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Document 52008IP0174
Commission Annual Policy Strategy 2009 European Parliament resolution of 24 April 2008 on the Commission's Annual Policy Strategy for 2009
Estratégia Política Anual da Comissão para 2009 Resolução do Parlamento Europeu, de 24 de Abril de 2008 , sobre a Estratégia Política Anual da Comissão para 2009
Estratégia Política Anual da Comissão para 2009 Resolução do Parlamento Europeu, de 24 de Abril de 2008 , sobre a Estratégia Política Anual da Comissão para 2009
JO C 259E de 29.10.2009, p. 56–61
(BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)
29.10.2009 |
PT |
Jornal Oficial da União Europeia |
CE 259/56 |
Estratégia Política Anual da Comissão para 2009
P6_TA(2008)0174
Resolução do Parlamento Europeu, de 24 de Abril de 2008, sobre a Estratégia Política Anual da Comissão para 2009
(2009/C 259 E/09)
O Parlamento Europeu,
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Tendo em conta a comunicação da Comissão sobre a Estratégia Política Anual para 2009 (COM(2008)0072), |
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Tendo em conta a comunicação da Comissão sobre o seu programa legislativo e de trabalho para 2008 (COM(2007)0640), |
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Tendo em conta o n.o 4 do artigo 103.o do seu Regimento, |
A. |
Considerando que o diálogo estruturado do Parlamento com a Comissão constitui um passo interinstitucional importante, quer para a execução do programa legislativo e de trabalho da Comissão para 2008, quer para a elaboração e formulação do programa legislativo e de trabalho para 2009; |
B. |
Considerando que, por conseguinte, é fundamental que o diálogo estruturado seja realizado em tempo útil, a fim de permitir que a tónica seja colocada na definição dos principais objectivos estratégicos da União Europeia para 2009; |
Crescimento e emprego
1. Sublinha uma vez mais a importância de aplicar de forma rigorosa a Estratégia de Lisboa, frisando a interdependência dos progressos económicos, sociais e ambientais para a criação de uma economia sustentável dinâmica e inovadora;
2. Congratula-se com o apoio, há tanto aguardado, às pequenas e médias empresas (PME), que irá basear-se na futura regulamentação europeia relativa às pequenas empresas; considera que essa regulamentação constitui uma estratégia muito importante de apoio às PME; observa que são igualmente necessários legislação e um quadro financeiro para apoiar as PME da forma mais adequada; contudo, adverte contra uma utilização indevida desses instrumentos com o objectivo de fechar os mercados nacionais e, assim, reduzir a competitividade europeia e as opções dos consumidores; exorta mais uma vez a Comissão a apresentar uma proposta legislativa sobre o Estatuto da Empresa Privada Europeia;
3. Regozija-se com o controlo mais sistemático e integrado dos principais mercados de bens e serviços, a fim de identificar eventuais problemas; nota que isso pode incluir a realização de inquéritos sobre o sector da concorrência, não devendo contudo ser aplicado em detrimento das PME ou da variedade de produtos no mercado interno; regista a intenção da Comissão de harmonizar a legislação sectorial no domínio do mercado interno dos bens com o Novo Quadro Legislativo, mas exorta de novo a Comissão a acompanhar a execução e o respeito da legislação sectorial pelos Estados-Membros, e chama a atenção para a necessidade de se efectuar uma revisão global, conjuntamente com uma revisão da Directiva 2001/95/CE (1) relativa à segurança geral dos produtos; insta a que se continue a prestar atenção à transposição das principais directivas relativas ao mercado interno, em especial a Directiva 2006/123/CE (2) relativa aos serviços no mercado interno, e ao reforço do desenvolvimento dos instrumentos do mercado interno;
4. Acolhe favoravelmente o seguimento da análise do mercado único de 2007 e a iniciativa de estabelecimento de parcerias partilhadas entre a Comissão e os Estados-Membros, com vista a aplicar e a fazer respeitar a legislação do mercado interno; realça as propostas de alteração de várias directivas do tipo «nova abordagem», a fim de modernizar o mercado interno de mercadorias; convida a Comissão a tomar outras medidas para melhorar a cooperação com os Estados-Membros nesse domínio; lamenta, contudo, a inexistência de uma harmonização concreta das propostas legislativas no domínio do mercado interno; realça a importância do reconhecimento mútuo aliado a uma harmonização orientada no domínio do mercado interno, com vista à realização do mercado interno dos bens e serviços;
5. Considera que a consecução dos objectivos ambiciosos da Estratégia de Lisboa requer uma nova abordagem do desenvolvimento e da promoção da investigação; solicita uma primeira avaliação da execução do Sétimo Programa-Quadro de Investigação (7.o PQ), antes da avaliação intercalar, e a avaliação das actividades desenvolvidas até à data pelo Conselho Europeu de Investigação;
6. Chama a atenção para a importância fundamental da protecção da estabilidade dos mercados financeiros e de dar certezas aos consumidores à luz da actual crise financeira; observa que a actual crise vem mostrar a necessidade de a União Europeia desenvolver medidas de supervisão, a fim de reforçar a transparência dos investidores, definir melhores normas de avaliação, melhorar a supervisão prudencial e avaliar o papel das agências de avaliação; solicita à Comissão que colabore, em plena parceria, com o Parlamento no desenvolvimento do roteiro acordado pelo Conselho Ecofin em Dezembro último, a fim de melhorar o processo Lamfalussy, a legislação sobre serviços financeiros e a sua transposição e aplicação; considera que a anunciada revisão orientada da Directiva 2006/48/CE (3), relativa ao acesso à actividade das instituições de crédito e ao seu exercício, e da Directiva 2006/49/CE (4), relativa à adequação dos fundos próprios das empresas de investimento e das instituições de crédito, deve melhorar o quadro prudencial e a gestão de risco das instituições financeiras, para aumentar a confiança entre os operadores de mercado; reafirma a importância decisiva de uma representação melhor e única da UE nas instituições financeiras internacionais e lamenta a falta de uma proposta nesse sentido;
7. Regozija-se igualmente com a determinação da Comissão em avançar com os trabalhos sobre os serviços financeiros de retalho, uma vez que a integração neste domínio não alcançou ainda o seu potencial máximo e que importa melhorar a concorrência em alguns domínios, a fim de alcançar benefícios concretos para os consumidores; convida a Comissão a acompanhar firmemente a aplicação da Directiva 2008/48/CE, relativa a contratos de crédito aos consumidores;
8. Destaca os esforços envidados pela Comissão para alcançar os objectivos estabelecidos na Estratégia de Lisboa em matéria de emprego; incentiva a Comissão a prosseguir o desenvolvimento de uma abordagem comum relativamente à flexigurança, que deverá promover, por um lado, uma maior flexibilidade do mercado de trabalho e, por outro, a segurança dos trabalhadores, a par de uma aplicação equilibrada dos quatro pilares da flexigurança, que podem ser necessários para alcançar resultados económicos mais favoráveis;
9. Realça que o Parlamento irá avaliar as consequências dos recentes acórdãos do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias nos processos C-438/05 (5), C-341/05 (6) e C-346/06 (7), começando por lançar um debate em sessão plenária seguido da apresentação do relatório do Parlamento sobre os desafios da negociação colectiva;
10. Lamenta a pouca importância atribuída pela Comissão à cultura e à educação na sua Estratégia Política Anual para 2009; insta a Comissão a consolidar o Espaço Educativo Europeu, nomeadamente melhorando a qualidade, a eficácia e a acessibilidade dos sistemas de ensino e formação da UE; sublinha que deve ser concedida especial atenção à aprendizagem ao longo da vida, mediante o desenvolvimento da mobilidade dos estudantes, das competências linguísticas e da formação de adultos; destaca a importância da diversidade cultural, nomeadamente no domínio dos conteúdos digitais;
11. Congratula-se com o anúncio feito pela Comissão de uma próxima comunicação sobre o diálogo entre universidades e empresas, a fim de garantir que as universidades europeias estejam em condições de competir com as melhores universidades no mundo; apoia a iniciativa da Comissão de um Livro Verde sobre a indústria cultural e criativa e sublinha a necessidade de reforçar o desenvolvimento de acções comunitárias nesse sector, que contribui de forma significativa para a criação de postos de trabalho e para o crescimento; frisa que a acção comunitária deverá igualmente visar o reforço da identidade e da diversidade cultural;
12. Sublinha que a os direitos dos passageiros devem ocupar uma posição mais central, nomeadamente no que se refere à protecção dos passageiros nas viagens de longa distância em autocarro e camioneta, bem como dos passageiros ferroviários e marítimos; salienta a importância do desenvolvimento bem sucedido de sistemas de gestão do tráfego e insta a Comissão a continuar a desenvolver o Programa de Gestão e Investigação do Tráfego Aéreo no Céu Único Europeu (SESAR) e o Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário (ERTMS);
Alterações climáticas e Europa sustentável
13. Apoia firmemente a Comissão no prosseguimento do desenvolvimento de uma política energética para a Europa, com vista à sua independência em termos energéticos e ao reforço da solidariedade entre os Estados-Membros; compromete-se a cooperar estreitamente com o Conselho e com a Comissão no sentido de alcançar um acordo eficaz e exequível sobre o pacote energético e as alterações climáticas no período mais curto possível; convida a Comissão a apresentar, tão rapidamente quanto possível, a melhor e mais objectiva análise das eventuais implicações económicas e sociais resultantes do aumento dos preços da energia, tendo por objectivo orientar da melhor forma possível o processo de tomada de decisões legislativas pelo Parlamento e pelo Conselho; constata igualmente que a União Europeia tem que continuar a demonstrar que o crescimento económico e o desenvolvimento podem ser articulados com uma economia com baixas emissões de carbono; para além disso, recorda a necessidade de assegurar que os objectivos relativos ao ambiente e às alterações climáticas sejam incluídos em todas as políticas e programas financeiros da UE;
14. Está consciente de que o êxito desta estratégia depende essencialmente da capacidade da União Europeia para convencer os parceiros mundiais e, em especial, os principais intervenientes, a convergirem para essa estratégia; salienta, por conseguinte, que a UE deve falar a uma só voz e dar provas de solidariedade neste domínio; toma nota do recente documento do Alto Representante e da Comissão ao Conselho Europeu, intitulado «Alterações climáticas e segurança internacional» (8), e acentua a necessidade de uma abordagem conjunta das questões relacionadas com a energia, as alterações climáticas e os assuntos externos; lamenta a falta de uma estratégia anual de longo prazo para uma política externa europeia em matéria de energia;
15. Congratula-se com o facto de a Comissão tencionar reduzir as emissões derivadas do transporte de mercadorias e convida-a a apresentar uma proposta legislativa sobre a inclusão dos transportes marítimos e por vias navegáveis interiores no regime de comércio de emissões; neste contexto, acolhe também favoravelmente o desenvolvimento de uma nova política marítima, e a intenção de apresentar uma proposta relativa à reforma da organização comum do mercado (OCM) dos produtos da pesca e da aquicultura, mas insta a Comissão a esclarecer de que modo tenciona redistribuir 6 milhões de euros no âmbito da política da pesca; insta a Comissão a acrescentar às acções chave previstas para 2009 no âmbito da «Europa sustentável» um novo capítulo sobre a reforma da OCM no sector dos produtos da pesca e da aquicultura;
16. Considera que a política de coesão deve continuar a ser uma política comunitária em conformidade com o Tratado e o princípio da solidariedade, pelo que rejeita qualquer tentativa de renacionalizar esta política; considera que os recursos financeiros necessários destinados à política de coesão devem ser garantidos no futuro, a fim de responder aos novos desafios que se prevêem, que terão um impacto territorial importante; observa que, para além da coesão económica e social, importa igualmente abordar os desafios decorrentes das mudanças demográficas, da concentração urbana, da segregação, dos fluxos migratórios, do ajustamento necessário à globalização, das alterações climáticas, da necessidade de garantir o aprovisionamento energético e do moroso processo de desenvolvimento das zonas rurais;
17. Assinala que em 2009 serão aplicadas as alterações legislativas acordadas no contexto do exame de saúde da PAC e que se aguarda que a posição do Parlamento seja plenamente respeitada; congratula-se com a indicação da Comissão de que, em 2009, será apresentada uma série de propostas susceptíveis de reduzir a burocracia e as formalidades administrativas e está confiante de que isto se aplicará igualmente aos agricultores, nomeadamente no respeitante à condicionalidade; regozija-se com a intenção da Comissão de fomentar uma produção de qualidade no sector da agricultura, e espera desempenhar um papel activo na formulação de propostas concretas; lamenta o facto de a Estratégia Política Anual para 2009 não ter em consideração as preocupações crescentes em matéria de segurança alimentar;
Tornar a política comum de imigração uma realidade
18. Aplaude o empenho da Comissão no desenvolvimento de uma política comum de imigração e acentua que um pacto europeu sobre a política de migração deve abranger questões relacionadas com a luta contra a imigração ilegal, a gestão da imigração legal, uma política de integração mais ambiciosa no âmbito de competências da UE, e o lançamento de uma política europeia de asilo, com base em propostas a apresentar pela Comissão até ao final do ano; considera prioritária a revisão do Regulamento (CE) n.o 343/2003 (9) que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de asilo apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro (Regulamento Dublim II);
19. Salienta que a protecção das fronteiras é também uma prioridade e, neste contexto, examinará as propostas recentes de um código UE de registo da reserva, de um Sistema de Vigilância das Fronteiras Europeias (entradas e saídas) e de uma avaliação da Frontex, insistindo ao mesmo tempo no respeito de regras fortes em matéria de protecção dos dados;
20. Sublinha a extrema importância de acelerar a plena aplicação do Sistema de Informação Schengen (SIS II) e do Sistema de Informação de Vistos (VIS); sublinha igualmente a necessidade de reforçar a Frontex, o que depende do facto de os Estados-Membros se comprometerem a fornecer pessoal e equipamento;
Prioridade aos cidadãos
21. Reitera o seu pedido de revisão das oito directivas sectoriais específicas que deveriam ser analisadas no contexto do processo de revisão das normas relativas à defesa do consumidor e do trabalho sobre os instrumentos horizontais que estabelecem os princípios do mercado interno para a realização do mercado interno; salienta a necessidade permanente de legislação concreta nos domínios da marcação «CE» e da marcação de segurança; incentiva a Comissão a desenvolver a garantia e a aplicação de normas de segurança aos bens de consumo;
22. Solicita mais iniciativas no domínio da justiça civil com vista a assegurar um quadro jurídico equilibrado que proporcione segurança e acesso à justiça; solicita novos progressos no domínio do Quadro Comum de Referência, como sendo uma das iniciativas pré-legislativas mais relevantes, e acentua a necessidade de uma cooperação estreita entre o Parlamento, o Conselho e a Comissão neste projecto;
23. Crê que não faz sentido proibir a discriminação num domínio e permiti-la noutro; aguarda a proposta da Comissão de uma directiva geral para combater a discriminação, nos termos do artigo 13.o do Tratado CE, como prevê o seu programa de trabalho para 2008, embora sublinhe que é necessário respeitar as competências dos Estados-Membros nesta matéria;
24. Aguarda a proposta da Comissão sobre cuidados de saúde transfronteiriços, embora sublinhe que é necessário respeitar as competências dos Estados-Membros nesta matéria; aguarda com expectativa o pacto para a saúde mental e reitera o seu compromisso no sentido de melhorar os cuidados de saúde na Europa, o que inclui o apoio a uma estratégia comunitária de luta contra o cancro, as doenças cardiovasculares e outras doenças comuns graves, bem como doenças raras;
25. Lamenta que a estratégia política na área de saúde pública continue a ter contornos pouco definidos; incita a Comissão a intensificar os seus esforços para combater as desigualdades no domínio da saúde associadas a factores sociais, económicos e ambientais, promover um estilo de vida saudável e melhorar a informação sobre saúde, bem como reforçar as suas capacidades de coordenação e de reacção rápida a ameaças globais para a saúde; em relação ao Regulamento (CE) n.o 1907/2006 (10) relativo ao registo, avaliação, autorização e restrição de substâncias químicas (REACH), recorda à Comissão que a correcta aplicação da legislação é um factor de sucesso primordial; solicita à Comissão que realize acções preparatórias adequadas para as suas futuras tarefas no âmbito do REACH;
26. Solicita que sejam envidados mais esforços na luta contra a criminalidade organizada, em particular a cibercriminalidade, e exorta a Comissão a imprimir maior dinamismo à luta contra o flagelo do tráfico de seres humanos; solicita que as políticas antiterrorismo sejam definidas de forma exaustiva, e insta a Comissão a apresentar uma proposta que salvaguarde e promova os interesses das vítimas do terrorismo, bem como a elaborar propostas destinadas a assegurar um maior grau de biopreparação;
27. Exorta a Comissão a estudar as disposições transitórias a introduzir para a aprovação de legislação no domínio da justiça e dos assuntos internos, enquanto o Tratado de Lisboa não entra em vigor; sublinha que, em 2009, o Tratado de Lisboa criará um novo papel para o Parlamento no domínio das políticas relativas ao Espaço de Liberdade, de Segurança e de Justiça e na celebração de acordos internacionais relacionados com essas políticas; sublinha que isso implica a revisão de alguma legislação relacionada com a actual estrutura de pilares, bem como a revisão do estatuto da Europol e do Eurojust;
28. Regozija-se com a proposta da Comissão no que respeita aos direitos da criança e à sua protecção; observa que a estratégia da Comissão no domínio da política em prol da igualdade entre homens e mulheres apresenta características muito genéricas; espera, pois, que a Comissão defina, com carácter de urgência, os pormenores relativos às iniciativas que tenciona lançar em 2009; exorta a Comissão a assegurar que o programa DAPHNE III entre em vigor em tempo oportuno;
A Europa como parceiro mundial
29. Acolhe com agrado a importância atribuída na Estratégia Política Anual à preparação da entrada em vigor do Tratado de Lisboa; nota que esta preparação deverá ter lugar tanto a nível interno como a nível das relações da Comissão com o Parlamento e o Conselho; sublinha a importância de uma preparação adequada para a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, nomeadamente no que diz respeito à criação do Serviço Europeu para a Acção Externa em cooperação com o Parlamento;
30. Sublinha a importância de defender e promover os direitos humanos e o respeito do primado do direito a nível mundial, especialmente nos numerosos países onde os direitos humanos não são respeitados;
31. Sublinha a importância de concluir o mais cedo possível as negociações de adesão com a Croácia, também como sinal para a região mais vasta dos Balcãs Ocidentais de que o seu futuro se encontra na União Europeia desde que cumpra os requisitos necessários;
32. Exorta a Comissão a contribuir plenamente para a revisão da Estratégia Europeia de Segurança;
33. Insta a Comissão a acompanhar de perto a aplicação integral das condições previstas na proposta global para um acordo sobre o estatuto do Kosovo e a perseverar no lançamento das fundações de um Kosovo multiétnico; solicita à Comissão que estabeleça, em articulação com o Conselho, os mecanismos de coordenação que entender necessários para que os vários intervenientes da UE no Kosovo falem a uma só voz; insta a Comissão a apoiar e a manter o rumo dos Estados dos Balcãs Ocidentais na via de uma futura adesão à UE, com a ajuda do Processo de Estabilização e Associação;
34. Sublinha a necessidade de uma estratégia da UE para a região do Mar Báltico, a fim de reforçar a cooperação com os países da região e a sua integração, e exorta a Comissão a apresentar um plano de execução da Sinergia do Mar Negro;
35. Solicita a adopção de medidas adicionais para reforçar a Política Europeia de Vizinhança e a torná-la mais relevante para os países em causa; salienta que a União Europeia deve manter o seu compromisso em relação aos valores democráticos e ao primado do direito no que diz respeito a esses países; exorta a Comissão a apoiar a incorporação de uma dimensão parlamentar na política de vizinhança com o Leste, através da criação de uma Assembleia Parlamentar UE-Vizinhos do Leste que reúna deputados do PE e dos países vizinhos do Leste;
36. Lamenta a ausência de propostas específicas da Comissão de novas vias que permitam alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, a fim de, até 2015, se poder concretizar os compromissos assumidos; solicita à Comissão que se certifique de que a ajuda humanitária prestada pela União Europeia, em particular a ajuda alimentar concedida aos países em desenvolvimento, seja mantida e, se possível, alargada em 2009; entende que o sucesso da Agenda de Doha para o Desenvolvimento continua a ser a prioridade da União Europeia em matéria de política comercial, embora lamente que a estratégia política ainda não tenha desencadeado uma reflexão sobre outros aspectos da agenda da OMC pós-Doha para o Desenvolvimento; entende que um capítulo ambicioso ligado ao desenvolvimento sustentável deve ser um elemento essencial de qualquer acordo de comércio livre, incluindo a ratificação e aplicação das principais convenções da OIT e das regras de base relativas ao ambiente;
Aplicação, gestão e melhor regulação
37. Afirma que, no que diz respeito a legislar melhor, uma avaliação de impacto independente e a correcta aplicação, acompanhamento e divulgação do direito comunitário deve constituir uma prioridade; considera, contudo, que cabe à Comissão o papel fundamental de ajudar os Estados-Membros a concretizarem esse objectivo; salienta que o Parlamento deveria associar-se mais estreitamente ao acompanhamento da aplicação da legislação comunitária, e destaca a necessidade de uma cooperação interinstitucional mais estreita no que se refere aos procedimentos de comitologia;
38. Apoia as propostas da Comissão destinadas a reduzir os encargos administrativos, recorda a sua determinação em que seja atingido, até 2012, o objectivo de uma redução de 25 % nos encargos administrativos, e o seu apoio para o efeito, e solicita resultados concretos o mais cedo possível; considera tratar-se de uma prioridade-chave, especialmente para as PME, e de um contributo essencial para a realização dos objectivos da Estratégia de Lisboa; recorda que toda a legislação deve visar esse objectivo; entende, contudo, que a simplificação, a codificação e a reformulação do actual acervo não devem prejudicar os objectivos políticos;
39. Sublinha que as prioridades políticas devem estribar-se em novas prioridades orçamentais, a fim de que a União Europeia possa desempenhar um papel de relevo;
40. Espera que a Comissão envide esforços para melhorar a qualidade das declarações nacionais (26 Estados-Membros transmitiram uma síntese das despesas da UE, como previsto no ponto 44 do Acordo Interinstitucional entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão sobre a disciplina orçamental e a boa gestão financeira (11) e no artigo 53.o-B do Regulamento (CE, Euratom) n.o 1605/2002, de 25 de Junho de 2002, que institui o Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento geral das Comunidades Europeias (12), a fim de viabilizar a sua utilização pelo Tribunal de Contas Europeu); espera que, muito em breve, seja apresentado um relatório sobre a qualidade dessas sínteses, e propostas sobre a forma de melhorar a sua qualidade; sublinha igualmente a importância da aplicação das decisões relativas à quitação do orçamento geral de 2006, nomeadamente o Plano de Acção para os Fundos Estruturais e o acompanhamento da utilização dos fundos comunitários em acções externas;
Divulgar a Europa
41. Exorta a Comissão a colocar o cidadão no centro do projecto europeu; insta a Comissão a concentrar mais os seus esforços no desenvolvimento de uma política de comunicação eficaz, a fim de fornecer aos cidadãos os meios necessários para entender melhor a UE, especialmente no ano das eleições europeias; sublinha a importância da rápida aplicação do direito de iniciativa dos cidadãos, como prevê o Tratado de Lisboa; recorda à Comissão o compromisso que assumiu, à luz da proposta de regulamento que altera o Regulamento (CE) n.o 1049/2001 relativo ao acesso do público aos documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão (13), de assegurar maior transparência e acesso aos documentos;
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42. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão e aos governos e parlamentos dos Estados-Membros.
(1) JO L 11 de 15.1.2002, p. 4.
(2) JO L 376 de 27.12.2006, p. 36.
(3) JO L 177 de 30.6.2006, p. 1. Directiva com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2008/24/CE (JO L 81 de 20.3.2008, p. 38).
(4) JO L 177 de 30.6.2006, p. 201. Directiva com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2008/23/CE (JO L 76 de 19.3.2008, p. 54).
(5) Viking (International Transport Workers' Federation e Finnish Seamen's Union), acórdão de 11 de Dezembro de 2007.
(6) Laval, acórdão de 18 de Dezembro de 2007.
(7) Rüffert, acórdão de 3 de Abril de 2008.
(8) S133/08.
(9) JO L 50 de 25.2.2003, p. 1.
(10) JO L 396 de 30.12.2006, p. 1.
(11) JO C 139 de 14.6.2006, p. 1. Acordo com a última redacção que lhe foi dada pela Decisão 2008/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 6 de 10.1.2008, p. 7).
(12) JO L 248 de 16.9.2002, p. 1. Regulamento com a última redacção que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n.o 1525/2007 (JO L 343 de 27.12.2007, p. 9).
(13) JO L 145 de 31.5.2001, p. 43.