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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por Thomas Traumann — São Paulo

O novo Datafolha mostra que a eleição presidencial chega na reta final sob a nuvem da incerteza. Faltando 11 dias para o segundo turno, a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) é de quatro pontos percentuais, no limite da margem do empate técnico pela primeira vez na campanha. Na comparação com a semana passada, Lula manteve estabilidade com 49% contra 45% de Bolsonaro, que oscilou um ponto para cima.

O estreitamento da disputa é surpreendente por ocorrer num período de notícias ruins para Bolsonaro. Desde o último Datafolha, bolsonaristas fizeram badernas na basílica de Aparecida (SP), o PT intensificou a propaganda negativa na TV e o presidente disse em uma entrevista que havia “pintado um clima” com venezuelanas de 14 anos que ele sugeriu serem prostitutas, sendo obrigado depois a pedir desculpas. No primeiro debate do segundo turno, no domingo na TV Bandeirantes, Bolsonaro foi especialmente mal ao justificar sua gestão na pandemia de Covid. Nada disso, no entanto, afetou o seu desempenho no Datafolha. 

O resultado da pesquisa está alinhado ao de outros levantamentos divulgados nesta semana. No Ipec, a distância nos votos totais variou de 9 para 7 pontos percentuais. No Ipespe/Abrapel, a vantagem foi de 8 para 7 e, na Genial/Quaest, de 8 para 5 pontos percentuais. Embora as pesquisas não sejam metodologicamente comparáveis, elas retratam a mesma curva de aproximação dos dois candidatos. 

A campanha mais preocupada com as pesquisas é a de Lula. O ex-presidente cancelou uma viagem que faria a Manaus com a senadora Simone Tebet (MDB) para concentrar sua última semana em São Paulo e Minas Gerais. Nesta quarta-feira, Lula lançou uma carta de compromissos com os eleitores evangélicos, segmento fortemente bolsonarista.  

A boa notícia para o campo lulista é que Bolsonaro continua sendo o mais rejeitado. Metade dos entrevistados do Datafolha dizem que não votariam pela reeleição, ante 46% dos que recusam Lula.

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