O empresário, fisiculturista e influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, tornou-se réu por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro nesta sexta-feira, por decisão da juíza Maria da Conceição Pinto Vendeiro 3ª Vara Criminal de Diadema (SP). Também responderão ao processo outras quatro pessoas, pelos mesmos crimes. As penas máximas previstas somam 35 anos de prisão, mas podem ser ainda maiores pois a denúncia do Ministério Público indicou que os crimes foram cometidos de maneira continuada, por 60 vezes.
Cariani é acusado de ter desviado produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico. A investigação, conduzida pela Polícia Federal, apontou que em seis anos foram desviadas algo em torno de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, substâncias usadas por criminosos para transformar a pasta base de cocaína em pó e em pedras de crack.
Segundo a PF, o principal alvo no caso é a empresa Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na Grande São Paulo, e tem como sócio o influenciador fitness. "As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras", informou a PF na época da Operação Hinsberg.
Ao receber a denúncia, a magistrada de Diadema disse ver “indícios de autoria e prova da existência dos crimes”. A juíza rechaçou alegações das defesas de que as provas compartilhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) teriam sido ilícitas.
Os réus agora têm dez dias para responder às acusações. Eles estão proibidos de deixar o país e deverão entregar seus passaportes em 24 horas após a intimação. Os pedidos de bloqueio das contas dos investigados foram negados pela juíza responsável pelo caso.
A polícia deverá agora apresentar os laudos periciais, relatórios de extração de dados dos celulares e materiais apreendidos com os respectivos relatórios de análise, assim como todas as peças recebidas e apreendidas durante as investigações.
O GLOBO não conseguiu contatar a defesa de Cariani. No mês passado, quando foi alvo de operação policial, o influenciador negou o cometimento de crimes e afirmou que a atuação de sua empresa é “totalmente regulada”.
— Uma das empresas que sou sócio, que é a que está sofrendo investigação, foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história, é uma empresa linda, onde minha sócia com 71 anos de idade ainda é a grande administradora, a grande gestora da empresa, é quem conduz a empresa, que tem sede própria, que tem todas as licenças, todas certificações nacionais e internacionais, uma empresa que trabalha totalmente regulada. — disse Cariani.
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Renato Cariani: 'Fui surpreendido', diz influenciador sobre operação da PF