A sonda lunar chinesa Chang'e-6 conseguiu pousar na face oculta da Lua para recolher amostras, o avanço mais recente do programa espacial de Pequim, informou, na noite deste sábado, a agência estatal Xinhua. É uma missão tecnicamente complexa de 53 dias que busca um feito sem precedentes: realizar o lançamento de uma nave espacial a partir do lado "oculto" ou "escuro" do satélite.
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Essa área recebe esse nome por não ser visível da Terra. Esse fenômeno acontece pois a rotação da Lua é sincronizada com a órbita em torno do planeta.
A área já foi mapeada em voos ao redor do satélite, e, em 2019, uma sonda chinesa pouso nessa porção da Lua, sem, no entanto, decolar e retorna para a Terra como se pretende nesta nova missão. Sabe-se que o lado oculto da Lua tem uma crosta grossa e com mais crateras que a parte visível do satélite. Há também uma menor quantidade de mares lunares, como são conhecidos as planíces formadas pelo impacto de meteoritos na superfície.
A sonda Chang'e-6 pousou na imensa Bacia Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar, indicou a Xinhua, citando a Agência Espacial da China. A sonda irá coletar cerca de 2 quilos de amostras de solo e rochas, além de realizar outros experimentos na área de pouso. Posteriormente, a sonda irá decolar da Lua e retornar à Terra.
— A estrutura gigante tem mais de 2,5 mil km de diâmetro e 13 km de profundidade, uma das crateras de maior impacto no sistema solar e a maior, mais profunda e mais velha bacia da Lua — disse o professor de física no Laboratório de Ciências Espaciais de Mullard Andrew Coates a emissora britânica BBC, em 2019, quando a China lançou sua primeira missão para a Bacia Aitken.
O lançamento da missão para recolher amostras do lado oculto da Lua é um marco nunca alcançado e faz parte da ambição do país de levar uma missão tripulada ao satélite da Terra, em 2030. A agência estatal Xinhua chamou o lançamento de "a primeira tentativa desse tipo na história da exploração da Lua".
O foguete decolou do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na província de Hainan, sul da China. A missão faz parte do ambicioso programa espacial chinês, que os Estados Unidos afirmam ser usado para fins militares e como uma tentativa de estabelecer seu domínio no Cosmos.