O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a bateria dos cobiçados mísseis de interceptação aérea Patriot que os EUA vão enviar para a Ucrânia é um sistema de armas antigo e que a Rússia seria capaz de derrubá-lo. O anúncio de envio do sistema de defesa aérea foi feito pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, na quarta-feira.
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— A defesa aérea Patriot é um sistema desatualizado — disse Putin a repórteres em Moscou, acrescentando que o sistema russo S-300 o superava. — Um antídoto sempre será encontrado... vamos derrubar o sistema Patriot.
Segundo Putin, o envio da bateria Patriot para a Ucrânia é "feito em vão", não servindo para "nada além de prolongar o conflito".
O presidente russo também afirmou que o objetivo da Rússia não é ficar na "inércia", mas sim "terminar essa guerra, é isso o que aspiramos".
Respondendo uma questão sobre a possibilidade de acabar com a guerra na Ucrânia por meios diplomáticos, Putin disse que "todos os conflitos armados acabam por meio de negociações".
— O quanto antes isto se tornar claro para Kiev, melhor — acrescentou.
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Putin fez as declarações um dia depois de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitar os Estados Unidos, em sua primeira viagem internacional desde o início da invasão, há quase dez meses. Em Washington, Zelensky se encontrou com o presidente Joe Biden na Casa Branca e fez um discurso aplaudido perante o Congresso.
Reação russa
Nesta quinta-feira, o Kremlin afirmou que a visita de Zelensky aos Estados Unidos mostra que ele não tem intenção de "ouvir a Rússia" e que Washington está travando "uma guerra indireta" contra o país na Ucrânia.
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— Até agora, podemos observar com pesar que nem o presidente [americano Joe] Biden nem o presidente Zelensky disseram nada que pudesse ser visto como uma possível disposição de ouvir as preocupações da Rússia — disse o porta-voz da Presidência russa a repórteres, Dmitry Peskov.
Após o anúncio do envio dos Patriots, Peskov alertou na quarta-feira que a entrega de armas dos EUA a Kiev "leva a um agravamento do conflito e não é um bom presságio para a Ucrânia".
Durante a visita, o chefe de Estado ucraniano recebeu a promessa de um enorme pacote de ajuda de quase US$ 45 bilhões e novas entregas de armas. Ao todo, calcula-se que os Estados Unidos já tenham cedido cerca de US$ 50 bilhões, entre ajuda financeira, humanitária e militar, à Ucrânia:
— Vamos continuar a fortalecer a capacidade da Ucrânia de se defender, principalmente a sua defesa aérea — disse Biden a Zelensky.
Em seu discurso perante o Congresso americano, em Washington, Zelensky defendeu que esta ajuda, indispensável para suas tropas no conflito, é "um investimento na segurança global e na democracia".
Em seu retorno dos Estados Unidos, o presidente ucraniano teve um encontro nesta quinta com o chefe de Estado polonês, Andrzej Duda, no aeroporto de Rzeszow-Jasionka, no sudeste da Polônia, de acordo com publicações do próprio Zelensky nas redes sociais.