Por Leonardo Milagres, g1 Minas — Belo Horizonte


Crime na alta sociedade: empresária de BH é suspeita de desviar R$ 35 milhões para comprar joias, bolsas e relógios — Foto: Divulgação/PCMG

A empresária Samira Monti Bacha Rodrigues foi presa, na última terça-feira (25), em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. Ela é suspeita de desviar cerca de R$ 35 milhões de três empresas e lavar o dinheiro, convertendo-o em itens de luxo, como joias, relógios e bolsas.

Empresária mineira é investigada por desviar dinheiro

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Veja, abaixo, tudo o que se sabe sobre o caso:

  1. Quem é Samira Bacha?
  2. Onde ela foi presa?
  3. O que foi apreendido pela polícia?
  4. Quando as fraudes começaram?
  5. Como funcionava o esquema?
  6. Ela continua presa?
  7. O que diz a empresária?

Quem é Samira Bacha?

Samira Monti Bacha Rodrigues — Foto: Divulgação/PCMG

Samira Bacha tem 40 anos e faz parte do quadro societário de vários negócios na Região Metropolitana de BH. Na Receita Federal, ela é registrada como sócia de quatro empresas de soluções financeiras e investimentos, uma consultoria e uma joalheria.

A Polícia Civil apurou que a mulher se aproveitava da posição de gestora para aplicar golpes. Segundo as investigações, ela passou a frequentar a "alta sociedade" de Belo Horizonte e realizava diversas viagens internacionais para comprar peças luxuosas e usá-las para lavagem de dinheiro através da loja de joias.

Onde ela foi presa?

No momento da prisão, a empresária estava no apartamento dela, avaliado em R$ 6 milhões. O imóvel fica em um condomínio de alto padrão em Nova Lima, na Grande BH.

Apartamento de Samira Bacha está avaliado em R$ 6 milhões — Foto: Divulgação

O que foi apreendido pela polícia?

  • Dezenas de bolsas de grife, que valem de R$ 40 mil a R$ 200 mil;
  • Relógios de marcas famosas;
  • Equipamentos eletrônicos;
  • Dinheiro em espécie;
  • Uma pulseira de diamantes com certificado de originalidade;
  • Joias adquiridas em Dubai, que custaram US$ 148 mil;
  • Uma BMW de R$ 600 mil que estava na garagem.

Algumas das joias apreendidas no apartamento de Samira Bacha — Foto: Reprodução/TV Globo

Quando as fraudes começaram?

De acordo com a Polícia Civil, a socialite começou a cometer as fraudes em 2020, dois anos após se tornar uma das donas de uma administradora de cartões de benefícios, a convite de um amigo.

"Ela começou aumentando o crédito que tem no cartão. Cada cartão tem um limite para fazer compra, e ela percebeu que podia aumentar o limite, gastar o cartão. Depois, ela mesma apagava, tirava a dívida do sistema", explicou o delegado Alex Machado, da delegacia especializada no combate a crimes tributários.

Como funcionava o esquema?

Conforme o delegado Alex Machado, a socialite cooptava funcionários da empresa de cartões de benefícios e os fazia maquiar planilhas. Depois disso, passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em crédito para a classe médica, com valores maiores.

"Ela começou a fraudar esses cartões médicos, aumentar os limites mais ainda, cooptar novas pessoas e descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar do sistema essa dívida", detalhou.

Por fim, a mulher migrou para uma terceira empresa do grupo, voltada para a antecipação de recebíveis.

"São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela. Ela já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse. Por sorte, foi descoberta por um funcionário", afirmou o delegado.

"Nós descobrimos que a proprietária da joalheria tinha já uma enorme quantidade de material em posse dela e, durante as buscas, vimos que ela não tinha comprovação nenhuma da origem dele. Ela não tem como comprovar de onde veio, o que é da joalheria, o que foi objeto da lavagem. Portanto, esse material foi todo apreendido e colocado à disposição da Justiça", explicou o delegado.

Após ser descoberta, a mulher foi denunciada pelos sócios. Segundo a Polícia Civil, a suspeita chegou a devolver ao grupo parte do dinheiro, mas, posteriormente, passou a negar os desvios e ocultar o restante.

Ela continua presa?

A Justiça concedeu prisão domiciliar à empresária. A informação foi confirmada ao g1, nesta sexta-feira (28), por fontes ligadas ao caso.

A substituição do regime teria ocorrido porque a socialite é mãe de filhos menores de 12 anos, o que está previsto na Lei 13.257. Outros quatro investigados que foram detidos seguem no sistema prisional.

Todos os envolvidos estão presos temporariamente desde a última terça (25). Eles já foram ouvidos pela Polícia Civil e passaram por audiência de custódia, que teve resultado favorável à manutenção das prisões. Na quinta (27), o processo judicial foi colocado sob sigilo.

Material apreendido pela Polícia Civil de MG durante operação Dubai — Foto: Carlos Eduardo Alvim/ TV Globo

O que diz a empresária?

O g1 procurou a defesa da empresária para um posicionamento, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.

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