Por Memória Globo

Memória Globo

A estreia de Débora Falabella aconteceu em peças infantis, ainda quando morava em Belo Horizonte. Uma delas, um musical sobre a 'Família Addams', lhe rendeu indicação para um teste em 'Malhação' e, assim, seu primeiro papel em TV, em 1998. No mesmo ano, participou do seriado 'Mulher'. Em seguida, foi para a Argentina, onde atuou em 'Chiquititas', exibida pelo SBT (1999). Retornou à Globo com a novela 'Um Anjo Caiu do Céu' (2001), quando assinou um contrato com a emissora. A partir de 2003, Débora Falabella atuou em novelas e minisséries quase anualmente. Destacou-se, entre outros trabalhos, em 'O Clone' (2002) e 'Avenida Brasil' (2012).

Comecei a fazer teatro, foi uma maneira de encontrar uma voz para mim. Era ali que eu me destacava. Eu era supertímida, quieta, mas eu fazia muitas vezes os papéis principais, as protagonistas, e eu não sabia o que era. Às vezes, é muito mais do que ser só espontâneo.

Débora Falabella em Som e Fúria, 2009. — Foto: Acervo/Globo

Início da carreira

Mineira de Belo Horizonte, nascida em 22 de fevereiro de 1979, Débora Falabella cresceu em um ambiente em que se respirava arte. A mãe, Maria Olympia, cantava em um coral lírico, e o pai, Rogério Falabella, trabalhava como ator e diretor. Desde jovem, frequentava coxias, o que tornou natural sua inclinação pelo palco – ainda que a faculdade de Publicidade e Propaganda, também uma tradição familiar, tenha sido cursada por um ano e meio, antes que a vocação e o talento se impusessem.

A estreia profissional se deu em Minas Gerais, em peças infantis, como 'Flicts' (1995), de Ziraldo. Uma delas, um musical sobre a 'Família Addams', lhe rendeu indicação para um teste em 'Malhação' e, assim, seu primeiro papel em TV, em 1998: a adolescente Antônia. Saindo de Belo Horizonte para Niterói, no Rio de Janeiro, Débora buscou consolidar a carreira com uma participação no seriado 'Mulher' (1998), de Álvaro Ramos, Euclydes Marinho e Doc Comparato, e em seguida lidou com uma nova mudança, para a Argentina, onde atuou em 'Chiquititas', exibida pelo SBT (1999).

Volta da Argentina

O retorno a Globo aconteceu em uma novela de Antonio Calmon, 'Um Anjo Caiu do Céu', em 2001, quando Débora Falabella assinou um contrato que segue renovado até hoje. O enredo exigiu, em determinado momento, que ela se fingisse de homem, algo que havia feito pouco tempo antes, quando filmou seu primeiro longa-metragem – 'Dois Perdidos Numa Noite Suja', de José Joffily (lançado em 2002) –, e que gostou muito de fazer a partir de então: interpretar papéis masculinos.

Débora Falabella em O Clone, 2001 — Foto: Acervo/Globo

O trabalho de projeção veio em 'O Clone' (2002), novela escrita por Gloria Perez e dirigida por Jayme Monjardim. A trama exigiu bastante da atriz, que viveu uma dependente química, a Mel. “Eu fiz todo tipo de preparação, fui a reuniões de dependentes químicos, conversei, frequentei alguns encontros para compreender melhor… Em 'O Clone' eu comecei a entender o que era ser uma atriz de televisão, o que era um pouco a história da fama e do sucesso”, afirma. A novela teve uma curiosidade: como durante as gravações Débora Falabella sofreu um problema de saúde, sua irmã, Cynthia, muito parecida com ela, substituiu-a em algumas cenas.

Trabalhando com grande atores

A partir de 2003, Débora Falabella atuou em novelas e minisséries quase anualmente. Primeiro em 'Agora que São Elas' (2003), de Ricardo Linhares, a convite do diretor Roberto Talma, quando viajou para gravar na Chapada Diamantina; depois na minissérie 'Um Só Coração' (2004), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, em que fez uma participação interpretando uma atriz; e, em seguida, em 'Senhora do Destino' (2004), de Aguinaldo Silva, no papel de Duda: “Tive o prazer de ser neta da Glória Menezes e do Raul Cortez. Ficava só ali parada observando, vendo como eles eram no set, como eles trabalhavam".

Na minissérie 'JK' (2006), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, a atriz viveu uma personagem real, Sarah Kubitschek, atuando ao lado de Marília Pêra e Wagner Moura. Em sua segunda novela das seis, 'Sinhá Moça' (2006), de Benedito Ruy Barbosa, foi a protagonista de um remake que acabou indicado ao prêmio Emmy. “O grande lance de fazer um remake é você se agarrar naquele texto e fazer o seu, porque é a oportunidade de você ter um outro olhar em relação àquela história, de outra atriz fazer aquilo – e acho que ator é tão único”

Mais um tema polêmico

Em 'Duas Caras' (2007), de Aguinaldo Silva, Débora Falabella se deparou novamente com um tema polêmico, o preconceito racial, ao se envolver na trama com o personagem de Lázaro Ramos. Depois, na minissérie 'Som & Fúria' (2009), dirigida por Fernando Meirelles, interpretou uma atriz que faria a Julieta, em uma adaptação livre de Shakespeare. Sua primeira vilã, Beatriz, aconteceu em 'Escrito nas Estrelas', de Elizabeth Jhin, em 2010. Mas era uma vilã em clima de pastelão, para quem nada dava certo.

Também em clima de comédia, Débora Falabella fez uma participação em 'Ti-Ti-Ti' (2010), de Maria Adelaide Amaral, e atuou no seriado 'A Mulher Invisível' (2011), de Guel Arraes, ao lado de Luana Piovani e Selton Mello. “Em drama a gente fica alguns meses sofrendo, na comédia você pode dar uma viajada maior. Eu já tinha trabalhado com o Guel, era do núcleo dele, um diretor de quem eu gosto muito e com quem me identifico. É muito bom, dentro de um trabalho, quando você pode ir para outros lugares, pode fazer maluquices, se divertir, eu adorava fazer”, lembra.

Nina em 'Avenida Brasil'

Dirigida por Jorge Furtado, Débora Falabella atuou no telefilme 'Homens de Bem' (2011), antes de fazer a novela em que alcançaria o maior sucesso, em 2012: 'Avenida Brasil', de João Emanuel Carneiro. No papel de Nina, viveu uma personagem mais humana, que ao longo da trama alternou, para o público, a figura de mocinha e vilã. “Avenida Brasil, no último capítulo, parecia Copa do Mundo, não havia ninguém na rua. Ao mesmo tempo em que a novela tinha apelo popular, audiência, tinha também prestígio. O povo e os intelectuais reconheciam algo muito legítimo ali, uma história muito bem contada dentro da TV. É um grande orgulho mesmo ter feito parte disso”, comemora.

Murilo Benício e Débora Falabella em Avenida Brasil, 2012 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Após o sucesso de 'Avenida Brasil', Débora Falabella fez a série policial 'Dupla Identidade' (2014), de Gloria Perez, e a minissérie 'Nada Será Como Antes' (2016), de Jorge Furtado, em que interpretou Verônica, uma atriz no início da televisão no Brasil. Nesse trabalho, teve a chance de resgatar as origens familiares: “Eu pude contar um pouco a história do meu pai. Ele começou a fazer televisão na TV Itacolomi, que era afiliada da TV Tupi. E ele fazia como a gente contou na série, ao vivo, tanto que não existe registro disso”. Em 2017, viveu a Irene em 'A Força do Querer,' também de Gloria Perez, e, no ano seguinte, a Isabel da minissérie 'Se Eu Fechar Os Olhos Agora', inspirada no livro do jornalista Edney Silvestre. Viveu também a personagem Natalie Melo nas duas temporadas de 'Aruanas', 2019 e 2021.

Cinema e teatro

Ainda em TV, Débora Falabella atuou em 'As Canalhas', de 2015 (inspirada em livro de Martha Mendonça), no GNT, e foi apresentadora do 'Cineview' (2006), no Telecine. No cinema, seu primeiro papel lhe rendeu um Kikito, no curta 'Françoise' (2001), de Rafael Conde. Ela fez também 'Lisbela e o Prisioneiro' (2003), quando conheceu Guel Arraes; uma participação em 'Cazuza' (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho; dois filmes de Daniel Filho – 'A Dona da História' (2004) e 'Primo Basílio' (2007); 'O Beijo no Asfalto' (2016), dirigida por Murilo Benício; 'O Filho Eterno' (2016), de Paulo Machline; e 'Todo Clichê do Amor', de Rafael Primor (2017).

No teatro, trabalhou em 'Noites Brancas' (2004), espetáculo baseado em um texto de Dostoievsky; 'A Serpente' (2006), peça que deu origem a sua companhia, o Grupo 3 de Teatro, com Yara de Novaes e Gabriel Paiva; 'O Continente Negro' (2007), de Marco Antonio de la Parra; 'O Amor e Outros Estranhos Rumores' (2010), de Murilo Rubião, em que ela volta a interpretar um personagem masculino; 'Contrações' (2013), de Mike Bartlett; e 'Mantenha Fora do Alcance do Bebê' (2015), de Silvia Gomez. O projeto seguinte é 'Love, Love, Love…', que se passa em três épocas, com diferentes figurinos, e parte de um casal que se conheceu na década de 1970 e desfrutou a liberdade hippie.

Débora Falabella em entrevista ao Memória Globo, 2016 — Foto: Renato Velasco/Memória Globo

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