FGTS perdeu para a inflação em oito anos na última década

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- Isso não quer dizer que o FGTS esteja rendendo como um investimento em renda fixa. O que a medida garante é a manutenção do o valor real do dinheiro depositado. Quem tinha R$ 100 mil depositados ao retirá-lo terá o correspondente aquele montante em mãos - explica Blancard.

O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, explica no entanto, que o tamanho da perda imposto para o trabalhador depende de quando ele sacar o Fundo.

- A perda é imposta a quem sacou o dinheiro e não teve a correção de ao menos a inflação do período. Como se trata de uma poupança de longo prazo, estamos falando de 30, 35 anos, quem manteve o dinheiro depositado não sentirá o mesmo impacto de perda na conta, pois essas curvas vão sendo atenuadas. Mas quem sacou no meio do caminho, por demissão ou para usar na compra da casa própria, não recuperava o valor. Mal comparando, é como quem tem ação da Petrobras e vende na baixa perdendo uma melhor cotação do papel, quem vende na alta ganha. Isso não quer dizer, no entanto, que ao longo do tempo toda a perda seja recuperada - explica Braga.

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O economista destaca que, por isso, mesmo é importante que a compensação da diferença entre a correção por TR mais 3% e o IPCA, quando houver, seja feita mensalmente:

- Se for trimestral ou anual, quem sacar o dinheiro no meio do caminho será prejudicado.

O rendimento da poupança, também foi maior do que o Fundo em oito anos, de 2014 a 2023. O FGTS foi reajustado em percentual maior em 2020, quando o índice de correção foi de 3% contra 2,11% da poupança, e 2021, quando houve uma pequena diferença de 3,05% contra 2,99%.