Mais do que as músicas ou a performance, o que importa em Exile on Main St. (1972) é o clima geral. Dá para sentir os jovens músicos suando no porão de uma mansão na França com vista para o Mediterrâneo, cercados por junkies e desocupados, comendo lagosta à tarde e trabalhando a noite toda. A lendária fama dos Rolling Stones era traduzida fielmente na música pela primeira vez. Mas Exile on Main St. também foi o mais perto que os Stones chegaram de algo verdadeiramente vanguardista, um álbum cujos erros – a mixagem turva, as performances deslocadas – evocam a sensação de que algo mais acertado teria sido um equívoco. Se havia “Tumbling Dice” e “Torn and Frayed”, os momentos mais coerentes do álbum, havia também “I Just Want to See His Face” e “Let It Loose”, faixas que funcionavam mais como sugestões em aberto do que como um pensamento pronto. E o blues, que havia funcionado como um atalho para abordar sofrimentos e desejos terrenos, agora soava misterioso e obscuro. Os Stones incorporavam de vez a confusão que eles tinham apenas descrito antes.
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