Segurança Pública
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Por O Globo — Rio de Janeiro

A Justiça dos Estados Unidos indiciou o brasileiro Edijalma De Souza Ferreira, de 46 anos, por contrabandear munição de Richmond, na Califórnia, para o Brasil sem licença de exportação. De acordo com a acusação, o homem desviou cerca de 12 mil cartuchos de munição em dois carregamentos de contêineres que foram exportados do Porto de Oakland em 2021. As encomendas eram identificadas como "mudança de pessoa física".

Ferreira chegou a ser preso em 29 de fevereiro, mas foi libertado após pagamento de fiança. Ele prestará novo depoimento à Justiça americana nesta quarta-feira (6), para identificação do advogado. Se condenado, o brasileiro enfrentará pena máxima de dez anos de prisão e multa de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão).

De acordo com a delegada da PF, Aline Carvalho Miranda, Edijalma é goiano e estava em situação ilegal nos EUA. Em 2008, inclusive, ele já havia sido deportado dos Estados Unidos e atualmente atuava em uma empresa de logística naquele país.

Munições destinadas a CACs

Conforme revelado pelo GLOBO, as mais de 12 mil munições traficadas dos Estados Unidos para o Brasil tinham como destino pessoas com registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), de acordo com a Polícia Federal (PF). A corporação deflagrou no último dia 29 uma operação contra o grupo suspeito de adquirir os projéteis em território americano e enviá-los ao país de forma ilegal, em contêineres identificados como "mudança de pessoa física". A ação resultou na prisão de três pessoas: duas em Goiânia, e uma em São Francisco, na Califórnia.

— Em um primeiro momento, essas munições eram encaminhadas para CACs, são os colecionadores, atiradores e caçadores que tinham registro no Exército Brasileiro — afirmou o delegado Regional de Polícia Judiciária, Rodrigo Teixeira. — Essa quantidade de munição é um volume que realmente não condiz com a prática do esporte por eles praticados — acrescentou.

A PF também suspeita que a quadrilha investigada por traficar munições utilizava os projéteis em treinamentos e competições de tiros.

Os investigadores brasileiros tiveram apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations - HSI) e da Agência de Aduanas e Proteção de Fronteiras (Customs and Border Protection - CBP) dos Estados Unidos.

— A partir de agora vamos fazer a análise do material que foi apreendido, imputar a responsabilidade a cada um dos envolvidos, na medida da sua culpabilidade, e procurar quem mais está envolvido com o tráfico e ver qual o destino final dessa quantidade de munições, pode ser que elas teriam um destino diferente daquele que o adquirente (declarou quando) fez a compra — disse o delegado.

Operação Golden Gate

Denominada Golden Gate, a ação teve como alvos uma pessoa residente na cidade americana de São Francisco, na Califórnia, e moradores de Goiânia e Trindade, em Goiás. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Trindade. Na ocasião, duas pessoas foram presas em flagrante na capital goiana, ambos são CACs. Eles foram flagrados com posse irregular de armas de fogo.

O investigado residente em São Francisco, nos EUA, é goiano e teve mandado de prisão cumprido em território americano. Ele vivia no exterior há 20 anos e foi apontado pela PF como "responsável pela logística de remessa dos contêineres com munições, dos Estados Unidos para o Brasil".

Os investigados possuem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Eles tiveram seus registros suspensos e, durante a operação deflagrada hoje, devem ter suas armas de fogo e munições apreendidas. Eles responderão pelos crimes de organização criminosa e de tráfico internacional de munições.

A acusação é o resultado de uma investigação da HSI com a assistência do Departamento de Comércio dos EUA, da Iniciativa de Segurança de Contêineres de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, do Escritório Adido da HSI em Brasília e do Serviço de Alfândega e Receita do Brasil.

Investigação em conjunto

A investigação começou em setembro de 2021, quando a Receita Federal encontrou, no Porto de Santos (SP), um contêiner com as munições. O equipamento de transporte havia sido remetido dos Estados Unidos e tinha como destinatário um morador de Goiânia.

De acordo com a PF, as munições adquiridas nos Estados Unidos estavam acompanhadas de notas fiscais de compra emitidas no país da América do Norte, em nome de moradores de Goiás.

"A partir dessa apreensão, a PF e a HSI identificaram que dezenas de outros contêineres, provenientes dos Estados Unidos, também destinados a moradores de Goiás, adotaram o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes", informou a PF.

Conforme a investigação, as munições foram adquiridas legalmente no exterior. No entanto, o envio ocorreu de forma clandestina para o Brasil "em contêineres com conteúdo autodeclarado como “mudança de pessoa física”, sem a prévia autorização do Exército Brasileiro e sem comunicação do transporte às autoridades norte-americanas e brasileiras".

Munições de arma de fogo são produtos controlados e sua importação para o Brasil depende de prévia autorização do Exército Brasileiro. Ao todo, foram apreendidas 15 armas, R$ 12 mil e US$ 61,7 mil.

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