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A condenação inédita dos três torcedores do Valencia pela Justiça da Espanha, na última segunda-feira, por proferirem insultos racistas contra o brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, foi um marco para o futebol internacional. Entretanto, ainda que tenham recebido uma sentença de oito meses de prisão e banimento dos estádios por dois anos, eles não irão para a cadeia. O motivo está na legislação espanhola: o Código Penal do país permite que penas inferiores a dois anos sejam suspensas, em casos de crimes não violentos, se o juiz ou tribunal acreditar que o réu não voltará a infringir a lei. O fato de os três serem réus primários, de acordo com o reportagem do UOL, contribui para esse entendimento.
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O Ministério Público da Espanha, a La Liga, a Federação Espanhola de Futebol e os advogados de Vini Jr fizeram um acordo para que os condenados tivessem a pena de oito meses de prisão suspensa, mas de forma condicional: ela pode ser reavaliada se eles cometerem qualquer tipo de crime até 2027. Isso deve ser oficalizado nos próximos dias.
Como racismo sofrido por Vini Jr. na Espanha revoltou o mundo
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Vinícius Júnior se tornou voz importante no debate contra o racismo ao redor do mundo — Foto: Editoria de Arte
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Torcedores do Atletico de Madri penduraram boneco enforcado com camisa de Vinícius Junior em Janeiro — Foto: Editoria de Arte
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Torcedores do Valencia hostilizaram Vini Jr na chegada ao estádio Mestalla, fazendo coro com músicas racistas — Foto: Editoria de Arte
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Vinícius Junior rebateu torcedores do Valencia que proferiam ofensas racistas — Foto: Editoria de Arte
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Depois de oito minutos e aviso sonoro emitido no estádio Mestalla, o juiz autorizou o reinício da partida — Foto: Editoria de Arte
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Vinícius Junior foi expulso da partida durante confusão generalizada entre jogadores, apesar de ter reagido ao mata-leão que recebeu — Foto: Editoria de Arte
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Ancelotti defendeu Vini Jr. e criticou ineficiência da LaLiga em coletiva após a partida — Foto: Editoria de Arte
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Presidente Lula prestou solidariedade a Vinícius Junior durante um discurso no encontro do G7, no Japão — Foto: Editoria de Arte
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Polícia espanhola prendeu sete torcedores dois dias depois, mas três já foram soltos — Foto: Editoria de Arte
Vini Jr não foi o primeiro a sofrer racismo no futebol, mas virou referência na luta contra o preconceito pela maneira como reagiu. Seu posicionamento nas redes sociais fez a opinião pública ficar a seu favor e pressionar La Liga e Real Madrid para tomarem providências efetivas.
- Manifestação que repercutiu: 'Que os outros racistas tenham medo'
O Real Madrid denunciou à Procuradoria Geral da Espanha crimes de ódio e discriminação sofridos pelo atacante brasileiro na derrota por 1 a 0 contra o Valência, ano passado, pelo Campeonato Espanhol.
Nos últimos anos várias denúncias foram feitas à La Liga, não só sobre Vini Jr em vários estádios, mas de outros atletas , mas todas elas foram arquivadas por diferentes motivos. Situação que mudou quando representantes da Liga fizeram a denúncia ao Ministério Público espanhol.
— Muitos pediram para que eu ignorasse, outros tantos disseram que minha luta era em vão e que eu deveria apenas "jogar futebol". Mas, como sempre disse, não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas. Essa primeira condenação penal da história da Espanha não é por mim. É por todos os pretos. Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras. Caso contrário, estarei aqui para cobrar. Obrigado a La Liga e ao Real Madrid por ajudarem nessa condenação histórica. Vem mais por aí — postou Vini Jr. após a divulgação da sentença, na última segunda-feira.
