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Por O Globo e agências internacionais — Washington

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cometeu uma gafe nesta quarta-feira ao dizer que o presidente russo, Vladimir Putin, "está perdendo a guerra no Iraque". Ele referia-se, contudo, à invasão do Kremlin na Ucrânia — já em seu 16º mês, a resistência de Kiev é em grande parte possibilitada pelo envio maciço de armas ocidentais, movimento encabeçado pela própria Casa Branca.

Biden deixava a Casa Branca rumo a Chicago quando um repórter perguntou até que ponto o breve motim realizado pelo grupo Wagner no fim de semana afetava Putin. O levante que começou na sexta terminou no sábado, em um acordo mediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

— Eu sei que ele [Putin] foi [afetado], mas é difícil dizer — afirmou Biden, que fez mais tarde um discurso sobre a melhora da economia americana. — Ele claramente está perdendo a guerra no Iraque. Está perdendo a guerra em casa e se tornou uma espécie de pária pelo mundo.

Biden já havia cometido o mesmo erro em um comício na terça, quando afirmou que havia conseguido unir os países ocidentais contra o "ataque" de Moscou "ao Iraque". O presidente com alguma frequência tem tais lapsos, que seus adversários republicanos aproveitam para desqualificá-lo, afirmando que o democrata de 86 anos não tem plenas faculdades mentais — algo que não há evidências de ser verdade.

Os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003 sob o pretexto de que o país de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa que representariam uma ameaça à segurança nacional americana. A existência dos artefatos, defendida no Conselho de Segurança Nacional da ONU pelo então secretário de Estado Colin Powell, provou-se falsa, mas o conflito só chegaria ao fim em 2011.

Em outubro de 2002, Biden foi um dos 77 senadores americanos que deram aval para que o então presidente George W. Bush usasse a força no país do Oriente Médio, decisão pela qual é até hoje questionado. Duas décadas depois, o saldo do conflito inclui o aumento da instabilidade no Oriente Médio, algo que facilitou o surgimento do Estado Islâmico, e o crescimento da influência chinesa na região.

No ano passado, Bush já havia cometido uma gafe similar à de Biden. Ao criticar a guerra da Ucrânia chamou de "injustificada” e “brutal" a "invasão... do Iraque" — lapso imediatamente tachado de ato falho.

Motim na Rússia

Biden falava da guerra da Ucrânia, contudo, e do levante do grupo Wagner — o chefe dos mercenários, Yevgeny Prigojin, afirmou que seu objetivo não era "derrubar" Putin, mas sim desafiar a alta cúpula militar, com quem estava havia meses em pé de guerra. Nas últimas semanas, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, havia imposto novas medidas que forçariam os combatentes a se submeter às forças oficiais, estopim para a crise mais recente.

A tentativa do Kremlin de pôr rédeas no Wagner ocorreu frente à insatisfação da alta cúpula militar russa com o protagonismo que Prigojin assumiu na batalha pela cidade de Bakhmut, no Leste, e críticas de que o Estado detentor do maior arsenal nuclear do mundo perdia o monopólio da violência. Prigojin, por sua vez, demandava mais munições, homens e fazia críticas vorazes às ações de Shoigu — em maio, chegou a anunciar (e depois voltar atrás) que deixaria Bakhmut. Seus combatentes tiveram um papel-chave para o triunfo russo na cidade, em maio.

Lukashenko disse que convenceu Putin a não matar Prigojin, que desembarcou em Minsk na terça — o exílio foi um dos termos acordados para o levante cessar. Se a crise abalou a imagem de estadista forte de Putin, contudo, parece ter tido pouco impacto até o momento na linha de frente.

O chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, disse à CNN nesta quarta que, "infelizmente, Prigojin se rendeu muito rapidamente" após um acordo mediado pelo presidente bielorrusso no sábado. Não houve tempo, argumentou o ministro de Kiev, para que "o efeito desmoralizante penetrasse nas trincheiras russas".

Na terça, Putin já havia dito que soldados não chegaram a ser deslocados da linha de frente para reforçar a segurança em solo russo, e a inteligência preliminar de nações ocidentais afirma que não deve haver grandes mudanças na configuração do conflito nas próximas semanas, apesar da contraofensiva ucraniana em curso.

Apesar de alguns ganhos territoriais pontuais — segundo estimativas do Ministério da Defesa britânica, a área retomada é de aproximadamente 300 km², o dobro do publicamente admitido por Kiev —, analistas questionam o sucesso da operação. Em uma entrevista ao jornal britânico Financial Times, Oleksiy Reznikov, ministro da Defesa ucraniano, disse que a conquista dos pequenos vilarejos recuperados agora "não é o evento principal" nos planos de Kiev:

— Quando acontecer, vocês todas verão. Todos verão tudo — afirmou.

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