Economia
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Por — Brasília

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que houve um “ruído natural” na relação com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro ano de governo do petista. Indicado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto se manteve na posição por causa da autonomia dada ao BC pelo Congresso. Seu mandato termina em 2024.

Segundo o presidente do BC, o que chamou de "ruído" em referência às críticas de Lula à política monetária marcada pelos juros altos no primeiro semestre já foi superado. Para ele, foi um teste para a autonomia do BC.

Campos Neto foi questionado diretamente sobre a relação com o governo, em transmissão ao vivo na internet do BC nesta segunda-feira.

— Obviamente você teve os ruídos, do primeiro grande teste da autonomia, mas eu acho que superados. É um primeiro teste, tem um ruído natural e vem um grande aprendizado com esse processo em termos de maturidade institucional — avaliou Campos Neto durante a live.

A autonomia operacional do BC foi sancionada em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. Portanto, em janeiro deste ano houve a primeira transição de mandato presidencial na qual o novo presidente da República não pôde trocar o titular do BC.

— O Banco Central conseguiu manter o trabalho e conseguiu claramente mostrar para a sociedade que é um órgão técnico, que tem uma visão de política monetária e macroeconômica que vai muito além de um mandato de um governo — disse o presidente do BC.

Lula poderá indicar o sucessor de Campos Neto, que tomará posse em 2025, e já começou a indicar substitutos de diretores do BC cujos mandatos estão terminando. Um deles foi Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo da Fazenda, que atualmente é diretor de Política Monetária do BC. Ele é apontado como provável escolha de Lula para substituir Campos Neto.

Frustração com reajuste

Campos Neto segue para seu último ano de mandato em 2024 reconhecendo como “frustração” o fato de as demandas de servidores da casa ainda não terem sido atendidas pelo governo. Os funcionários pedem reestruturação de carreira e aumento salarial e têm feito movimentos grevistas.

— A gente faz viagens internacionais e dizem que o BC brasileiro está na vanguarda da tecnologia, mas ao mesmo tempo eu vejo que tem uma insatisfação do quadro em relação às condições de trabalho. Essa parte do reconhecimento interno, eu gostaria de ter contribuído mais. Merecimento não falta, diante de tudo o que foi feito. Essa parte interna eu diria que foi a mais frustrante — mencionou.

A diretora de administração do Banco Central, Carolina Barros, vem liderando com Campos Neto as tratativas com o governo. A chamada operação-padrão dos servidores começou em julho deste ano. Em função disso, há constante atraso na divulgação de dados econômico-financeiros mensais na autoridade monetária.

Pix em outros países

Outro tema tratado pelo presidente do Banco Central, nesta segunda-feira, foram as experiências iniciais de utilização de Pix na Europa e América Latina.

Países vizinhos do Brasil estão empenhados em “adotar” o Pix, diz ele. O desafio agora seria possibilitar a integração ampla com os sistema de pagamento de outros países, segundo o chefe do BC.

— Outro dia eu recebi, por exemplo, (informações de) países na Europa, as pessoas pagando com Pix. Na América Latina, Argentina, Uruguai, Paraguai você consegue pagar com Pix. A gente vê que tem um interesse grande na plataforma. Mas, como eu disse, o grande pulo de gato é conseguir conectar as diferentes plataformas de pagamento, para conseguir fazer a internacionalização — relatou.

Parcelado sem juros

A ideia de acabar com as compras de cartão de crédito sem juros foi mais uma vez negada pelo presidente do Banco Central. Ele assegura, contudo, que a modalidade precisa de ajustes.

O parcelamento sem juros vem crescendo em linha com o aumento do consumo da população, mas, segundo o BC, é um dos motivos para a alta dos juros. O argumento é que as compras com grande número de parcelas dificultam a recuperação de crédito e, consequentemente, aumentam o risco para as instituições financeiras. Uma ideia já ventilada pelo BC é reduzir o número de parcelas.

— Várias distorções no sistema precisam ser resolvidas. A gente entende que precisa ter uma conversa ampla com todos. Em nenhum o Banco Central quer ou vai fazer algum tipo de mudança que influencie a capacidade das pessoas de comprar, mas é importante olhar o longo prazo — disse.

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