Sem a presença do reitor, audiência sobre orçamento na UFF termina com acusações de agressões entre estudantes e seguranças

Grupo de estudantes teria impedido saída de representantes da universidade do auditório e se envolvido em disputa física com seguranças ao tentar ocupar Reitoria

Por O Globo — Niterói


Reunião para discutir orçamento na UFF acabou em acusações de agressões Reprodução

RESUMO

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GERADO EM: 19/06/2024 - 19:04

Conflito na audiência sobre orçamento da UFF

Audiência sobre orçamento na UFF termina em confusão e agressões entre estudantes e seguranças. Reitor não compareceu, gerando protestos e críticas. Movimento estudantil acusa truculência por parte da segurança da universidade. A UFF, por sua vez, diz que medidas legais serão tomadas para apurar responsabilidades.

Uma audiência pública para discutir o orçamento da Universidade Federal Fluminense (UFF) terminou com acusações de agressões físicas entre estudantes e seguranças. Embora tenha sido convocada pela reitoria da instituição, a reunião, realizada na tarde desta terça-feira (18), não contou com a participação do reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, nem do vice-reitor, Fabio Passos. Além da crise orçamentária, outro tema na pauta da reunião era a greve de professores e técnico-administrativos, que já se arrasta desde 29 de abril.

Com a ausência do reitor e do vice-reitor, a mesa de debate foi formada pelo pró-reitor de orçamento, Júlio Cesar Andrade, além de três representantes da Pró-Reitoria de Planejamento. A ausência dos gestores da universidade foi criticada pelo movimento grevista.

“A ausência de Antonio Claudio, sem qualquer aviso prévio, causou descontentamento, frustração e protestos. Diversos estudantes se deslocaram de outros municípios para participar da atividade, e contavam com a presença do gestor máximo da universidade. O fato de a TV Universitária da UFF não montar estrutura para transmitir ao vivo a audiência reforçou que a reitoria não deu importância à reunião”, relatou, em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff).

De acordo com a UFF, que em nota oficial fala em “graves episódios de violência e desrespeito”, um grupo de estudantes impediu a saída dos representantes da universidade presentes no auditório e tentou entrar à força na Reitoria, chegando a agredir seguranças.

“Após tentativas de iniciar a audiência sem sucesso, o Pró-Reitor e a equipe técnica da Pró-Reitoria de Planejamento foram impedidos de sair do local por um grupo de estudantes, que trancaram o auditório, exigindo a presença do reitor como condição para liberar os servidores. Após algum tempo, esses estudantes seguiram em ato até a Reitoria e forçaram a entrada do prédio da administração central, agredindo os funcionários que trabalham na segurança patrimonial do Cine Arte UFF”, afirmou a universidade.

Em nota, o Sintuff diz que estudantes caminharam até o prédio da Reitoria da UFF, em Icaraí, onde houve ocupação do prédio pelo movimento estudantil. “Com truculência, seguranças tentaram obstruir a entrada da comunidade universitária no edifício público. Segundo o DCE-UFF, ‘houve tentativas de estrangulamento, estudantes receberam socos e tiveram cabelos puxados até serem arrancados da cabeça’.”

“Ocupações estudantis são comuns em universidades pelo Brasil e no mundo, tratam-se de ações legítimas, democráticas e de eficiência comprovada para o acolhimento de reivindicações. É inaceitável que a reitoria da UFF, com uma mentalidade provinciana, trate desta forma o movimento estudantil e sua mobilização política”, complementou o Sintuff.

No Instagram, estudantes também deram sua versão para o episódio: "Como alternativa de uma nova tentativa de diálogo com o reitor, os estudantes fizeram um ato da UFF Gragoatá até o prédio da reitoria. E mesmo assim não fomos escutados, e como última alternativa ocupamos o prédio. E mais uma vez, como resposta da democracia da atual gestão da reitoria da UFF, sofremos agressão por parte dos seguranças", publicou.

A gestão da universidade informou que “todas as medidas legais serão tomadas para apurar e responsabilizar os envolvidos nos excessos cometidos”.

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