Saiba como funciona a arma medieval usada pelo exército de Israel em ataques contra o Líbano

Equipamento tem sua origem na antiga China, e foi implementado ao longo da história para realizar ataques com objetos pesados

Por O Globo — Rio de Janeiro


IDF usa tecnologia medieval para realizar ataques contra o Hezbollah, no Líbano Reprodução/X

Um grupo de soldados israelenses protagonizaram uma cena inusitada ao serem filmados com um aparelho medieval usado para lançar bolas de fogo em posições do Hezbollah no Líbano. Esse vídeo, postado nas redes sociais nesta quinta-feira, surpreendeu os internautas pelo uso de uma arma tão “primitiva” por uma das Forças Armadas mais tecnológicas do mundo.

Conhecido como “Trabuco”, esse aparelho tem sido usado pela IDF para atirar projéteis por cima de um muro que demarca os espaços de Israel e Líbano. Esta engenhoca medieval, geralmente referida como “trébuchet”, em francês, teve suas origens na antiga China. O dispositivo surgiu a partir de um tipo anterior, ainda mais rudimentar, de lançador conhecido genericamente como “mangonel” e “catapulta de tração” que os chineses usaram já no século IV a.C.

Assista ao vídeo abaixo

Forças de Israel usam 'arma medieval' para lançar bolas de fogo ao Líbano

Depois, surgiu a variante mais sofisticada do trabuco de contrapeso, desenvolvida muito mais tarde tanto na Europa quanto no mundo islâmico durante a Idade Média. Esse tipo utilizava um contrapeso fixo para lançar projéteis, permitindo maior alcance e precisão. O exemplar mais antigo registrado na Europa data do século XII.

O trabuco foi muito útil nos cercos a castelos e fortificações ao lançar grandes pedras e outros projéteis para danificar as muralhas ou causar destruição à distância. Até o desenvolvimento da artilharia com pólvora no final da Idade Média, ele foi um meio significativo de ataque durante um cerco devido à sua eficácia e poder ao lançar grandes cargas.

Réplica de um trabuco medieval francês — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Segundo a emissora israelense KAN News, o uso desse equipamento pela IDF foi uma iniciativa isolada e não reflete uma prática comum entre os militares. Essa abordagem foi adotada devido ao terreno acidentado do Líbano, que dificulta ataques convencionais. Mesmo assim, a combinação de táticas antigas e modernas em um conflito contemporâneo despertou grande atenção nas redes sociais.

“A área na fronteira com o Líbano é caracterizada por pedras, matagais e densa vegetação espinhosa, o que representa um desafio para as tropas das IDF destacadas na defesa”, explicou a KAN News.

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