Portugal Giro
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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

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O advogado Luís Montenegro foi convocado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para formar governo como primeiro-ministro dez dias depois de vencer as eleições em Portugal.

O deputado é presidente do Partido Social Democrata (PSD) e liderou a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), que elegeu 80 deputados, contra 78 do Partido Socialista (PS), de centro-esquerda.

Em Portugal, a Presidência usa o termo "indigitado" para apontar o primeiro-ministro. Significa que foi proposto para o cargo público, confirmando resultado das urnas.

Agora, será possível para o deputado começar a negociar oficialmente com os demais partidos, com exceção, segundo ele, da ultradireita do Chega.

Ao deixar o gabinete da Presidência, Montenegro disse que o objetivo do próximo governo será fortalecer a economia e melhorar os salários em Portugal, tradicionalmente baixos.

— Estamos concentrados em ter uma economia mais forte, que possa permitir que Portugal obtenha melhores salários, para que a classe média fique mais desafogada, que os jovens tenham esperança e que os serviços públicos tenham respostas — disse Montenegro.

A demora de dez dias foi necessária para esperar os votos dos portugueses emigrantes. Estavam em jogo mais quatro deputados e o Chega ficou com dois. PS e PSD com um cada.

Os partidos de direita só têm maioria absoluta no Parlamento com os votos da extrema direita, que elegeu 50 deputados, mas uma coligação formal foi afastada repetidas vezes por Montenegro.

Montenegro deixa a porta aberta à Iniciativa Liberal para participar do governo. A IL elegeu oito deputados.

Mesmo assim, o governo é minoritário e terá dificuldade em aprovar o seu primeiro orçamento, de 2025, que será apresentado em outubro. Sem aprovação, o governo poderá cair e novas eleições seriam convocadas.

Até lá, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que está disponível para aceitar um orçamento retificativo deste ano, principalmente se propuser aumentos de salários para funcionários públicos. Depois, o partido irá para a oposição.

Sem acordo formal ou participação no governo, o Chega também apoia um orçamento corretivo, mas ameaça votar contra o orçamento e pode apresentar uma moção de censura quando for apresentado o programa de governo. No entanto, poderá dar sinal verde para algumas propostas pontuais.

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