Por Maurício Paz, g1 RS


Água acumulada no Centro de Porto Alegre 'volta' para o Guaíba — Foto: André Ávila/Agência RBS

O Governo do Rio Grande do Sul alterou, nesta terça-feira (28), a cota de inundação do Guaíba para 3,60 metros. O nível contrasta com a cota de 3 metros anteriormente informada, que pertencia à régua do Cais Mauá , desativada após a cheia do dia 2 de maio, às 23h.

Em 3 de maio, uma régua emergencial foi instalada mais ao sul da capital, na estação Usina do Gasômetro. Até então, o medidor preservava as mesmas métricas da antiga estação, instalada em 2014.

As informações foram divulgadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) por meio de uma nota técnica. O documento detalha que os profissionais envolvidos também mudaram a cota de alerta de 2,50 metros para 3,15 metros.

"Não foi possível deixar claro em todos os meios de divulgação do nível do Guaíba, que devido a características hidrodinâmicas, num mesmo instante de tempo o valor de nível registrado no Cais Mauá C6 (ou no Cais Central) não é o mesmo valor de nível registrado da Usina do Gasômetro", diz o documento.

A revisão não muda as medições já observadas, como o recorde de 5,35 metros registrado em 5 de maio. O que muda é que esse valor agora deve ser comparado à cota de inundação de 3,60 metros, definida nesta terça, e não mais ao valor antigo, de 3 metros.

Forças de segurança, como bombeiros, Exército e agentes públicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), fecharam as comportas entre as Avenidas Mauá e Castello Branco, em Porto Alegre (SP), nesta quinta-feira, 2 de maio de 2024, por conta da cheia do Guaíba. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Entenda

O professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirma que as réguas são equivalentes. Ou seja, quando a cota de inundação atingir 3,60 metros na estação emergencial, a do Cais Mauá registrará 3 metros. Com isso, não haveria grandes alterações nas comparações entre as cheias de 1941 e a deste ano.

"A medição ainda é válida. O valor de 5,35 metros medido, ele ainda vai ser obviamente conferido. Vai ter algumas verificações, mas dada a diferença entre os sensores e o jeito que eles foram instalados, provavelmente o valor máximo da inundação vai ser próximo e ao redor desse que foi medido na Usina do Gasômetro. Vai ser um valor próximo lá ao do Cais Mauá. Pode inclusive ser corrigido um pouquinho para cima, mas é uma pequena diferença", afirma o professor.

A Sema detalha que os critérios estabelecidos para a instalação do medidor emergencial foram um acesso fácil, transparência e capacidade de assimilar os dados por equipes de monitoramento.

As medições do Guaíba foram paralisadas pela Sema às 15h15 desta terça-feira (28), quando o nível resgistrava 3,71 metros.

A pasta afirma que está solicitando à Agencia Nacional de Águas (ANA) o registro da estação de monitoramento instalada em caráter emergencial na Usina do Gasômetro. Além disso, diz que toma "providências para reinstalar a estação Cais Mauá C6".

A nota foi assinada por integrantes do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS.

Onda do Guaíba atinge orla do bairro Ipanema — Foto: André Ávila/GZH

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