Polícia de Portugal cruza dados com a imigração para encontrar ex-diretora da Americanas foragida

• Saiba quem é: Anna Christina Saicali, ex-diretora da Americanas foragida e investigada pela PF
• Em 9 pontos: Entenda como funcionava o esquema de fraude da Americanas

Os detalhes da procura e do pedido de ajuda de cooperação foram fechados durante uma das duas reuniões que Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, teve em Lisboa com Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária e sua equipe.

Uma fonte da PJ disse ao Portugal Giro que a partir do momento em que o nome dela é incluído na Difusão Vermelha, lista de mais procurados pela Interpol, as diligências começam.

Se ela desembarcou com um visto de trabalho, os dados fornecidos ao consulado português no Brasil são repassados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

O endereço de um prédio que teria sido fornecido pela foragida, onde funciona um escritório de advocacia brasileiro com filial portuguesa, será, com certeza, um dos locais investigados, segundo a fonte da PJ.

Caso Saicali tivesse endereço fiscal em Portugal, era obrigada a informar no momento do desembarque.

O visto de trabalho é exclusivo para Portugal e limita o acesso ao Espaço Schengen, de livre circulação na União Europeia.

Mas por ser brasileira, ela pode circular pelo bloco como turista por 90 dias. Após este período, pode pedir prorrogação por mais 90 dias, mas teria que comunicar à imigração portuguesa.

Também será feita uma consulta à base de dados da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para verificar em que circunstâncias desembarcou no último dia 15 e quais informações forneceu.

Dentro do território português, somente a PJ tem o poder de cumprir o mandado de busca internacional para extradição. Mas a Polícia de Segurança Pública (PSP) acessa o alerta e pode reter a foragida em uma blitz, por exemplo. Tudo isso foi considerado na reunião.