Finanças
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Por — Rio

O dólar comercial encerrou esta sexta em leve alta de 0,28%, cotado a R$ 5,38. Foi uma semana tumultuada para os ativos no Brasil, com a moeda americana variando entre R$ 5,31 e R$ 5,42, em meio a ruídos sobre o cenário fiscal e decisão sobre a taxa de juros nos Estados Unidos, duas grandes preocupações no radar do mercado que têm pressionado os ativos nos últimos meses. Nas casas de câmbio, o dólar turismo chegou a ser negociado a R$ 5,85.

O câmbio já iniciou a semana pressionado, a R$ 5,35, mas a moeda bateu a máxima de R$ 5,42 e encerrou as negociações em R$ 5,40 na quarta-feira, o maior valor em 17 meses para a moeda americana, durante as negociações do dia. Lula afirmou em evento no Rio e em publicação no X (antigo Twitter) que "o aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão alcançar a meta de déficit sem comprometer os investimentos". A declaração gerou desconforto no mercado, que interpretou que o equilíbrio nas contas públicas viria com mais impostos, e não a partir de corte de gastos.

No mesmo dia, o Federal Reserve, o banco central americano, anunciou a decisão de manter a taxa de juros estável no país, o que tem impulsionado a valorização do dólar no mundo inteiro. Apesar de dados macroeconômicos divulgados nesta semana sugerirem uma menor inflação e mais espaço para cortes de juros nos Estados Unidos, o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, foi um tom conservador, reforçando maior cautela antes de reduzir as taxas.

Além disso, o BC americano disse esperar apenas um corte na taxa de juros americana neste ano. Antes da decisão de quarta-feira, os investidores apostavam que o Fed cortaria as taxas duas vezes até o final do ano, e viam uma alta probabilidade de um primeiro corte já em setembro, de acordo com contratos futuros. No último comunicado, o BC americano projetava três reduções. Juros altos por mais tempo tendem a valorizar a moeda americana e tornar os países emergentes, como o Brasil, menos atrativos para os investidores.

Na véspera, após o fechamento do mercado, a decisão do Senado na véspera de devolver parte da MP do PIS/Cofins ao Executivo também incomodou os investidores. A MP limitava o uso de créditos tributários usados para compensar pagamentos de impostos. Com isso, o governo esperava elevar a arrecadação, mas a má repercussão da medida, especialmente entre empresários, fez o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolvê-la. Para os analistas, o movimento foi visto como uma derrota do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Até então, ele tem sido visto pelo mercado como uma espécie de "aliado" na busca pelo cumprimento das metas fiscais.

Já na quinta-feira, falas de Haddad trouxeram certo alívio aos ativos. Ele afirmou que a agenda de revisão de gastos está ganhando tração no governo e que, para ele, as despesas precisam ser revistas. Essas falas ocorreram em meio a um momento de desconfiança no mercado sobre o cenário fiscal e a força de Haddad no governo para defender o equilíbrio das contas públicas. Antes do discurso de Haddad, a moeda era negociada a R$ 5,40 na manhã de quinta, mas a partir das falas do ministro, a moeda começou a cair e chegou a bater a mínima do dia, a R$ 5,36.

Nesta sexta, Haddad recebeu apoio dos principais banqueiros do país como fiador do reequilíbrio fiscal do Brasil. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que os banqueiros veem em Haddad disposição para ajustar as contas do país.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, avalia que as falas do presidente da Febrabran após a reunião com Haddad foram positivas para aliviar o estresse no mercado, mas destaca que os operadores ainda esperam uma sinalização mais clara do governo de apoio ao equilíbrio fiscal.

— Os relatos pós-reunião mostram que o ministro continua defendendo a agenda de reformas e o corte de gastos, e que ele está empenhado em negociar com o governo e o Congresso essa agenda. Isso ajuda um pouco os ativos, mas as incertezas em relação ao apoio do governo, principalmente do presidente, continuam sendo uma questão em aberto — ele diz.

Na semana, o dólar acumulou uma alta de 1,08%. No ano, a moeda já se valorizou em 10,91%.

Ibovespa na mínima do ano

Tiago Cunha, gestor da Ace Capital, explica que os ruídos em torno do cenário fiscal e a tentativa do governo de aumentar a arrecadação por meio de impostos também pesou sobre as ações. O Ibovespa encerrou esta sexta em leve alta de 0,08%, aos 119.662 pontos. Na semana, o índice acumulou uma queda de 0,91% e chegou a renovar o seu menor patamar de fechamento no ano, a 119.567 pontos, na quinta-feira.

— A perspectiva de que o ajuste das contas públicas virá do aumento da carga tributária acaba sendo ruim para a Bolsa, porque as empresas sofrem com isso. Essa incerteza em torno do discal tem afetado as ações mais do que as notícias, balanços e eventos corporativos nesta semana — ele afirma.

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