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Por Billy House e Laura Litvan, Bloomberg — Washington

Se saírem vitoriosos das eleições legislativas de novembro, os republicanos prometem não perder tempo para investigar a varredura feita na segunda pelo FBI na casa do ex-presidente Donald Trump. Juram também esmiuçar outras investigações que envolvem o antigo ocupante da Casa Branca, sinalizando que não hesitarão em travar um cabo de guerra com o governo do presidente Joe Biden.

Líderes partidários e quadros alinhados para assumirem o comando de comissões parlamentares caso os republicanos recuperem a maioria em uma — ou ambas — Casas do Congresso, já se comprometeram a realizar audiências e emitir intimações após a busca.

Os detalhes por trás da operação na residência em Mar-A-Lago, na Flórida, não estão claros, o que por si só levanta críticas do partido de oposição de que os democratas aparelham a Justiça. À imprensa americana, no entanto, fontes afirmam que a busca é parte de uma investigação que apura se Trump teria levado consigo documentos sigilosos ao sair da Casa Branca, em vez de entregá-los ao Arquivo Nacional, como prevê a lei.

O principal republicano na Comissão de Inteligência da Câmara, Mike Turner, de Ohio, já escreveu para o Arquivo Nacional pedindo que os funcionários preservem os documentos e comunicações referentes ao pedido de investigação criminal feito pelo órgão ao FBI. A solicitação, aparentemente, foi o que causou a varredura.

A resposta, disse Turner, deve ser redigida de uma forma “potencialmente responsiva a um processo, solicitação, investigação ou intimação do Congresso que possa ser iniciada ou realizada por um comitê do Congresso ou qualquer outra entidade investigativa”.

Há pouca coisa que os republicanos podem fazer agora, já que são minoria na Câmara e no Senado. Se recuperarem o controle de ao menos uma das Casas, no entanto, podem ter a possibilidade de emitir intimações e até investigações amplas com potencial para chegarem até o presidente Joe Biden. A Casa Branca afirma que não teve informações antecipadas sobre a busca em Mar-A-Lago.

Os republicanos pouco podem fazer agora que estão em minoria. Mas ganhar uma ou ambas as câmaras permitiria que eles usassem intimações e outros poderes para lançar uma investigação ampla que poderia chegar tão alto quanto o próprio presidente Joe Biden. A Casa Branca disse que estava no escuro na busca em Mar-A-Lago.

Com o presidente ainda com poder de vetar legislação, as investigações seriam uma das vias mais visíveis para os republicanos exercerem autoridade. As audiências que o partido realizou após o ataque em Benghazi, na Líbia, em 2012, duraram meses e não causaram muito impacto para o governo do então presidente Barack Obama.

Foram eficazes, no entanto, em pôr sob os holofotes democratas importantes, como a então secretária de Estado Hillary Clinton. Em 2016, a democrata seria derrotada por Trump na corrida pelo Salão Oval.

O atual líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, que está de olho para substituir Nancy Pelosi na Presidência da Casa, prometeu imediatamente “fazer tudo o que for possível”. Em um tuíte, o deputado alertou o secretário de Estado, Merrick Garland, para “preservar documentos e limpar o calendário”.

Já o deputado Jim Jordan, principal republicano na Comissão de Justiça da Câmara e aliado de Trump, insistiu que Biden politizou o Departamento de Justiça. Ele exige que Garland e o diretor do FBI, Christopher Wray, indicado por Trump, sejam interrogados ainda nesta semana por sua comissão. Ele não tem, contudo, poder para marcar audiências.

Apelo ao Doador

— Se os republicanos retomarem a maioria na Câmara em novembro, prometo que daremos as respostas que vocês merecem — prometeu Jordan a doadores.

De forma geral, os republicanos — até os potenciais rivais de Trump em 2024 para a indicação do Partido Republicano — se uniram ao ex-presidente.

No Senado, onde os republicanos têm uma boa chance de retomar a maioria, alguns republicanos de alto escalão insistiram que funcionários do Departamento de Justiça terão que responder a perguntas sobre o que levou à busca. O senador Chuck Grassley, principal republicano da Comissão de Justiça da Casa, atacou a falta de uma explicação pública para a busca e disse que compartilhou suas preocupações com Wray.

O mandado de busca está selado por enquanto. O secretário de Justiça, Merrick Garland, contudo, solicitou aos tribunais na quinta que o sigilo seja derrubado.

“Se o FBI não for extraordinariamente transparente sobre sua justificativa para as ações de ontem (segunda) e comprometido a erradicar o viés político que infectou suas investigações mais sensíveis, terá selado seu próprio destino”, disse Grassley em comunicado.

Outro republicano importante na comissão, Lindsey Graham, senador da Carolina do Sul e trumpista ferrenho, também demandou respostas:

— Você não faz coisas antes de uma eleição a menos que seja necessário — disse Graham na terça-feira em um evento em seu estado natal. — Quero saber o que levou a isso. Acho que todo republicano acredita que o FBI e outras organizações enlouqueceram quando se trata de Trump.

Josh Hawley, republicano do Missouri e um provável candidato à corrida pela candidatura republicana em 2024, tuitou na quarta-feira que “os eventos dos últimos dias confirmaram que há corrupção profunda nos níveis mais altos — e deve ser erradicada”.

O líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, com quem Trump já teve atritos, afirmou que “o país merece uma explicação completa e imediata do que levou aos eventos na segunda-feira”.

— O procurador-geral Garland e o Departamento de Justiça já deveriam ter dado respostas ao povo americano e devem fazê-lo imediatamente — disse McConnell, antes de Garland se pronunciar na quinta.

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