Segredos do crime
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Segredos do crime

Histórias policiais, investigações e bastidores dos crimes

Informações da coluna

Uma microempresária, de 25 anos, é o novo amor do chefe da principal milícia do Rio, Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, de 44. Mulher discreta, há pouco mais de seis meses, ela passou a ser dona de uma confecção de roupas em Santa Cruz, na Zona Oeste. O local é reduto do miliciano, considerado um dos criminosos mais perigosos do estado, com 12 mandados de prisão contra ele. Após se entregar na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, no Centro do Rio, no dia 24 de dezembro do ano passado, às vésperas do Natal, ambos decidiram que era hora de se casarem.

Dois dias após a prisão do miliciano, a defesa de Zinho solicitou à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) autorização para que ele pudesse assinar o contrato de união estável com a microempresária. No último dia 15, com o deferimento do pedido, os dois passaram a ser, oficialmente, companheiros.

Como ele está preso na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, coube à advogada de Zinho pegar primeiro a assinatura da mulher dele no documento e, em seguida, levá-lo para o miliciano fazer o mesmo. Por determinação da Seap, devido à periculosidade dele e para protegê-lo, ele ficará em presídio de segurança máxima no Rio até ser transferido para uma unidade federal prisional fora do estado. No último dia 22, a juíza da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, Elizabeth Louro, a pedido da promotora Simone Sibilio, autorizou a transferência de Zinho. Há cinco presídios federais no país, mas o local é mantido em sigilo, assim como o dia da remoção.

Os dois se casaram sem que o noivo pudesse beijar a noiva. Aliás, o principal motivo do casal apressar o casório foi devido à noiva não ter como visitar Zinho, pois não havia vínculo oficial entre os dois. Com a declaração de união estável, agora é possível tirar a carteira de visitante. Em unidades de segurança máxima como Bangu 1, as visitas são restritas, mas é permitido que a companheira, filhos e advogados passem um tempo com o detento. A mulher tem direito, inclusive, às visitas íntimas.

O blog Segredos do Crime procurou a companheira de Zinho, que respondeu não se sentir a vontade de dar entrevistas.

A microempresária é a quarta mulher, oficialmente, de Zinho. Com a primeira esposa, que morreu em 2019, ele teve uma filha, de 23 anos, e outros dois filhos: de 20 e 7. Com a segunda companheira, foi pai de uma menina e, da terceira, de um menino.

Dinastia Braga

Zinho assumiu a milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste do Rio, em 2021, dois meses após a morte do antigo chefe, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. O clã Braga foi fundado, no entanto, por outro irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, antes de Ecko. Carlinhos também foi morto, mas numa troca de tiros com policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), em 2017. Segundo pessoas ligadas ao casal, teria partido dela o apelo para que ele se entregasse à Polícia Federal, com receio de que ele tivesse um destino semelhante ao dos irmãos: a morte.

A 'Família Braga' é composta pelos irmãos arlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, e ao Wellington da Silva Braga, o Ecko, e Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. — Foto: Reprodução
A 'Família Braga' é composta pelos irmãos arlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, e ao Wellington da Silva Braga, o Ecko, e Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. — Foto: Reprodução

A família Braga herdou a milícia da região, que era da chamada Liga da Justiça, criada pelos irmãos, ex-policiais, Jerônimo Guimarães, conhecido como Jerominho, e Natalino Guimarães. Ambos foram vereador e deputado estadual, respectivamente. Zinho, inclusive, é investigado por mandar assassinar Jerominho, em 2022.

Zinho e sua organização criminosa são acusados de homicídios na Zona Oeste da capital, além de Itaguaí, Seropédica e Nova Iguaçu, numa sangrenta disputa por território. Considerado "o inimigo número 1" do estado, o miliciano também foi um dos alvos da operação Dinastia da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. A investigação revelou suposta ligação do bando de Zinho com a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros (PSD), a Lucinha.

A parlamentar é suspeita de interceder pela soltura de integrantes da organização criminosa, de pedir a transferência de comandante de batalhão e até de pressionar autoridades para que fossem realizadas ações contra um grupo rival.

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