Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Por — Brasília

Aliados de Alexandre Ramagem (PL-RJ) avaliam que o deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem “uma carta na manga” para impedir a reeleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que aparece com folgada liderança nas pesquisas de intenção de voto.

De acordo com levantamentos internos nas mãos da cúpula do PL, a melhor aposta de Ramagem na disputa pela Prefeitura do Rio é tentar nacionalizar a disputa municipal, ou seja, reproduzir no Rio a polarização das últimas eleições, que opôs Bolsonaro e Lula, aliado de Paes.

O cálculo político feito pelo PL está alinhado ao resultado das eleições de 2022, quando Bolsonaro derrotou Lula em 72 dos 92 municípios fluminenses – inclusive na capital, berço político do bolsonarismo, onde o então candidato à reeleição obteve 52,66% dos votos válidos, ante 47,34% do petista.

Pesquisa Quaest divulgada no último dia 15 indica que o atual prefeito com 51% das intenções de voto, seguido por Ramagem em um distante segundo lugar com apenas 11% e Tarcísio Motta (PSOL) com 8%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

“Se o Ramagem passar a campanha discutindo as questões da cidade do Rio com o Paes, nós vamos perder”, diz um interlocutor bem próximo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. “O que ele tem que fazer é alertar o eleitorado carioca de que Paes é que uma vitória de Paes ajuda no projeto de reeleição do Lula. Que reeleger o Paes é também reeleger o Lula.”

Mesmo assim, conforme informou o colunista Lauro Jardim, Ramagem pretende usar a questão da segurança pública para fustigar Paes na campanha eleitoral, ainda que o tema seja de responsabilidade do governo estadual, e não do município.

Um dos objetivos é confrontar Paes com políticas de combate ao crime bem sucedidas implantadas em metrópoles como Nova York, Bogotá e Medellín.

A estratégia se baseia no fato de que a mesma pesquisa Quaest que trouxe Paes bem na frente dos outros candidatos também mostrou que, para 73% dos cariocas, a segurança pública foi a área que mais piorou durante o mandato de Paes.

Por isso se espera que o tema seja predominante nos debates da campanha, numa tendência que deve se repetir em todas as grandes capitais. É uma aposta, mas, por enquanto, para os estrategistas do PL, nada que supere os dividendos que a polarização de Bolsonaro diretamente com Lula pode trazer para Ramagem nas urnas.

Capa do audio - Malu Gaspar - Conversa de Bastidor
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