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Por Marcos Nunes e Carla Rocha

O tráfico e a exploração de negócios ilegais pela milícia liderada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, em parte de Itaguaí, na Baixada Fluminense, ajudaram a impulsionar os homicídios no município, em 2022. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram um acréscimo de 41% no número de assassinatos na comparação com 2021. Este ano, o crime registra queda nos primeiros meses, porém, uma outra preocupação se acentua pelo avanço das atividades de traficantes para além das fronteiras, dispostos a explorar a localização estratégia do porto para estabelecer uma rota internacional de comércio. Um cenário, que somado a causas sociais, mostra-se propício para perpetuar a violência. O município, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, registrou no ano passado uma taxa de mortes violentas de 61,6 por 100 mil habitantes, o que deixa Itaguaí em 16º no ranking nacional das 50 cidades mais violentas.

Delegado titular da 50ª DP (Itaguaí), Marcos Santana foi responsável por obter o melhor resultado de Itaguaí este ano, que nos primeiros seis meses, registrou a maior queda em todo estado de crimes como letalidade violenta e de roubos a a coletivo e a transeuntes, de carros e de carga. Porém, ele aponta que o grande desafio na região é a disputa de território por facções criminosas, que ainda é responsável pela maior parte das mortes violentas.

— Aqui, efetivamente, o grande problema é a guerra entre a milícia e duas facções criminosas do tráfico que disputam espaço entre elas. A nossa análise mostra um baixo percentual para crimes como feminicídio e brigas de bar, por exemplo. A grande gama de homicídios e de letalidade violenta vem dessa busca por domínio de território. Além da milícia liderada pelo Zinho, há duas facções de tráfico que se enfrentam — explica Marcos Santana, à frente da delegacia há um ano.

Com porto, cortado pela Rio-Santos e com mais de 116 mil habitantes, Itaguaí é um local estratégico para o crime organizado, seja milícia ou tráfico. Só nos seis primeiros meses deste ano, foram registradas duas grandes apreensões de cocaína no Porto de Itaguaí.  No dia 6 de fevereiro, quase 400 quilos da droga, avaliados em torno de R$ 100 milhões, foram encontrados escondidos em meio a uma carga de café, que tinha como destino à Espanha, na Europa. A apreensão foi feita pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da Polícia Civil, e pela Polícia Federal. 

Já no dia 12 de junho, policiais civis e agentes da Divisão de Repressão ao Contrabando e ao Descaminho, da Receita federal, apreenderam 276 quilos de cocaína escondidos em 2.400 caixas de frangos. A droga seguiria para Espanha, e de lá, seria transferida para África do Sul. O tráfico doméstico é pequeno, em Itaguaí, em relação ao comércio internacional de drogas, mas também vem crescendo. Foram registradas, nos cinco primeiros meses do ano, 49 apreensões deste tipo na cidade, contra 24, de 2022. A maior facção criminosa do Rio controla o tráfico nas comunidades Sem terra e Café. Já uma facção criminosa rival chefia o comércio de drogas nos Morros do carvão e do Ueda.

Atualmente, a milícia de Zinho controla a exploração de atividades ilegais, como cobrança de taxas de segurança e transporte alternativo, no Bairro do Chaperó. No ano passado, durante uma guerra entre criminosos na região, considerada uma das mais violentas, um ônibus e uma van foram incendiados em atos de grande impacto visual e que aumentam também a percepção de insegurança da população local. Controlar territórios na cidade é considerado estratégico para o bando de Zinho já que Itaguaí faz divisa com o município de Seropédica e fica bem próxima de Nova Iguaçu, que também têm atividades ilegais exploradas por milicianos rivais. Em Nova Iguaçu, o bando de Gilson Ignácio Junior, o Juninho Varão. Já na outra cidade, o miliciano conhecido como Tubarão controla os negócios do grupo paramilitar. Ambos são rivais de Zinho e disputam com ele essas áreas e outras da Zona Oeste do Rio.

De acordo com o levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, o município do Brasil com maior taxa de mortes violentas intencionais foi Jequié (BA), com 141 registros e uma incidência de 88,8 casos desse tipo por 100 mil habitantes. Uma faixa que vai dessa cidade até a área metropolitana de Salvador (BA) abriga as quatro cidades mais perigosas do país, que também incluem Santo Antônio de Jesus (2ª), Simões Filho (3ª) e Camaçari (4ª).

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