Economia
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Por — Rio de Janeiro

As vendas do comércio brasileiro atingiram o ponto mais alto da série em abril, após o setor ter se mantido estável em março, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira. Elas cresceram 0,9% no mês. No entanto, ficaram abaixo da expectativa.

  • No acumulado do ano, o setor expandiu 4,9%. Já em 12 meses, a alta do varejo é de 2,7%
  • O resultado veio abaixo da expectativa dos analistas, que esperavam alta de 1,5%

De acordo com o IBGE, um dos principais fatores que explicam a alta foi a conjuntura macroeconômica, que permitiu uma expansão do crédito e o crescimento do número de pessoas empregadas.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explica que o comportamento de quatro meses positivos seguidos também aconteceu no ano passado, entre junho e setembro, mas com amplitudes menores. Já neste ano o setor apresenta resultados mais expressivos, alcançando agora o recorde da série com ajuste sazonal, maior número desde outubro/novembro de 2021.

— Questões distintas acabam acontecendo nesse período, uma delas é o fato de que a gente teve uma expansão do crédito para pessoas físicas, seguida do nível de crescimento de pessoas ocupadas e da massa de rendimento. Esses são fatores que vem trazendo esse crescimento — explica Santos.

O que dizem os analistas?

O desempenho do setor em abril veio abaixo das expectativas dos analistas. De acordo com Rodolfo Margato, economista da XP, a surpresa ficou concentrada na categoria de atacarejo, o atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo.

"É importante destacar que esse setor (o varejo) cresceu pelo quarto mês consecutivo, mas ainda com uma taxa de variação abaixo do esperado em abril, já que nossa projeção e a mediana do mercado apontavam para crescimento acima de 1,5% em relação ao mês anterior", explicou Margato.

A consultoria Goldman Sachs também considerou o resultado de abril com um crescimento fraco, mas destacou que as expectativas são de que nos próximos meses a conjuntura econômica siga aumentando o rendimento das famílias, e assim contribuindo para maior crescimento do setor.

"Daqui em diante, esperamos que a atividade de varejo continue a se beneficiar de um estímulo fiscal significativo (transferências fiscais federais para famílias de baixa renda com uma elevada propensão para o consumo), além de uma sólida expansão do rendimento disponível das famílias reais e a recuperação do ciclo de crédito", publicou a consultoria em nota.

Alta nos setores de hiper e supermercados e produtos eletrônicos

Na passagem de março para abril, cinco das oito atividades pesquisadas tiveram crescimento nas vendas. Uma das principais influências positivas foi no segmento de hiper e supermercados (1,5%), que responde a 55,2% do índice geral, e teve alta após duas variações negativas seguidas (-0,2% em março e -0,1% em fevereiro). De acordo com o gerente, essa base mais baixa é o que explica o crescimento em abril.

— Apesar de o setor ter tido uma contribuição forte na atividade de hiper e supermercados, porque ela pesa bastante e acaba influenciando muito, o protagonismo desse segmento não foi tão intenso nesses primeiros meses. Houve um crescimento mais espalhado de outras atividades que acabaram se intercalando e contribuindo para essa expansão na atividade econômica — comenta.

Uma dessas outras atividades que também cresceu foi o segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%). De acordo com o gerente, essa variação significa um rebatimento do mês anterior, quando houve queda de 10,1%, por conta do crescimento forte do dólar.

— Apesar da alta do dólar, que sempre puxa para baixo, (o segmento) foi bastante influenciado por uma queda nos preços dos eletrônicos, algumas grandes marcas deram descontos nos produtos e o setor conseguiu se recuperar. Teve inclusive deflação, nesse caso específico, e isso acabou também contribuindo para um crescimento nessa atividade, que havia caído antes — explica Santos.

Já o setor de móveis e eletrodomésticos (2,4%) voltou ao campo positivo após a queda de 1,9% em março. “Em abril, a trajetória foi distinta para as duas subatividades: enquanto a de eletrodomésticos ficou estável, pendendo para baixo, a de móveis cresceu, o que trouxe o setor para o lado positivo”, analisa Cristiano.

— No início do ano a gente viu força no crescimento de móveis e eletrodomésticos, que teve queda em março, mas cresceu de novo em abril, e essas atividades vem de uma trajetória de recuperação relativa ao ano passado, que foi um ano com grande fechamento de unidades locais e lojas físicas, e esse ano elas ajudam a contribuir também pra esse indicador geral positivo.

Ele explica que o resultado desse segmento é relacionado a um período desfavorável para as vendas no ano passado. “Em 2023, especialmente no segundo semestre, alguns setores tiveram resultados muito ruins para grandes cadeias, com posterior fechamento de lojas. No início deste ano, estamos observando uma recuperação dessas atividades, inclusive com abertura de novas unidades locais”, destaca.

Também houve crescimento nas atividades de combustíveis e lubrificantes (2,2%), que tiveram a primeira alta do ano, além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%), que registraram o terceiro número positivo seguido em 2024.

Queda no comércio varejista ampliado

Por outro lado, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos e peças, materiais de construção e atacado de alimentos, houve queda de 1% em abril. Santos explica que embora a pesquisa ainda não faça o cálculo da atividade do atacarejo, os resultados dessas empresas estão na contabilidade do indicador varejo ampliado e puxaram a queda no setor.

— O resultado dessas empresas de atacarejo fez com que o total do setor tivesse um valor negativo, apesar de atividades como materiais de construção terem resultado positivo — disse ele.

Já as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (-0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,7%) tiveram queda em abril. O setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,0%), que inclui lojas de departamento, óticas e joalherias, se manteve estável.

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