Desaparecido desde o início de abril, o jogador de futebol Thavisson Mendes da Silva, de 27 anos, foi encontrado morto em um córrego no bairro Marajó, em Valparaíso de Goiás, quase dois meses após deixar uma festa de aniversário e não voltar para casa.
Ao GLOBO, a irmã de Thavisson, Ana Maria Silva, o descreveu como “um menino tranquilo”. Até o momento, a família não tem informações sobre a autoria do crime, e afirma que o jogador não tinha inimigos.
— O Thavisson sempre foi um menino muito tranquilo, muito bom, era muito carinhoso, calmo, bom tio, bom irmão, bom filho. Ele fez 27 anos no dia 1º de maio e já estava desaparecido. Tinha dias que ele estava desaparecido. Não tinha inimizade, não tinha rixa, não tinha passagem pela polícia — diz a irmã.
Segundo a polícia, o cadáver foi encontrado no dia 30 de maio, decapitado e em estado avançado de decomposição, no bairro Marajó, em Valparaíso de Goiás. Nesta quarta-feira, exames realizados pelo Instituto Médico Legal confirmaram a identidade de Thavisson.
Jogador de futebol amador, Thavisson vivia do esporte. De acordo com familiares, jogava desde muito novo. Chegou a atuar em times maiores, viajou para o Rio Grande do Sul à trabalho e, depois, voltou para Goiás.
O desaparecimento
Segundo relatos de familiares, Thavisson teve um desentendimento com a mulher e dormiu na casa da mãe, em Santa Maria, entre os dias 7 de abril, domingo, e 8 de abril, segunda-feira. No dia 8, ele saiu da casa da mãe por volta das 13h, foi até a casa em que vivia com a mulher e a avisou que iria a uma “resenha” com amigos do futebol.
O evento seria a comemoração de aniversário do técnico do time Vila União, pelo qual ele jogava, e aconteceu a cerca de duas quadras da casa de Thavisson. Mais tarde, a mulher de Thavisson chegou a ir até o local da celebração, conversou com o marido e depois voltou para casa.
Às 20h, a mulher tentou entrar em contato com Thavisson, e não teve retorno. Por volta das 21h36, recebeu um áudio em que o jogador dizia estar “subindo na moto” para voltar até a casa em que viviam, mas não chegou.
Segundo a irmã de Thavisson, a cunhada enviou uma mensagem à mãe do jogador no dia seguinte, e questionou se ele teria dormido lá novamente.
— Como ela disse que eles não estavam muito bem, tinham discutido de domingo para segunda, ela pensou que ele tinha retornado novamente para dormir na casa da minha mãe, de segunda para terça. E ele não veio para cá, ele não tava aqui — explica Ana Maria.
A família decidiu, então, registrar o desaparecimento. Na quarta-feira, dia 10, à noite, uma foto da moto de Thavisson foi publicada nas redes sociais. Segundo a publicação, o veículo estava jogado em uma chácara. A polícia chegou a ir até o local, mas a moto não estava mais lá.
Dias depois, a carteira do jogador também foi localizada em uma chácara próxima ao local onde o corpo foi encontrado, segundo a Ana Maria. O morador do local, que encontrou a carteira, também relatou que na noite do desaparecimento de Thavisson, notou que alguém pulou o muro da propriedade e fez barulho, por volta de 0h.
A carteira foi achada no dia seguinte. No entanto, só chegou à polícia oito dias depois.
— A gente até tinha uma esperança de encontrar ele vivo nos primeiros dias, mas depois de achar moto, carteira, tudo, a esperança foi acabando aos poucos e a gente começou a procurar mesmo pelo corpo. Fizemos caçadas em mata, córregos, matagal, próximos, mas não tivemos êxito — explica a irmã.
Thavisson foi encontrado morto no dia 30 de maio. Segundo o delegado responsável pelo caso, Taylor Brito, o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) recebeu a informação da localização de um corpo, em um córrego.
— Diante da proximidade do local com o município de Novo Gama, suspeitamos que o corpo poderia ser do jogador Thavisson, desaparecido e visto pela última vez em Novo Gama. Diante dessas informações, solicitamos que parentes do Thavisson fossem até o IML com o fim de realizar a coleta de DNA para confronto com o corpo encontrado. Hoje, recebemos o resultado do laudo que atestou positivo como sendo o corpo de Thavisson — explica o delegado.
A Polícia Civil busca, agora, pela motivação e autoria do crime, investigado como homicídio.