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Por O Globo — Londres

Em 13 de outubro passado, poucos dias após o ataque terrorista do Hamas contra o sul de Israel desencadear o conflito em Gaza, as Forças Armadas de Tel Aviv instaram os palestinos da Cidade de Gaza, norte do enclave, que deixassem suas casas rumo ao sul "para sua própria segurança e proteção". As ordens avolumaram-se com o avanço da guerra, e as áreas designadas para deslocamento compõem atualmente mais de três quartos de Gaza, segundo uma análise divulgada pela BBC Árabe na segunda-feira. Somadas, as região equivalem a 281 km² — ou 77% de todo o território.

As Forças Armadas alegaram à rede de notícias que as instruções para deslocamento estão protegendo civis ao encaminhá-los para áreas mais seguras. As Nações Unidas (ONU) e outras agências humanitárias, porém, alegam que não há áreas seguras no enclave palestino para abrigar seus 2,2 milhões de habitantes. Eles também questionam a adequação de uma "zona humanitária" designada no território.

Gaza tem cerca de 41Km de comprimento e 10Km de largura e está sob um bloqueio marítimo, aéreo e terrestre severo desde 2007, quando o Hamas chegou ao poder. Assim, o deslocamento de sua população fica completamente restrito às áreas do enclave, onde, segundo um relatório da City University of New York, entre 50% e 61% das construções foram danificadas ou destruídas.

Desde o início da guerra em 7 de outubro, as Forças Armadas emitiram dezenas de ordens de deslocamento aos civis no enclave palestino como parte de sua operação contra o Hamas. Começaram com um pedido para que os palestinos buscassem abrigo antes de lançar seus primeiros ataques aéreos, seguidos para ordens de deslocamento do norte, incluindo a Cidade de Gaza, que abrigava cerca de metade da população do enclave. Novas ordens chegaram em novembro, incluindo agora novas áreas no centro e partes do sul.

Mais de 800 mil deslocados em Rafah

Em dezembro, pouco após o fim da trégua e troca de reféns e prisioneiros palestinos alcançadas no mês anterior, as forças israelenses emitiram mapas das zonas de deslocamento. No documento, o enclave foi dividido em pequenas zonas numeradas, que o exército israelense usará para avisar sobre ataques iminentes com maior precisão. Nas semanas seguintes, os avisos se estenderam mais ao sul para incluir a cidade de Khan Younis e regiões vizinhas. No mês passado, o Exército emitiu ordens de que os civis não retornassem ao norte, até então já conquistados, mas que presenciaram o reagrupamento de células do Hamas.

Na ordem mais recente, dada no início deste mês, Israel instou que ao menos 100 mil moradores do leste de Rafah, cidade no extremo sul de Gaza, deixassem suas casas e se dirigissem a uma "área humanitária ampliada" ao norte, designada pela primeira vez em outubro, que se estende desde al-Mawasi até as regiões vizinhas de Khan Younis e Deir al-Balah. Segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) mais de 800 mil pessoas fugiram da região desde então. O local, que abrigava 1,5 milhão de deslocados pela guerra, é apontado por Tel Aviv como o último bastião do Hamas. Ordens para deslocamento recentes também contemplaram os moradores da cidade de Jabalia e Beit Lahia, ambas no norte.

A região de al-Mawasi, para onde os civis têm sido direcionados pelas Forças Armadas, mede 60Km² e inclui "hospitais de campanha, tendas e maiores quantidades de alimentos, água, medicamentos e suprimentos adicionais”. Apesar disso, a ONU questionou a ideia de encaminhar os civis para a região:

— Al-Mawasi, em particular, é uma área com muita areia e deserto — explicou Louise Wateridge, oficial de comunicações da Unrwa, à BBC Árabe, acrescentando que as áreas delimitadas tinham infraestrutura e suprimentos limitados.

A coordenadora da instituição humanitária Oxfam em Gaza, a palestina Fidaa Alaraj, afirmou que a situação humanitária na região de al-Mawasi está piorando, já que não apenas está "muito lotado" como faltam "comida, água e combustível suficiente para todos". Além disso, as Nações Unidas, as agências humanitárias e autoridades internacionais têm questionado o deslocamento forçado de civis para "zonas inseguras".

— As barracas estão por toda parte e agora estão bem em frente à praia — disse Alaraj, que afirmou ela própria ter sido deslocada várias vezes.

A BBC sublinhou que em nenhuma dessas ordens o Exército de Israel informou quando as zonas para deslocamento estarão seguras novamente ou quando os residentes poderão voltar. "As Forças Armadas de Israel estão comprometidas com o direito internacional e operam de acordo", disse em um comunicado enviado pela rede, embora não contemple os questionamento sobre a dimensão dessas áreas e informações sobre quando poderão retornar. A UNRWA estimou que, até o momento, até 1,7 milhões de palestinos estão deslocadas dentro do próprio território.

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