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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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GERADO EM: 27/06/2024 - 18:55

Nova CEO da Ânima Educação: Paula Harraca da Argentina

Paula Harraca, argentina, é a nova CEO da Ânima Educação, um dos maiores grupos de ensino superior do Brasil. Com experiência na ArcelorMittal, ela assume em um momento de crescimento e desafios, buscando expandir a operação e facilitar o acesso de alunos de baixa renda.

O Grupo Ânima Educação acaba de anunciar a executiva argentina Paula Harraca como sua nova CEO, em substituição a Marcelo Bueno, há seis anos no comando. Paula trabalhou por duas décadas na ArcelorMittal e será a primeira executiva de fora do time dos sócios-fundadores a comandar a companhia, que é um dos maiores grupos de ensino superior privado do país, com 18 instituições, quase 400 mil alunos e R$ 1,4 bilhão em valor de mercado.

A mudança acontece no ano em que a Ânima completa 21 anos e ocorre após um processo sucessório liderado pelo professor e consultor Luiz Carlos Cabrera. Por dois anos, Paula foi do conselho consultivo do Centro Universitário Una, de Belo Horizonte — a primeira aquisição que deu origem ao grupo, em 2003. Há seis meses, como parte do processo de entrosamento, ela entrou para o conselho de administração da holding.

— Paula foi forjada no aço, mas tem o lado de pessoas, de entender as pessoas e olhar o futuro. E a gente na Ânima é gente dependente. A gente se constroi nas relações humanas — diz Daniel Castanho, sócio e co-fundador que comandou a companhia em seus primeiros 15 anos.

Natural de Rosário, norte da Argentina, Paula é filha de uma professora universitária e teve a sua formação ancorada no esporte e na educação. Foi aluna bolsista desde a infância e atuou como goleira de hockey de grama, chegando a integrar a seleção argentina — o que lhe rendeu muitas contusões e 7 pinos ombro. Hoje pega mais leve: faz ioga e musculação.

Paula trabalhou como secretária e com telemarketing antes de entrar como estagiária na siderúrgica. Ao longo de 20 anos de carreira na ArcelorMittal, morou em seis países — Argentina, Espanha, Luxemburgo, Canadá, Trinidad e Tobago e Brasil — e trabalhou principalmente na gestão de pessoas, chegando a diretora de Pessoas e Investimento social e, em seus últimos dois anos na empresa, tinha o cargo de Diretora de Futuro ou Chief Future Officer.

Paula mora em Belo Horizonte e é mãe de duas meninas brasileiras, de 10 e 7 anos, uma nascida no Espírito Santo e a outra em Piracicaba. Estava iniciando uma carreira de escritora e palestrante — lançou o livro “O Poder Transformador do ESG, como alinhar lucro e propósito” (Editora Planeta) e deu 55 palestras remuneradas — quando começou a ser sondada pela Ânima.

— Tivemos um match de propósito e princípios muito fortes. Sou do tipo que veste a camisa e achei que tinha verdade, um propósito genuíno de transformar o país pela educação — diz Paula, que recusou sondagens de outras oito empresas até se decidir pela Ânima. — Estou muito grata, convicta de que tudo na vida tem uma razão de ser. A Ânima nasceu a partir da missão de salvar uma escola, com o sonho corajoso de transformar o Brasil pela educação —.

Paula chega em um momento de crescimento para a companhia, após uma fase desafiadora de pandemia, de cortes no FIES, juros nas alturas e integração com o grupo Laureate, uma fusão que fez a empresa dobrar de tamanho, mas que impôs grandes desafios. No primeiro trimestre, a empresa retomou a trajetória de crescimento, registrando seu melhor desempenho para o período — R$ 104,7 milhões, sete vezes o registrado no ano anterior — com redução de alavancagem e melhorias significativas de margem.

— Um grande privilégio escolher a Paula e a Paula escolher a gente neste momento de evolução da governança da companhia. Sempre sonhei em ter uma mulher como CEO. Hoje no Novo Mercado na B3, de 216 empresas, menos de 8 têm mulheres CEO. Queremos ser um exemplo de mudança e transformação — diz o agora ex-CEO Marcelo Bueno, que vai atuar em conjunto com os demais sócios no processo de transição.

Paula terá o desafio de expandir a operação com ganhos de eficiência, ampliando o ticket médio sem reduzir o número de alunos, ao mesmo tempo aprimorando os mecanismos de acesso para estudantes de mais baixa renda.

— A gente vai aumentar o ticket e a quantidade de alunos invertendo a lógica que é praxe no mercado. As universidades sempre cobram a tabela cheia e depois dão desconto no final — e os alunos aprenderam isso. Nós paramos de dar desconto no final e, com uma análise de renda mais sofisticada, estamos aumentando o ticket médio, mas facilitando o acesso de maneira mais assertiva para quem realmente precisa. Sabemos que o valor que a gente entrega é maior do que a mensalidade que a gente cobra, comparativamente com outros grupos. E temos uma evasão muito menor do que os concorrentes — diz Castanho.

Dona de marcas como Universidade São Judas e Anhembi-Morumbi e também representante da escola de gastronomia francesa Le Cordon Bleu no Brasil, a Ânima abriu capital em 2013, quando transferiu para 2,4 mil funcionários com mais de um ano de casa parte das ações. Em janeiro de 2020, a empresa captou mais R$ 1 bilhão em um follow on que trouxe novos acionistas para o quadro societário, entre eles cerca de 7,5 mil funcionários da própria Ânima.

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