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Um dos movimentos mais fortes da moda contemporânea, o upcycling se expande. Prova disso é a última Semana de Moda de Paris, em que grifes como Balenciaga mostraram na passarela peças criadas sob esse conceito. Em paralelo, marcas mainstream como a Miu Miu lançam coleções cápsulas upcycled e designers da nova geração, como os suecos Ellen Hodakova, Josephine Bergqvist e Livia Schück, da Rave Review, e a brasileira Renata Brenha, entram no circuito internacional partindo desse princípio.
“O upcycling pode ser estratégia de design sustentável e modelo de negócio. Cada vez mais, esse tipo de estratégia convive com esquemas lineares de produção”, diz Yamê Reis, consultora de moda ESG. Ela ressalta que no Brasil há casos exemplares. “A Oficina Muda, no Rio, é o case mais bem-sucedido de upcycling. Em São Paulo, a Comas é uma pioneira.”
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Na Balenciaga, o diretor de criação Demna Gvasalia reaproveitou lingeries para dar forma ao vestido que fechou o desfile de outono-inverno 2024/2025. “Queria que representasse um elo entre o passado e o futuro da Balenciaga como uma casa baseada no valor criativo”, disse o estilista. Já a Miu Miu lançou sua quarta coleção cápsula upcycled no início do ano. Desta vez, de denim, em que foram utilizados jeans de antes do ano 2000 — além de ser encontrado em quantidade mundo afora, é uma matéria-prima resistente.
Segundo Yamê, o momento é de transição. “Marcas consagradas têm força na disseminação do novo. No caso da Balenciaga, são peças conceito. O desafio agora é saber como escalonar essa produção. Porém, ao mesmo tempo, faz sentido ser uma edição limitada, longe do exagero de consumo, para dialogar com a moda sustentável”, conclui.
