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Por AFP — Caracas

O diplomata Edmundo González Urrutia, designado sucessor da líder opositora inabilitada María Corina Machado, aceitou neste domingo sua indicação como candidato da Plataforma Unitária Democrática (PUD), maior coalizão de oposição da Venezuela, para enfrentar o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho. O diplomata de 76 anos foi confirmado na sexta-feira de "forma unânime" após longas reuniões e a desistência no dia seguinte de Manuel Rosales, governador do estado petrolífero de Zulia, que havia sido indicado pelo Um Novo Tempo (UNT), membro da aliança.

"Aceito a imensa honra e responsabilidade de ser o candidato de todos aqueles que querem mudanças por meio de eleições. Um abraço ao povo da Venezuela", escreveu González em sua primeira mensagem pública após confirmar sua primeira candidatura a um cargo eletivo. Em uma publicação subsequente, o diplomata afirmou que em breve estará se "dirigindo a todos os venezuelanos que apostam na recuperação do país".

A PUD inscreveu González como "candidato provisório" à Presidência no último minuto, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ter barrado o registro de Corina Yoris, indicada por Corina Machado como sua substituta após o chavismo confirmar a inabilitação da líder opositora por 15 anos apesar de protestos dos Estados Unidos e da União Europeia. A apresentação do nome do diplomata foi feita em março, durante uma prorrogação concedida pelo órgão eleitoral, em meio a críticas externas, incluindo do Brasil, ao impedimento da candidatura de Corina Yoris.

A ideia inicial era substituir o nome do embaixador, mas, após um longo dia de reuniões na sexta, foi tomada a decisão de mantê-lo como candidato único da coalizão opositora, informou o secretário-geral da aliança, Omar Barboza.

— É uma decisão histórica para o povo da Venezuela: escolhemos o próximo Presidente da República — afirmou Barboza à imprensa local na sexta-feira, dias após conflitos dentro da oposição sobre a definição de uma candidatura unitária, acrescentando: — Edmundo González Urrutia foi inscrito originalmente como um candidato provisório e hoje se torna o candidato definitivo. Ele já está inscrito. Sua inscrição foi aceita pelo Conselho Nacional Eleitoral e não foi contestada por ninguém.

O esforço pela candidatura única foi corroborado pela desistência de Rosales, que foi rival do falecido líder Hugo Chávez em 2006. Sua inscrição após o impedimento de Yoris chegou a ser rotulada de “traição” por alguns opositores próximos de Corina Machado. Na época, sua sigla UNT justificou que, “por circunstâncias ainda não explicadas, as forças da oposição estavam a caminho de ficar de fora da corrida eleitoral” e que “a abstenção não é uma opção”.

Após a confirmação da candidatura de González, Rosales escreveu no X (antigo Twitter): “Como sempre dissemos, o futuro da Venezuela tem que vir em primeiro lugar.” A declaração foi semelhante à de Yoris, que publicou: “Unidade antes de tudo.”

A concentração de forças em um único nome tem como objetivo aumentar as chances contra Maduro, que buscará um terceiro mandato consecutivo contra 12 candidatos, a maioria dos quais acusada de colaborar com o governo. Se conseguir, somará 18 anos no poder.

"O verdadeiro risco eleitoral de Maduro é a união, e não um candidato específico", ressaltou no X o analista Luis Vicente León.

Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas alvo de um cerco pelo regime, expressou no sábado seu apoio ao diplomata, que foi presidente do partido Mesa da Unidade Democrática (MUD), substituído posteriormente pela PUD. "Estamos unidos e fortes", disse María Corina, acrescentando que "já temos um candidato que foi apoiado por todos, por todos os partidos políticos, pelos cidadãos de bem".

O endosso da líder opositora de 56 anos é crucial: ela venceu as primárias do PUD com mais de 90% dos votos e, segundo analistas, deve transferir as intenções de voto para qualquer candidato que apoiar. Segundo o jornal espanhol El País, pesquisas que circulam nas redes sociais já colocaram González Urrutia em primeiro lugar, vencendo Maduro e outros candidatos com ampla margem.

Quem é González?

Conforme publicado pelo El País, o diplomata González iniciou sua carreira como primeiro secretário do embaixador da Venezuela nos Estados Unidos no final da década de 1970. Depois, foi embaixador de Caracas na Argélia entre 1991 e 1993 e na Argentina durante os primeiros anos do governo de Hugo Chávez (1999-2013), a quem acompanhou em uma de suas primeiras viagens como presidente. Em seu mandato, ele trabalhou pela incorporação da Venezuela ao Mercosul, que se concretizou anos depois. González esteve ativo no serviço diplomático até 2002, ano de ruptura com o chavismo, que enfrentou uma tentativa de golpe de Estado e a greve petrolífera.

Paralelamente, o embaixador construiu uma carreira acadêmica respaldada por vários títulos publicados sobre as relações internacionais da Venezuela. Nos últimos anos, ele desempenhou o papel de articulador da oposição. Entre 2013 e 2015, foi o representante internacional da MUD, a força mais votada na história eleitoral recente, quando a oposição conseguiu tirar do chavismo a maioria no Parlamento. A face que agora deve figurar na cédula eleitoral, se as coisas não mudarem antes de 28 de julho, será a dele — o último candidato a se inscrever na tensa jornada dos candidatos.

Ser o centro de uma campanha presidencial é algo novo para ele, e sua discrição contrasta com um chavismo barulhento e um Maduro beligerante, cuja imagem é exaltada na televisão estatal, nas estradas, aeroportos e redes sociais.

O analista José Toro Hardy escreveu que o embaixador é “a antítese do chavismo e do político tradicional”. Ele é, afirmou, “um homem culto, honesto, familiar, sem duplicidade e sem traços de populismo”. Para o especialista em ciências políticas Omar Vásquez Heredia, o maior ativo de González é ser desconhecido pela população, porque isso “implica um nível muito baixo de rejeição e muitas possibilidades de crescimento”. (Com AFP)

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