Boa Viagem
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Por , Em The New York Times

Inúmeros passageiros já enfrentaram aquela sensação tão característica, consequência da ansiedade que acompanha a turbulência no voo: olhos bem fechados, mãos agarradas aos descansos da poltrona como se a vida dependesse disso, preparando-se para a montanha-russa que virá.

Ela pode ser intensa e machucar. Segundo a Administração Federal de Aviação, 163 passageiros e tripulantes de aviões registrados nos EUA tiveram lesões sérias entre 2009 e 2022 por causa da turbulência. E, embora sejam extremamente raras, as mortes também acontecem. Foi o caso em 21 de maio, com um homem de 73 anos que estava no avião que ia de Londres para Cingapura e, por causa da turbulência severa, despencou quase dois mil metros em questão de minutos. Dezoito pessoas foram hospitalizadas e outras 12 tiveram ferimentos, como informou a Singapore Airlines.

Outros incidentes nos últimos anos também tiveram consequências graves: em março de 2023, sete passageiros de um voo da Lufthansa que ia do Texas para Frankfurt tiveram de ser hospitalizadas, com machucados leves, depois de o avião onde se encontravam ter se deparado com uma turbulência severa. Meses antes, em dezembro de 2022, cerca de 25 pessoas, incluindo uma criança, se feriram quando um voo da Hawaiian Airlines saído de Phoenix com destino a Honolulu foi pego de mau jeito por uma corrente de ar antes de pousar.

É inevitável que esses relatos levantem uma dúvida: as turbulências estão se tornando mais frequentes e mais intensas? Conversamos com alguns especialistas para saber mais sobre esse fenômeno climático tão difícil de prever. Veja aqui o que eles disseram.

O que é turbulência?

A turbulência é um movimento instável de ar, causado por mudanças na velocidade e na direção dos ventos, como correntes de jato, tempestades e frentes frias ou quentes. Pode variar de intensidade, causando mudanças que vão de insignificantes a drásticas em matéria de altitude e velocidade. Não está associada apenas às más condições de tempo, podendo ocorrer com céu limpo e claro, e também ser invisível tanto a olho nu como aos radares.

Há quatro tipos: leve, moderada, severa e extrema. Nesse último caso, o piloto pode chegar a perder o controle da aeronave e há riscos de danos estruturais à fuselagem, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

As turbulências estão se tornando mais comuns? Se sim, por quê?

Pesquisas recentes indicam que, de fato, as turbulências estão aumentando e que essa alteração é provocada pela mudança climática — ou, mais especificamente, pelas altas emissões de CO2 que afetam as correntes de ar.

Paul Williams, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Reading, na Inglaterra, estuda o fenômeno há mais de uma década, e concluiu em suas pesquisas que a frequência da turbulência de ar claro, mais comum a grandes altitudes e no inverno, pode triplicar até o fim do século. Segundo ele, de todas as categorias, essa é a que mais está aumentando no mundo todo, em todas as altitudes de voo.

Seu trabalho sugere que poderemos encontrar mais instabilidades nos próximos anos, aumentando com isso as possibilidades de ferimentos em passageiros e tripulantes.

Como as turbulências são monitoradas e medidas?

Os meteorologistas se baseiam em uma série de sistemas de algoritmos, satélites e radares para produzir previsões detalhadas de condições tais como ar frio, velocidade do vento, tempestades e turbulências para a aviação, alertando até mesmo onde e quando estas últimas podem ocorrer.

— Sem dúvida, é um dos fenômenos mais difíceis de antecipar — confirmou Jennifer Stroozas, do Centro de Meteorologia da Aviação.

Usando essas previsões, mais o monitoramento dos controladores do tráfego aéreo, os pilotos tentam evitar as áreas mais complicadas ajustando a altitude, ou seja, subindo ou descendo, o que faz com que o consumo de combustível acabe sendo maior e a manobra, mais custosa.

Segundo Robert Sumwalt, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) e atual diretor do novo centro de segurança na aviação da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, é impossível prever e/ou prevenir todas as ocorrências.

— Sempre há a possibilidade de surgir uma corrente inesperada, mas geralmente não é nada que cause ferimentos ou que vá arrancar as asas do avião.

Stroozas completou:

— Ela passa a representar um perigo maior para os aviões menores, mais suscetíveis à velocidade do vento do que as aeronaves comerciais.

A turbulência é perigosa? Como posso garantir a segurança?

Os aviões são projetados para aguentar as condições mais adversas, ou seja, é raro que sofram danos estruturais devido à turbulência; entretanto, ela pode jogar passageiros e tripulantes longe, causando com isso ferimentos graves como fraturas e hemorragias. Inúmeros especialistas enfatizam que permanecer sentado e preso ao cinto de segurança o maior tempo possível é a melhor estratégia de redução de riscos.

— Com o cinto, as probabilidades de se machucar são muito menores — confirmou Thomas Guinn, professor de ciências aplicadas de aviação da Embry-Riddle.

Williams explicou o que ocorre nos casos mais extremos:

— O movimento vertical da aeronave excede a força da gravidade, o que significa que, se não estiver sentado e literalmente "amarrado" pelo cinto, por definição você vai virar um projétil, uma catapulta, e sair voando do assento.

Apesar de extremamente raras, as mortes podem ocorrer. A última vez que alguém faleceu em decorrência dos ferimentos causados pelo fenômeno foi em 1997, quando um voo da United Airlines de Tóquio a Honolulu pegou forte turbulência sobre o Oceano Pacífico. De acordo com a investigação do NTSB, a passageira não estava de cinto e voou do assento, possivelmente batendo a cabeça no compartimento de bagagens.

Entretanto, nem todas as mortes atribuídas à forte turbulência são causadas por ela. Em março de 2023, uma ex-assessora da Casa Branca que estava a bordo de um jatinho que ia de New Hampshire para a Virgínia morreu devido aos graves ferimentos causados pelo que se pensou a princípio ser o fenômeno. Uma investigação preliminar do NTSB, porém, revelou que os pilotos tinham desligado o estabilizador, fazendo com que o avião oscilasse brevemente.

E se eu estiver com um bebê no colo?

Crianças com menos de dois anos de idade podem ficar no colo dos pais e/ou responsáveis durante o voo, mas muitos especialistas do setor acham que a prática deveria ser proibida por causa de perigos como a turbulência.

Há décadas, a Associação de Comissários de Bordo-CWA, sindicato que representa cerca de 50 mil profissionais de 19 companhias aéreas, defende que cada passageiro deve ter um assento próprio, independentemente da idade.

— Com as turbulências se tornando muito mais frequentes, a necessidade de manter as crianças em um assento individual, em segurança, se tornou uma prioridade ainda maior. Estamos falando de eventos que podem ser fatais, mas perfeitamente evitáveis quando o passageiro segue as regras e se protege — disse a presidente da entidade, Sara Nelson, em entrevista.

Segundo a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), as ocorrências inesperadas de turbulência são a principal causa de ferimentos a bordo dos pequenos. O órgão, aliás, fornece informações detalhadas sobre vários sistemas de contenção infantil e como acomodá-los corretamente no assento. Alguns produtos que oferece são compatíveis com carros também.

Há décadas, a FAA, o NTSB e a Academia Norte-Americana de Pediatria pedem aos pais que mantenham as crianças em assento próprio, acomodadas de forma segura, mas não há nenhuma lei federal que regule a medida.

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