O fortalecimento global do dólar precipitou os ativos latino-americanos em queda, com o real brasileiro e o peso colombiano liderando as perdas das moedas de países em desenvolvimento nesta quarta-feira.
O indicador da MSCI para moedas de mercados emergentes caiu para perto do nível mais baixo em dois meses, com operadores de câmbio globais em busca da segurança do dólar antes da divulgação de dados importantes nos EUA esta semana, que podem fornecer pistas sobre a trajetória de juros na maior economia do mundo. Os pesos do Chile e do México também se enfraqueceram.
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Incertezas em países como México, Brasil e Colômbia levam investidores a abandonarem as moedas, que atraíram interesse nos meses anteriores, em um contexto de relativa estabilidade e taxas de juros elevadas.
Nas últimas semanas, a política interna dos países da região “sugou todo o ar da América Latina”, escreveu Alejo Czerwonko, diretor de Investimentos para mercados emergentes das Americas na UBS Global Wealth Management.
No Brasil, os juros futuros dispararam nesta quarta-feira, em meio a preocupações do mercado com os gastos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujas novas declarações sobre tema desagradaram aos investidores no mercado financeiro.
Os investidores também estarão atentos à decisão de juros do banco central do México esta semana, a primeira desde que o partido governista de esquerda atingiu quase maioria absoluta no Congresso e outro mandato presidencial.
Na Colômbia, a autoridade monetária deve continuar a flexibilizar os juros em meio aos cortes de gastos do presidente Gustavo Petro. Nos EUA, o foco será o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, conhecido como PCE, que sai na sexta-feira.
— O dólar permanecerá mais forte por mais tempo — escreveu Alan Ruskin, analista do Deutsche Bank.