Festival de Parintins - Boi Caprichoso

Por g1 AM


Boi Caprichoso abre o 57º Festival de Parintins — Foto: Divulgação

"Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas" foi o tema apresentado pelo Boi Caprichoso na abertura do 57º Festival Folclórico de Parintins nesta sexta-feira (28). Com hologramas projetados no meio do Bumbódromo e um grande touro negro vindo do céu através de um guindaste, o bumbá azul iniciou o projeto "Cultura – O Triunfo do Povo".

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O primeiro ato do boi azul e branco foi lenda amazônica "A Dona da Noite", que trouxe a alegoria da cobra grande representando um elemento onipresente no imaginário local. Emoldurando a ancestralidade por intermédio de uma narrativa indígena, remetendo à raiz do saber dos povos da floresta.

Marciele Albuquerque é cunhã-poranga do Caprichoso. — Foto: Patrick Marques/g1

Durante a apresentação, a alegoria da cobra grade se abriu e apresentou a cunhã-poranga Marciele Albuquerque que evoluiu na arena, concorrendo ao Item 9. Em seguida, foi apresentado o encontro cerimonial "Muatirisawá, o renascer de Abya Ayla", que trouxe as tuxauas mulheres do Caprichoso.

A cultura popular chegou na arena em forma de homenagem aos "Mestres e Mestras da Cultura Popular" durante a apresentação da Figura Típica Regional. A colorida alegoria, apresentou figuras como Dona Silas Marçal (Siloca), lembrada em Parintins como “a negra de olhos azuis” e conhecida como a mãe das pastorinhas da Ilha; a costureira Ednelza Cid, da família de Roque Cid, eternizada pela confecção de diversas indumentárias de sinhazinha e povos indígenas em seu ateliê, além de ter usado sua própria casa para acolher LGBTQIAPN+ expulsos pelas famílias.

Também foram homenageados o tuxaua histórico e pioneiro, Zeca Xibelão, que dá nome ao curral do bumbá azul em Parintins e que recebeu a alcunha de Xibelão; o poeta, sambista e um dos maiores músicos brasileiros, Chico da Silva. Além do saudoso, Marcos da Silva Azevedo, conhecido como "Markinho", ex-tripa do Boi Caprichoso, que morreu no final do ano passado.

A alegoria trouxe para evoluir na arena, a porta-estandarte Marcela Marialva. Seguida da Sinhazinha Valentina Cid, que chegou do alto, dentro de um balão, e evoluiu na arena junto com o touro negro de Parintins.

Gleise Simas é a Rainha do Folclore do Boi Caprichoso. — Foto: Patrick Marques/g1

Um módulo do “Bicho Folharal” levou para dentro Boumbódromo a rainha do folclore Cleise Simas, que evoluiu ao som de "Deusa da cultura popular".

O Caprichoso encerrou a noite, com um momento imponente apresentado o ritual indígena “Rito de Transcendência Yanomami: Mothokari, a fúria do sol”, com a apresentação do pajé Erick Beltrão, que unido de outros Xamãs, incorporou o espírito de vespa para juntos travarem a grande batalha, aplacando a fúria de Mothokari que se apazigua diminuindo um pouco mais do calor que assola todo o planeta. O ato contou com a a presença do escritor Davi Kopenawa.

Pajé Erick Beltrão, do Boi Caprichoso. — Foto: Patrick Marques/g1

O Festival

A histórica disputa a céu aberto entre o Boi Garantido (vermelho) e o Boi Caprichoso (azul) acontece há 57 edições no Bumbódromo, em Parintins, no interior , conhecida como “Ilha da Magia”, e localizada a 369 km de Manaus.

Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, o Festival Folclórico de Parintins tem como local da disputa entre Caprichoso e Garantido, o Bumbódromo, com capacidade para 35 mil espectadores e recebe, todos os anos, milhares de turistas do Brasil e do mundo. Durante o Festival, a população de Parintins, ilha com pouco mais de 115 mil habitantes, chega a receber a mesma quantidade de visitantes durante a realização a cada ano, segundo os órgãos do estado.

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