIX, o jornalismo pode e deve ser novamente um farol de orientação em meio ao caos informacional, ajudando a sociedade a navegar em um mundo cada vez mais complexo. #imprensa #jornalismo #sociedade #confiança #democracia #influenciador #PauloSilvestre
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Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Você confia no que seus influenciadores preferidos publicam? Que as redes sociais são o grande vetor da desinformação, não é novidade. Mas em tempos em que o Supremo Tribunal Federal discute se essas plataformas têm responsabilidade sobre conteúdos nocivos em suas páginas, precisamos entender as motivações que levam alguém a fazer isso. Nesse cenário, os influenciadores digitais desempenham um papel central, pelo seu poder de persuasão de grandes plateias. Existem aqueles que conscientemente propagam informações falsas, e esses devem ser combatidos. Mas o estudo “Por Trás das Telas”, publicado no dia 26 de novembro pela Unesco mostra que muitos fazem isso sem intenção, por amadorismo ou descuido. Realizada com 500 influenciadores de 45 países, incluindo o Brasil, a pesquisa indica que apenas 36,9% dos influenciadores verificam a correção das informações que publicam. Além disso, 41,7% deles consideram curtidas e visualizações como o principal critério de credibilidade de suas fontes. Esses dois números deixam claro que eles podem ser facilmente manipulados pelos criadores de desinformação, agravando o problema. A boa notícia é que 73% demonstraram interesse em serem treinados para melhorarem em sua atividade. Apesar dos ataques daqueles que se beneficiam da desinformação, a imprensa ainda goza de boa credibilidade com a maior parte da população. Mas há anos ela não está mais sozinha no processo informativo, dividindo esse espaço com os influenciadores. Seria ótimo que esses dois grupos trabalhassem juntos, mas parecem viver em mundos distintos. É uma pena, pois o público se informa por ambos, cada um com suas vantagens e desvantagens. Como saber em quem confiar ao consumir conteúdo nas redes? E como os influenciadores podem melhorar o seu trabalho? Falo sobre isso nesse meu vídeo. #influenciador #jornalista #desinformação #profissional #ética #redessociais #PauloSilvestre
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Se você tiver mais de 40 anos ou simplesmente gosta de RPG, talvez faça parte do grupo de pessoas que se ressentem pela ausência do episódio final da série animada “Dungeons & Dragons”, chamada no Brasil de “Caverna do Dragão”, muito popular na década de 1980. Mas esse vazio pode ser preenchido agora... ou quase! Nessa sexta, a Hasbro, dona da marca e que fabrica brinquedos alusivos à série, e a Ogilvy Brasil lançaram o episódio que pode ser visto abaixo, com uma proposta de desfecho. O projeto foi encabeçado por Alexandre Ottoni e Deive Pazos, fundadores do site Jovem Nerd, e produzido pelos estúdios brasileiros Nonsense Creations e Os Bonequinhos, com roteiro de Pazos e do escritor Fabio Yabu. Eles se basearam em diversas teorias dos fãs de quatro décadas sobre o que teria acontecido com os protagonistas da série e por que nunca conseguiam voltar para casa. Ao contrário da série, produzida com traços típicos da época, esse episódio foi gravado com a técnica de stp motion, usando brinquedos da Hasbro. E um requinte para os fãs: as vozes são dos dubladores brasileiros originais. Para quem não está entendendo nada, “Caverna do Dragão” foi uma série animada com três temporadas que fez um enorme sucesso na época. Ela foi lançada em 1983 nos EUA e em 1985 no Brasil. Criada a partir do RPG “Dungeons & Dragons”, conta em 27 episódios as aventuras de seis adolescentes que são transportados para um reino mágico. Enquanto tentam encontrar seu caminho para casa, auxiliados pelo enigmático Mestre dos Magos, precisam lutar com diversas criaturas, especialmente com o vilão Vingador. A série foi escrita por Michael Reaves e coproduzida pela Marvel Productions, TSR e Toei Animation. Para desespero dos fãs, o 28º e último episódio nunca foi produzido, pois a série foi abruptamente cancelada antes dele. Isso gerou todo tipo de especulação sobre o destino dos personagens, e algumas histórias não-oficiais foram feitas. O roteiro de Reaves chegou a ser escrito, mas não foi produzido. Em 2020, uma animação feita por fãs a partir desse roteiro contou o que teria lhes acontecido, mesclando animações novas e existentes. O link para essa versão pode ser encontrado nos comentários. E você, curtia “Caverna do Dragão” quando era mais novo? Ou só conheceu esse universo com “O Senhor dos Anéis”? #CavernaDoDragão #DungeonsAndDragons #RPG #animação #SenhoDosAnéis #PauloSilvestre
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A arte insiste em teimosamente romper limites que a política e a guerra impõem! No jornalismo, dizemos que, em uma guerra, a primeira vítima é a verdade. Governos de qualquer país em conflito partem para cima da imprensa! É preciso controlar dentro de casa a narrativa: os cidadãos não podem saber o ponto de vista do inimigo, e devem sempre achar que estão vencendo os combates. Fiquei pensando nisso depois de ter sido encantado pela apresentação da Orquestra de Jazz do Moscou (nas fotos), na noite dessa quarta. Regida pelo saxofonista russo Igor Butman (foto 1), com a participação da cantora australiana Fantine (foto 2), o concerto encerrou a temporada 2024 do festival Russian Seasons no Brasil, que desde junho trouxe dezenas de apresentações e aulas de música, balé e outras expressões artísticas russas para São Paulo e Rio. Há dois anos, a Rússia invadiu a Ucrânia por interesses indefensáveis, e esse “bloqueio da verdade” aconteceu: quem está dentro não sabe o que acontece fora, e vice-versa. Como a imprensa brasileira não tem correspondentes em solo russo, somos informados pelo noticiário ocidental. Isso pode gerar uma ideia muito equivocada de que os russos são belicosos, imperialistas e insensíveis. A Orquestra de Jazz do Moscou, com seu grupo de virtuosos, demonstrou o contrário, com um repertório internacional de alto nível, incluindo músicas americanas e brasileiras. Oleg Akkuratov (foto 3) deu um show à parte: além do extenso domínio do piano, também é poliglota e canta em vários idiomas, inclusive português. Surpreendeu a plateia com “Desafinado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça. E ainda fez piada improvisando em uma música ao dizer “eu falo e canto em português sem o Google Tradutor”. Há algumas semanas, perguntei a um amigo, que voltava de uma viagem de negócios à Rússia, como está a vida da população lá. Disse que ela segue quase normal: as pessoas continuam trabalhando, estudando, se divertindo. A maior diferença é a ausência das grandes marcas internacionais e seus produtos. A guerra realmente é a pior coisa que o homem inventou, e não dá nenhum sinal de que deixará de existir. Mas felizmente temos a arte para reunir os povos com algumas das melhores coisas que fazemos. Agradeço ao amigo Ederaldo Kosa, da Linhas Comunicação, pelo convite para essa noite incrível de música, cultura e esperança. #OrquestraDeJazzDeMocou #IgorButman #jazz #música #Rússia #PauloSilvestre
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O Brasil avançou na sua regulamentação da inteligência artificial. Como isso afeta cada um de nós? O Senado aprovou na terça o PL 2338/2023, chamado de Marco da IA no Brasil. De autoria do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG, na foto), ele propõe regras para o uso e o desenvolvimento de sistemas de IA no país. O projeto agora vai para votação na Câmara dos Deputados. As regras se aplicam a IAs públicas e privadas de uso comercial e de larga escala. Isso engloba as plataformas das big techs, como ChatGPT, Gemini e Copilot. Quem infringir a lei, poderá ser multado em até R$ 50 milhões e perder o direito de operar no país. Ficam de fora usos pessoais e não-comerciais e alguns setores governamentais, como defesa nacional. De maneira semelhante à lei europeia, um dos principais pontos do Marco da IA é a classificação de risco das plataformas com IA. Ele proíbe sistemas de Risco Excessivo, que possam “comprometer a segurança, direitos fundamentais ou a integridade física e moral das pessoas de forma significativa e irreparável”. Os de Risco Alto, que podem ter impacto nos direitos fundamentais dos indivíduos, como sistemas de seleção de candidatos e biometria, devem ser submetidos a uma maior supervisão e uma regulamentação rigorosa antes de serem liberadas. Já os de Risco Geral ou Baixo, como IAs de tradução, correção ortográfica ou de filtro de mensagens, podem ser desenvolvidos com menos burocracia. O projeto trata do uso de conteúdos protegidos por direitos autorais no treinamento de sistemas de IA, exigindo transparência sobre as obras utilizadas e permitindo que os autores proíbam seu uso ou negociem compensações financeiras, considerando fatores como poder econômico da empresa e frequência de uso. As negociações podem ser individuais ou coletivas, enquanto o uso para pesquisa, jornalismo, museus, bibliotecas e educação é permitido, desde que não tenha fins comerciais nem concorra com a obra original. O projeto passou por várias revisões ao longo do último ano, para suavizar seu impacto nas operações das gigantes de tecnologia, que fizeram pesado lobby contra ele, como fizeram conta o “PL das Fake News”. Assim as classificações de risco ficaram mais brandas, diminuindo a restrição de produtos que podem ser desenvolvidos e testados no país. Especialistas acreditam que a lei favorece as big techs. Já as empresas querem mais liberdade, especialmente para um uso maior de dados para treinamento de IA, alegando que o formato atual inviabiliza o desenvolvimento da IA no Brasil. Uma regulação que proteja o cidadão sem impedir o avanço tecnológico é essencial para uma tecnologia que transformará profundamente nossas vidas daqui para frente. Não podemos repetir com a IA o erro que cometemos com as redes sociais, que cresceram sem regras, e hoje têm um enorme poder de manipulação social. E você, como acha que a IA deve ser regulamentada? Ou acha que não deve haver nada? #inteligênciaartificial #Senado #regra #Brasil #PauloSilvestre
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Por que as “bets” dependem dos smartphones e das redes sociais? Nos últimos meses, o Brasil finalmente despertou para o problema das casas de apostas online, com pessoas de todas as faixas sociais e idades perdendo fortunas e se endividando com elas. Em 2023, elas movimentaram R$ 120 bilhões no Brasil, cerca de1% do PIB. Nos oito primeiros meses desse ano, foram R$ 160 bilhões. E o mercado brasileiro é proporcionalmente maior que o americano, onde as apostas representam 0,4% do PIB. Por aqui, o lucro dessas empresas foi de 13% das apostas, contra 7% nos EUA. Os smartphones são essenciais para seu sucesso, pois permitem realizar as apostas a qualquer hora e em qualquer lugar, com meios de pagamento digitais, como Pix. É muito mais fácil que ir a uma lotérica ou mesmo o folclórico Jogo do Bicho. As redes sociais também são fundamentais para a jogatina. Além de campanhas direcionadas para cada público, essas empresas fazem uso intenso de influenciadores digitais, que seduzem, muitas vezes de forma enganosa, seus seguidores, com promessas de grandes ganhos. Talvez o mais grave seja que as “bets” impactam segmentos mais vulneráveis da população, como idosos, jovens e até crianças. Além disso, na esperança de “mudar de vida”, os mais pobres, incluindo quem recebe auxílios governamentais (como o Bolsa Família), perdem até o dinheiro da comida nas apostas. Os mais jovens são grandes vítimas, pela semelhança com videogames e busca de pertencimento social. Há casos de influenciadores mirins promovendo apostas para crianças! Mas a principal causa da forte adesão dos mais jovens é a sua imaturidade cognitiva, que dificulta que avaliem riscos e controlem impulsos, causando comportamentos compulsivos e vício precoce. O governo endureceu contra as “bets”, mas muitas delas ainda funcionam, sem qualquer restrição a sua divulgação, inclusive nas redes sociais. Ou seja, os mais jovens continuam sendo vítimas preferenciais desse segmento. Esse é só um exemplo de problemas que as redes sociais podem provocar neles, pela sua imaturidade e por falta de orientação e acompanhamento. E a sociedade tem sido incapaz de resolver a situação. No dia 28, o Parlamento da Austrália (foto) resolveu “cortar o mal pela raiz”, e aprovou uma polêmica lei que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, em uma tentativa de protegê-los desse e de outros perigos que trafegam em suas páginas. Para entender melhor a proposta australiana, convido você a ler esse meu artigo. Depois sugira nos comentários como enfrentar influências ruins que os mais jovens podem receber das plataformas digitais, e se uma proibição pode ajudar. #redessociais #Austrália #proibição #adolescente #bets #extremismo #PauloSilvestre https://lnkd.in/gMeKBbhg
Austrália põe fogo no debate ao proibir redes sociais para menores de 16 anos
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