Botafogo
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Por Redação do GLOBO — Rio de Janeiro

Jogador do Botafogo desde agosto de 2023, Bastos vem vivendo sua melhor fase no clube. Em uma crescente de produção, principalmente desde que Artur Jorge assumiu como treinador, o zagueiro foi o melhor em campo no clássico de ontem contra o Fluminense, e marcou de cabeça o gol que decretou a vitória por 1 a 0, pelo Brasileirão.

O angolano de 33 anos não se destaca apenas pela capacidade de se posicionar e fazer cortes em jogadas por chão e pelo ar, mesmo tendo 1,84 m, altura até mediana para um zagueiro. A sua origem também é forte elemento. Ele é um dos poucos africanos atuando no futebol brasileiro, tendo chegado por aqui após passagens pelo futebol russo, italiano e saudita.

Tímido nos contatos com a imprensa após as partidas do Botafogo, porém, Bastos passou toda a sua trajetória a limpo desde a infância, em uma entrevista à sua esposa, a jornalista Nerika Quissanga (assista na íntegra no final da matéria). Em 2020, quando defendia a Lazio, conversou com ela em seu canal do YouTube, e destacou como precisou amar o futebol para sair de Luanda e realizar o sonho de ser profissional na Europa.

— Quando tive a oportunidade de chegar à equipe principal do Petro (clube de Luanda), as coisas mudaram muito, para mim e meus familiares. Consegui ajudar os meus pais naquilo que podia. Àquela altura, éramos oito irmãos e vivíamos todos na mesma casa. Foi sempre difícil. Um bairro muito carente e a casa não oferecia grandes condições. Ratos passavam por cima da gente. Sem energia, sem água — lembrou ao canal Know My Story ("Conheça Minha História").

— Passava dificuldades. Às vezes, tomava o café da manhã, mas não almoçava, esperava a janta. Claro que havia dias que tinha as três refeições também. Meus pais sempre batalharam muito para nos dar uma vida digna — contou. — E minha mãe dizia que eu tinha de trabalhar. Amigos diziam: "Você vai treinar? Você não vai se tornar jogador profissional". Encarava isso como um incentivo para ir atrás.

Adaptação difícil

Em 2013, ele saiu de Angola e se transferiu para o Rostov, da Rússia. Para o jovem que precisou caminhar longas distâncias para treinar em seu país de origem e que não possuía chuteiras próprias, foi uma grande mudança de patamar.

Bastos, zagueiro do Botafogo, em primeiro treino pelo Rostov, da Rússia — Foto: Reprodução/Instagram
Bastos, zagueiro do Botafogo, em primeiro treino pelo Rostov, da Rússia — Foto: Reprodução/Instagram

Ainda assim, Bastos lembrou que o primeiro ano de adaptação à Europa foi bem difícil, por questões como a comida local, o clima frio e o idioma, muito diferente do português também falado na nação africana.

— Eu sempre pus na cabeça que queria sair de Angola e ter a oportunidade de jogar nos campeonatos europeus — destacou. — No primeiro ano, não pude receber visitar frequentes da família. Muito difícil. Mas, quando você acredita em algo, consegue superar tudo o que encontra pela frente. Então, dei a volta por cima e me adaptei muito bem.

Em 2016, chegou à Lazio, onde ficou por quatro anos. A Itália foi um pouco mais fácil para ele se adaptar, pelas similaridades maiores. Depois, se aventurou em um período de empréstimo no mesmo Rostov, e defendeu Al-Ain e Al-Ahli, ambos da Arábia Saudita, antes de chegar ao Botafogo. Nesta temporada, são 23 jogos feitos e dois gols marcados.

Pela família e o país

Há quatro anos, Bastos Quissanga já se mostrava orgulhoso pela trajetória percorrida, e a pessoa que se tornou, profissional e pessoalmente. Tudo baseado em um grande amor pelo futebol.

— Eu costumava dizer: "Só conseguem ser jogadoras profissionais de futebol aquelas pessoas que amam e têm paixão por isso." Porque aí você não nota o cansaço — afirmou Bastos. — Obviamente, tem momentos que estou em baixa, ou quando tem aniversários de pessoas próximas e não posso ir, porque a profissão obriga a se fazer presente pelo profissionalismo. São momentos muito difíceis. Tem que gostar de verdade.

Família de Bastos no Rio de Janeiro: Nerika, Akine e Akiren — Foto: Reprodução/Instagram
Família de Bastos no Rio de Janeiro: Nerika, Akine e Akiren — Foto: Reprodução/Instagram
Nerika vibra com atuação de Bastos contra o Fluminense: "Bastão Fofão do Fogão" — Foto: Reprodução/Instagram
Nerika vibra com atuação de Bastos contra o Fluminense: "Bastão Fofão do Fogão" — Foto: Reprodução/Instagram

Em meio à vida de sacrifícios que o futebol profissional pede, construiu sua família e teve dois filhos com Nerika. O casal assumiu o relacionamento no início de 2019 e se casou em janeiro de 2020. Akine nasceu no final do mesmo ano, e Akiren, em 2022. Ontem, a família toda esteve presente no Nilton Santos e vibrou bastante com a atuação de Bastos.

— Penso que tenho que fazer por mim, pelos meus familiares e pelo nome do meu país. Quando estou em campo, eles não associam só o Bastos, eles dizem o "angolano Bastos". Então, procuro dar o meu melhor — concluiu o jogador.

Confira a entrevista completa:

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