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Por AFP — Washington

O Pentágono afirmou, na noite de terça-feira, que a Rússia lançou no último dia 16 uma provável "arma antiespacial" e que a posicionou na mesma órbita de um satélite do governo dos EUA, o USA 314. Quando questionado, o Kremlin disse que não poderia comentar sobre as acusações, reiterando que defende "repetidamente a proibição de qualquer arma no espaço".

— A Rússia lançou um satélite na órbita baixa da Terra que, segundo nossa avaliação, é provavelmente uma arma antiespacial, presumivelmente capaz de atacar outros satélites na órbita baixa da Terra — disse o porta-voz do Pentágono, major-general da Força Aérea, Pat Ryder, em entrevista coletiva.

Ryder acrescentou que Washington continuará monitorando a situação e está pronto para proteger os seus interesses.

— Temos a responsabilidade de estar prontos para proteger e defender o domínio, o domínio espacial, e garantir o apoio contínuo e ininterrupto à Força Conjunta e Combinada — disse ele.

O satélite Cosmos 2576 foi lançado do cosmódromo russo de Plesetsk, a cerca de 800 km ao norte de Moscou, segundo a BBC. A agência espacial russa Roscosmos, por sua vez, informou em uma declaração que fez um lançamento no dia 17 de maio e que ele foi realizado "no interesse do Ministério da Defesa e da Federação Russa". As datas diferentes podem ser explicadas pelo fato do fuso horário de Moscou estar três horas à frente.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar quando questionado sobre relatos de que Moscou havia lançado uma arma espacial.

— Não posso comentar sobre isso de forma alguma. Agimos absolutamente de acordo com o direito internacional, não violamos nada e defendemos repetidamente a proibição de qualquer arma no espaço — disse, em uma entrevista coletiva em Moscou. — Infelizmente, nossas iniciativas foram rejeitadas, inclusive pelos EUA.

Mais cedo na terça-feira, Moscou acusou os Estados Unidos de tentar transformar o espaço em arma depois que Washington vetou uma moção russa de não-proliferação nas Nações Unidas (ONU). A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou em comunicado que, com a decisão, os EUA demonstram que sua "verdadeira" prioridade é transformar o espaço em uma "arena para confrontos militares".

Da cooperação à disputa

As potências mundiais trocaram acusações sobre o uso de armas no espaço nos últimos meses. Elas propuseram moções rivais de não-proliferação na ONU como parte da disputa. A Rússia vetou a iniciativa dos EUA no mês passado, enquanto a proposta de Moscou foi bloqueada pelos EUA, Reino Unido e França na segunda-feira.

O enviado de Washington, Robert Wood, disse que a proposta da Rússia, que pedia a todos os países que "tomassem medidas urgentes para impedir permanentemente a colocação de armas no espaço sideral", era uma distração e acusou Moscou de "manipulação diplomática". Wood também disse que a "provável" arma antiespacial da Rússia era "presumivelmente capaz de atacar outros satélites na órbita baixa da Terra".

— A Rússia implantou essa nova arma antiespacial na mesma órbita de um satélite do governo dos EUA — disse ele em comentários antes da votação de segunda-feira. — O lançamento da Rússia em 16 de maio segue-se aos lançamentos anteriores de satélites russos, provavelmente de sistemas contraespaciais para a órbita baixa da Terra em 2019 e 2022.

Em fevereiro, a Casa Branca disse que a Rússia estava desenvolvendo uma arma antissatélite, cuja existência foi confirmada depois de os legisladores terem alertado para uma ameaça não especificada, mas grave, à segurança nacional. Se utilizada, a arma poderia destruir as comunicações de civis, a vigilância do espaço e as operações militares de comando dos EUA e de seus aliados.

O espaço era uma área rara, onde os dois países mantinham um certo grau de cooperação, apesar de uma série de sanções ocidentais e de relações desgastadas após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ambos os países transportam os tripulantes um do outro de e para a Estação Espacial Internacional (ISS), onde seus astronautas estão estacionados conjuntamente.

A disputa por armas espaciais entre Moscou e Washington ressuscita o espectro da militarização do espaço, apesar do Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe os países de colocarem “quaisquer objetos que carreguem armas nucleares ou quaisquer outros tipos de armas de destruição em massa” no espaço. Muitos especialistas militares têm alertado, segundo a BBC, que o espaço será provavelmente a próxima fronteira da guerra em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia.

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