Economia
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Por — Brasília

O economista Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset Management e ex-secretário especial do Tesouro Nacional, afirma que o arcabouço fiscal foi um avanço importante, mas que não é suficiente para equacionar as contas públicas. Para ele, a defesa que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz sobre para manter o déficit zero é importante, ainda que o mercado trabalhe com a hipótese de mudança.

Para o economista, cenário internacional mudou para melhor, com a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, o que irá favorecer países emergentes como o Brasil.

Como avalia o risco de mudança da meta de déficit zero neste ano?

A possibilidade de não cumprimento da meta já está prevista dentro do arcabouço. Você tem dois instrumentos para essa situação: contingenciar (bloquear gastos) até o limite, para tentar chegar na meta, ou não cumprir a meta e ajustar para um nível de despesa menor nos anos seguintes. E segue o jogo.

O arcabou, então, tem essa vantagem?

A gente avançou no novo arcabouço, que ancoraria expectativas e traria previsibilidade. Resolve o fiscal? Não resolve. Estamos na seguinte situação: não vamos ter crise, mas também não teremos solução fiscal. Esse é um ponto importante. Ele elimina um risco de cauda importante, mas não resolve o problema fiscal.

Mudar a meta é um problema? Ou o mercado já precificou a mudança?

Quando começa a discutir meta, aí você pode ter um problema de credibilidade, que é importante para a expectativa. E não é abstrato. Isso se reflete nos juros pelo Tesouro e nos juros pagos pelas pessoas na economia, e que se reflete em crescimento econômico e emprego. O ministro Haddad tem sido vocal em quão importante é manter a meta. Esse ponto é positivo.

Esse risco de alteração da meta já está no preço?

Acho que já está no preço, mas não é porque está no preço que tem que mudar a meta. O dano é muito maior que os benefícios gerados. Acaba desgastando o próprio arcabouço, que requer credibilidade. Se começa a fazer essas medidas para tentar encontrar um espaço para não seguir o modelo, como tinha sido combinado, isso acaba sendo ruim para a economia.

Se já está no preço a mudança da meta, se o governo surpreender, tem um ganho na mudança dos ativos…

Acho que a melhor notícia que poderia vir é o governo seguir aquilo que ele propôs. Pode até não bater a meta, mas segue o arcabouço, faz o que foi discutido no Congresso e levado pelo governo, segue o que o Haddad está tentando fazer.

Mas e a solução alternativa que é manter a meta mas com a interpretação nova do contingenciamento com um bloqueio menor?

Acaba sendo uma solução do meio termo, mas qualquer tipo de interferência ou interpretação que possa trazer um sentido de que há um artifício para não seguir exatamente a regra que foi desenhada acaba ferindo a credibilidade, e isso acaba se traduzindo para juros e risco.

Há possibilidade de juros mais baixos no Brasil até o fim do ano?

Como os EUA podem começar a reduzir antes, abre espaço para continuidade da queda dos juros no Brasil. Agora pode chegar a 8,5% já em 2024. Não em 2025. Prevíamos 9,5% no final de 24 e 8,5% no final de 2025. Agora já é 8,5% no final de 2024. E aí para. Com inflação de 4% e crescimento de 1,5%. E vai para 2% em 2025.

Por que fizemos tantas reformas e as projeções estão tão baixas?

O mercado já errou muito nos últimos quatro anos as projeções de crescimento. Viemos de uma pandemia e o Brasil fez muitas reformas, isso deixa mais difícil para os modelos, que olham dados do passado para fazer projeções. Diria que há um viés de alta para essas estimativas de crescimento.

O que mais te surpreendeu neste governo?

A grande surpresa foi o engajamento do Haddad, foi boa surpresa, ele de fato vestiu a camisa de goleiro e zagueiro e faz o papel que tem que fazer. Esse é o papel da Fazenda, foi surpresa muito positiva.

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