Após receber a notícia da morte do escritor americano Paul Auster, nesta terça-feira (30), Luiz Schwarcz, editor e fundador da Companhia das Letras, afirmou ter perdido um amigo. Ele também disse que a doença do escritor estava em estágio avançado. Nas redes sociais da editora, Schwarcz publicou um texto sobre sua amizade com Auster:
“Perdi um bom amigo e perdemos um amigo do Brasil. Convivi com Paul não só em suas visitas ao Brasil como em Nova York, em sua casa do Brooklin. Certa vez me levou para o estúdio em Tribeca onde montava seu novo filme. Ele era carinhoso e dedicado profundamente ao trabalho literário. Os amigos eram informados regularmente por sua companheira, Siri Hustvedt, sobre o estado de saúde do Old Man — apelido de Paul. Sabíamos que nos últimos tempos os cuidados eram paliativos, dado o estágio da doença. Já com câncer avançado, Paul e Siri tiveram Miles, um neto que foi celebrado como se celebra a vida, por quem Paul esperava vir a ser chamado de Papa. Estou muito triste. Obrigado, Paul”.
A editora também divulgou uma nota oficial em suas redes sociais:
“A Companhia das Letras lamenta profundamente o falecimento de Paul Auster. Nome de ponta da literatura mundial, o escritor, poeta e roteirista deixa como legado uma voz singular e narrativas verdadeiramente humanas, que ecoarão por gerações.
Autor de títulos aclamados por público e crítica como “A invenção da solidão”, seu livro de estreia, e “A trilogia de Nova York”, estabeleceu-se como figura influente tanto na literatura quanto no pensamento contemporâneo. Sua habilidade em explorar os mistérios da existência e as complexidades das relações humanas conquistou leitores em todo o mundo.
Nascido em 1947, em Newark, Nova Jersey, dedicou sua vida à escrita, produzindo uma vasta e premiada bibliografia, traduzida para mais de quarenta idiomas. Pela Companhia, publicou também “A noite do oráculo”, “O livro das ilusões” “Leviatã”, “4 3 2 1”, “Homem no escuro” e “Timbuktu”, entre outros. Em 2024, lançaremos o 18º e último romance de Auster, “Baumgartner”, uma história sobre amor, memória e luto. Nos solidarizamos com os amigos, familiares e leitores do autor.”