O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que é candidato à Casa Branca nas eleições de novembro, criou uma conta na plataforma TikTok e publicou seu primeiro vídeo na noite deste sábado. Durante seu mandato (2017-2021), ele tentou banir do país o popular aplicativo chinês, alegando ameaça à segurança nacional.
Agora, buscando atrair o eleitorado mais jovem para enfrentar o presidente democrata Joe Biden, Trump se rendeu à rede social. Sua primeira postagem foi um vídeo de 13 segundos, no qual aparece com seu habitual terno azul e gravata vermelha assistindo a uma luta do Ultimate Fighting Championship (UFC) em Newark, Nova Jersey.
No vídeo, gravado com uma música estridente, Trump é apresentado pelo executivo-chefe do UFC, Dana White, e se curva para a câmera, dizendo: "Me sinto honrado [de estar no Tiktok]".
Trump acena para as pessoas presentes nas arquibancadas da arena do UFC, tira foto com apoiadores e conclui o clipe dizendo: "Foi um bom passeio, não foi?"
Até às 17h30 deste domingo (horário de Brasília), o ex-presidente já tinha alcançado 2,5 milhões de seguidores em 24 horas. O número é sete vezes maior que a quantidade de seguidores da campanha de Biden na mesma rede.
Trump chegou a emitir uma ordem executiva para proibir o Tiktok nos Estados Unidos quando era presidente, mas a iniciativa foi paralisada pela Justiça após um juiz federal entender que a medida afetaria a liberdade de expressão da plataforma, barrando a decisão.
Em abril, o presidente Joe Biden sancionou um projeto de lei que aprovava a proibição do TikTok nos Estados Unidos se seu proprietário chinês, Bytedance, não conseguir encontrar um comprador local para o aplicativo no prazo de um ano. A medida, no entanto, não impediu a campanha de Biden de aderir à rede este ano.
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O governo e os legisladores americanos expressaram preocupação com a possibilidade de o governo chinês usar o TikTok para coletar dados pessoais de usuários locais para outros fins prejudiciais aos Estados Unidos. Hoje, a plataforma tem mais de 170 milhões de usuários no país.
A adesão de Trump à plataforma acontece dois dias após o magnata se tornar o primeiro ex-presidente da História dos EUA condenado criminalmente na Justiça. O republicano foi considerado culpado de 34 acusações de fraude contábil realizadas com o objetivo de ocultar um suborno pago à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem Trump teria tido um relacionamento extra-conjugal no passado.
A quantia, de US$ 130 mil, teria sido paga pelo seu ex-advogado e homem de confiança, Michael Cohen, durante a campanha presidencial de 2016, para evitar que o escândalo prejudicasse sua imagem. O valor foi reembolsada em forma de notas fiscais, cheques e comprovantes fraudulentos ao longo de 2017, quando o republicano já ocupava a Casa Branca.
A sentença referente ao veredicto será revelada em 11 de julho pelo juiz do caso, Juan Merchan, a quem Trump acusou de ser "corrupto". Ele pode cumpri-la em liberdade condicional ou enfrentar até quatro anos de prisão. A condenação, no entanto, não o impede de concorrer à Presidência, mesmo que acabe sendo encarcerado.