Até os minutos finais da segunda etapa, era possível dizer que o Botafogo tinha mais sorte do que juízo no empate parcial contra o Criciúma. Mesmo com um desempenho bem aquém do esperado, assim como contra o Athletico, a equipe conquistava um empate importante em Santa Catarina. No entanto, esse cenário caiu por terra aos 38 minutos, quando Óscar Romero errou em tentativa de corta-luz e a bola foi recuperada pelo time catarinense, que saiu em contra-ataque aproveitado por Arthur Caike para marcar o segundo e concretizar a merecida vitória dos donos da casa por 2 a 1 — Barreto fez o outro do Criciúma. A derrota pôs fim a uma sequência de nove jogos de invencibilidade do alvinegro.
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Por mais que fique marcado como o erro crucial para a derrota, o lance de Romero não foi o único problema do Botafogo na partida de ontem. Mais uma vez mal tecnicamente, a equipe acumulou passes errados no campo ofensivo e, mesmo com os 62% de posse de bola, sofreu para criar chances de perigo.
O alvinegro abusou dos passes longos (51) e cruzamentos (31). No entanto, acertou apenas 26 e sete, respectivamente. Em uma dessas raras bolas alçadas na área com sucesso, Lucas Halter marcou um bonito gol de cabeça em escanteio cobrado por Romero.
— Cometemos erros que não podem ser cometidos e fomos abaixo do esperado. É descansar para voltar a vencer na próxima semana. Temos que dar a volta por cima em casa — disse o zagueiro.
Para a próxima partida, na quarta, contra o Bragantino, o técnico Artur Jorge ainda terá que resolver os problemas físicos que a equipe demonstrou ter ontem. Ao longo dos noventa minutos, o Botafogo passou longe de ter a velocidade e a imposição física, marca registrada desse elenco.
Nomes como Cuiabano e Luiz Henrique, por exemplo, deram sinais de cansaço e acumularam erros técnicos logo na primeira etapa. Além deles, outros jogadores importantes como Júnior Santos e Tiquinho também estiveram apagados — o camisa 11 precisou deixar o campo de maca após o jogo com dores na coxa direita.
Sem Savarino, na Copa América com a Venezuela, e Jeffinho, lesionado, o Botafogo não tem um jogador com aptidão pelo lado esquerdo do ataque. Com isso, o time perde profundidade pelo setor, já que Tchê Tchê e Luiz Henrique, que têm sido utilizados, tendem a centralizar. Isso deixa a equipe previsível, principalmente se Cuiabano estiver mal, como aconteceu nas últimas partidas.