Futebol 7, divulgação de rifa e motorista de aplicativo: Saiba onde estão jogadores banidos pela máfia das apostas

Além do ex-Vasco, Ygor Catatau, o ex-Juventude Gabriel Tota e Matheus Phillipe, formado no Fluminense, foram suspensos permanentemente dos gramados e hoje trabalham com diferentes meios para complementarem suas rendas.

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Gabriel Tota (esquerda), Ygor Catatau (centro) dois dos jogadores banidos do futebol por participarem da máfia das apostas, continuaram jogando bola de forma amadora. Mas Matheus Phillipe(direita), sobrinho do goleiro Gomes, abandou de vez o esporte Redes sociais

Ygor Catatau, de 28 anos, foi o primeiro dos jogadores banidos do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no caso da máfia das apostas, em junho do ano passado. Ao todo, 13 jogadores foram considerados culpados por um esquema de manipulação de jogos para favorecer apostadores, mas somente outros dois profissionais sofreram a mesma punição que Catatau, o ex-Juventude, Gabriel Tota e Matheus Phillipe, que a época do crime estava no Sergipe. Os outros sofreram punições que variaram de 360 dias de suspensão à eliminação do esporte — quando ainda há possibilidade de reavaliação após dois anos da condenação.

Com a suspensão definitiva reforçada a nível internacional pela Fifa, quatro meses depois, os três atletas tiveram que buscar novos meios de sustento, após anos voltados para a especialização somente no esporte. Catatau e Tota conseguiram se manter jogando bola de forma amadora, mas Matheus Phillipe abdicou de vez da profissão.

Ygor Catatau

Ygor Catatau atuando pelo Bagagem F.C, clube que atuou mais recentemente — Foto: Redes Sociais

Nas redes sociais de Ygor Catatau é possível ver como ele conseguiu capitalizar sobre a popularização que seu nome teve ao jogar em times como Vasco da Gama, entre 2020 e 2021, e Sampaio Corrêa, entre 2021 e 2022 — time em que atuava na época quando cometeu os crimes citados pela investigação. Em novembro, meses após a condenação, ele começou a disputar o campeonato brasileiro de Fut7 pelo Áurea.

Desde então, ele atuou em diferentes equipes. Mais recentemente, Catatau jogou pelo Bagagem F.C, do Paraná e no Atletik Clube, em Minas Gerais. Os dois nesse mês. Além disso, ele também participou numa final de fut7 no Complexo da Maré, pelo Nova Geração F.C contra o Rubens Vaz. Além dos jogos, o atacante passou a realizar parceria de divulgação de empresas de festa e de rifa em suas redes sociais.

Gabriel Tota

Apresentação de Gabriel Tota pelo Juventude — Foto: Fernando Alves / E.C.Juventude

A venda de réplicas de jóias se tornou a primeira forma de obter renda por parte do ex-Juventude. Ele investiu em peças que fossem similares a de grandes atletas como LeBron James e Neymar. Recentemente, assim como Catatau, Gabriel Tota se tornou figurinha carimbada nos gramados de Fut7. Suas últimas atuações foram pelo Olaria Futebol Clube, de Goiás, pelo Botafogo de Ribeirão Preto e o Amigos W.T, de Cuiabá.

Como o Fut7 possui regras diferentes do futebol, a Fifa não é relacionada com a administração do esporte, com isso, os ex-jogadores de campo, podem atuar livremente.

Matheus Phillipe

Após o caso da máfia das apostas, Matheus Phillipe se tornou motorista de aplicativo — Foto: Redes Sociais

O ex-goleiro Matheus Phillipe Coutinho Gomes é sobrinho do goleiro Gomes, que disputou a Copa de 2010 e foi bicampeão da Copa das Confederações pela seleção brasileira. Ele foi formado no Fluminense, mas não chegou a atuar pelo tricolor carioca.

Mesmo rodando por muitas equipes como São Gonçalo, Macaé, Olaria (do Rio de Janeiro) e América, o jogador não atuou em futebol amador e decidiu se tornar motorista de aplicativo para se sustentar. Em entrevista para o GE, o jogador chegou a afirmar que ganhava bem mais do que como jogador.

Relembre os crimes

Os três foram considerados culpados por crimes cometidos em 2022, na operação Penalidade Máxima. Catatau foi acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de ter manipulado a partida entre Sampaio Corrêa e Londrina, pela Série B, e os promotores afirmam que o atacante cooptou outros quatro atletas para participar do esquema. Todos eles receberam R$ 10 mil antecipado com a promessa de que outros R$ 140 mil seriam dados a eles caso cometessem um pênalti de propósito, e ele conseguiu convencer Matheusinho (ex-Cuiabá) que conseguisse realizar.

Em outubro de 2022, Tota teria indicado o lateral Pará, que era seu colega de time e hoje está no Santo André, para a quadrilha. A investigação aponta que Tota recebeu três valores suspeitos, de R$ 15 mil, de R$ 5 mil e de R$ 50 mil, todos enviados por membros da quadrilha que já foram presos pela operação, e em depoimento, o jogador afirmou que "não se recorda" da entrada do dinheiro na conta.

O agora ex-goleiro não pode mais atuar profissionalmente por ter apresentado o jogador Fernando Neto, ao apostador chefe do esquema e que chegou a ser preso pela operação. Fernando Neto iria receber R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram pagos antes de Sport x Operário-PR, pela Série B de 2022. O total seria quitado se o jogador fosse punido com cartão vermelho na partida, o que não aconteceu. Por realizar essa ponte, Matheus ganharia R$ 100 mil. Valor que ele afirma nunca ter visto.

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