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Por O Globo e agências internacionais — Cairo

Em pouco mais de seis meses de guerra na Faixa de Gaza, milhares de palestinos migraram para o Egito na tentativa de escapar do conflito, que já matou mais de 34 mil pessoas e provocou uma crise humanitária. Autoridades egípcias estimam que mais de 83 mil civis tenham deixado o território desde 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas invadiu e atacou Israel. À AFP, no entanto, o embaixador palestino no Cairo, Diab Allouh, afirmou nesta quinta-feira que o número de palestinos que buscaram abrigo na região pode chegar a 100 mil.

O ponto de passagem de Rafah é teoricamente a única abertura para o enclave que não está sob controle direto de Israel, embora Tel Aviv mantenha o direito de supervisão sobre a entrada e saída de bens e pessoas. A região, onde as Forças Armadas israelenses planejam estender a ofensiva terrestre, é empobrecida até mesmo para os padrões de Gaza. Em fevereiro, o escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR, em inglês) disse que 1,3 milhão de pessoas — mais da metade da população de 2,3 milhões do enclave — deslocaram-se para a cidade.

De acordo com o Guardian, a maioria dos palestinos que chegaram ao Egito viajou posteriormente para outros países, mas ativistas afirmam que pode haver “milhares” de civis abrigados em Cairo, mesmo com a ausência de qualquer esforço de socorro centralizado. Ao contrário dos países vizinhos, nenhum órgão da ONU assumiu a responsabilidade pelos civis palestinos que fugiram para o país — e autoridades egípcias são acusadas de lucrar com altas taxas de travessia de fronteira.

Enquanto as viagens de Gaza para o Egito inicialmente eram orquestradas por múltiplas agências que cobravam preços drasticamente diferentes, uma única empresa emergiu com o monopólio das travessias de fronteira, cobrando uma taxa fixa de US$ 5 mil (R$ 25,8 mil) por adulto e US$ 2,5 mil (R$ 12,9 mil) por criança. Ao Guardian, um ativista egípcio afirmou que a Hala Consulting and Tourism é agora “a única forma das pessoas saírem” do enclave. A companhia, que teria laços com os serviços de segurança do Egito, registra nomes na lista de viajantes aprovados para a entrada no país e opera o transporte até a capital.

— Depois de perdermos tudo em Gaza, todas as nossas posses, ainda precisamos juntar uma grande quantia de dinheiro apenas para comprar nossas vidas — disse Mazen, um engenheiro mecânico, à rádio americana NPR. — Tive que pedir dinheiro emprestado. Levou muito tempo — afirmou ele, que precisou pagar cerca de US$ 20 mil (R$ 103 mil) para sair do enclave com sua família de quatro pessoas. — Não apenas tempo, não apenas dinheiro. Você paga para ser insultado.

O anúncio feito pelas autoridades israelenses de que estão prontos uma operação terrestre em Rafah, apesar dos apelos e críticas internacionais contra a iniciativa, a fome crescente devido à falta de ajuda humanitária e o desespero gerado por mais de seis meses de guerra fizeram com que milhares de habitantes de Gaza tentassem sair do território a qualquer custo. Muitos esperam conseguir reunir dinheiro por meio de campanhas de financiamento coletivo, com mensagens desesperadas em inglês que se multiplicam a cada semana.

Em comunicado, Dia Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado do Egito, negou que seu país coletasse taxas adicionais na passagem de fronteira de Rafah e pediu aos palestinos que denunciassem qualquer “taxa ilegal” cobrada. Já o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, disse à Sky News que o Egito não aprova a prática de cobrar US$ 5 mil por palestino para entrar no país. Ele disse que o governo local tomaria “todas as medidas necessárias para restringir esses casos e eliminá-los totalmente”.

Atualmente, existem três barreiras ao longo da fronteira entre Egito e Gaza. A última delas, segundo o El País, é um muro de concreto com cerca de seis metros de altura. Ele foi erguido no final do ano passado, após obras em uma das outras duas partes já construídas. Faixas de terra também foram escavadas a cerca de 200 metros da cerca. Na última década, como parte de uma ampla campanha antiterrorista e do bloqueio rigoroso ao território palestino, o Exército egípcio já havia erguido outro muro de ferro e aço na fronteira, além de um de concreto com cerca de seis metros de altura — e outros seis metros subterrâneos.

Pouco depois do início da ofensiva militar israelense em Gaza, o Exército do Egito também enviou reforços militares para a zona fronteiriça. Nos primeiros dias de guerra, Israel bombardeou várias vezes o posto de Rafah, e pelo menos uma vez provocou impactos no solo egípcio. (Com AFP e El País)

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