Segurança Pública
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Por O Globo — Rio de Janeiro

As investigações sobre a primeira fuga realizada em um presídio de segurança máxima no Brasil, ocorrida em Mossoró (RN) na última quarta-feira, contam com uma única imagem do monitoramento de câmeras feitas na penitenciária federal. O trecho do vídeo, obtido pelo Fantástico, da TV Globo, e divulgado ontem, mostra a má qualidade no registro da saída de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento.

Na tela é possível ver dois pequenos pontos brancos, que seriam os fugitivos passando por baixo das telas de proteção, rastejando. A pouca qualidade pode ter prejudicado o monitoramento. A fuga aconteceu às 3h da madrugada de quarta-feira, mas os agentes penitenciários só detectaram a falta dos presos por volta das 5h.

O Fantástico também apresentou dados da Divisão de Inteligência da Penitenciária Federal em Mossoró. Entre as informações do relatório constam falhas nos procedimentos de segurança e na estrutura da unidade em 2019. Entre os relatos está a tentativa de fuga de um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em dezembro daquele ano.

O homem estava preso na unidade e fugiu do pátio de banho de sol, pegou a espingarda de um agente e passou a fazer ameaças. A ação, no entanto, não foi registrada porque, segundo o relatório, já faltavam câmeras e o sistema de gravação apresentava problemas.

Como mostrou o colunista Lauro Jardim, do GLOBO, 124 das 192 câmeras de segurança estavam sem funcionar, de acordo com relatório produzido em maio de 2021.

Fotos feitas durante a perícia e distribuídas pelo Ministério da Justiça mostram um buraco na parede da cela, por onde a dupla teria escapado. Uma das hipóteses é que os detentos tenham retirado pedaços de ferro, os vergalhões, das paredes da cela, e usado como ferramenta para retirar a luminária. A reportagem do Fantástico indica que possivelmente os vergalhões foram retirados da estrutura das mesas e das camas, feitas de concreto. A dupla teria enrolado o uniforme na barra para fazer menos barulho.

Após passarem pelo buraco aberto na parede, os criminosos acessaram o shaft (tubulação), e tiveram o trabalho de tirar uma das telhas de lugar e pular para o pátio.

Os presos acessaram o terraço, onde havia um canteiro de obras, cercado por um tapume. Operários que trabalhavam na obra durante o dia acessavam essa área e deixaram as ferramentas no local, entre elas, um alicate, que os fugitivos pegaram para cortar o alambrado da penitenciária.

De acordo com a Secretaria Nacional de Política PenaiL, os outros quatro presídios de segurança máxima — em Brasília, Campo Grande, Porto Velho e Catanduvas (PR) — , a área do shaft é coberta com uma laje de concreto, que impede o acesso ao pátio.

Sabonete como “reboco’’

A estimativa de peritos do Instituto Nacional de Criminalística é que os detentos levaram mais de três dias para retirar a luminária e abrir o buraco da fuga.

Ainda segundo a reportagem, está comprovado que eles usaram uma mistura de sabonete e papel higiênico como uma espécie de reboco para camuflar os buracos nas paredes. O sabonete também foi usado para deixar o buraco da fuga mais escorregadio.

O programa mostrou o controle para entrar na penitenciária, que conta com quatro pontos de checagem, e as duas celas individuais de Rogério e Deibson. O pavilhão em que os presos estavam é chamado de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), e é composto por 12 celas de isolamento. O local foi desocupado para a investigação. Segundo o blog de Julia Dualibi, no g1, por ser RDD, as celas não possuíam vistorias diárias.

De acordo com a investigação, a dupla teria agido de forma coordenada, ao mesmo tempo e com a mesma técnica para escapar. Os fugitivos continuam sendo procurados pela polícia nos arredores.

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