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Por O Globo e The New York Times — Baltimore

Foram necessárias mais de 2 mil pessoas trabalhando durante quase 11 semanas, mas o principal canal de transporte para o porto de Baltimore, que havia sido obstruído pelo colapso da ponte Francis Scott Key, foi totalmente reaberto.

Ao anunciar a restauração do canal na segunda-feira, oficiais do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA disseram que uma pesquisa no local confirmou que o canal estava seguro para trânsito em sua profundidade original de 15 metros.

“Estamos orgulhosos dos esforços unificados que reabriram totalmente o Canal Federal às operações portuárias”, disse o tenente-general Scott Spellmon, comandante geral do corpo, em um comunicado.

O canal de 700 pés (aprox. 213 m) de largura, conhecido como Canal Federal Fort McHenry, no rio Patapsco, não era totalmente acessível aos navios desde que o Dali, um navio porta-contêineres do tamanho da Torre Eiffel, perdeu energia e bateu na Key Bridge em 26 de março, causando o colapso da ponte e matando seis homens que trabalhavam na ponte na época.

O navio ficou preso na curva retorcida da ponte, deixando cerca de 50 mil toneladas de detritos no rio para serem limpos antes que o canal pudesse ser reaberto.

Tal como o navio, a operação de limpeza foi enorme, exigindo pilotos, especialistas em sonar, motoristas de caminhões basculantes, mergulhadores e engenheiros. Também incluía dezenas de barcaças, rebocadores, escavadeiras, guindastes flutuantes e até pequenos explosivos.

Canais temporários foram abertos ao tráfego de navios, embora nenhum deles fosse tão profundo nem tão largo quanto o Canal Federal. Mas no final de maio, após terem sido removidos destroços suficientes, o Dali foi desalojado e fez a viagem de três quilômetros rio acima até ao terminal de onde partira dois meses antes. O navio está passando por mais obras e deverá seguir para Norfolk, Virgínia, em breve, para mais reparos.

O governador de Maryland, Wes Moore, saudou a restauração do canal na noite de segunda-feira. “Podemos fazer com que mais habitantes de Maryland voltem a trabalhar no porto de Baltimore, aumentar o fluxo de comércio pela cidade e acelerar a nossa recuperação econômica”, disse ele num comunicado. “Mas nosso trabalho não terminará até reconstruirmos a ponte Francis Scott Key.”

Investigadores federais disseram no mês passado que o Dali sofreu duas falhas elétricas em 25 de março e depois enfrentou um apagão total que cortou a energia do motor e do equipamento de navegação ao deixar o porto de Baltimore na manhã seguinte. O navio emitiu um pedido de socorro pouco antes de atingir a ponte, dando aos policiais alguns minutos para fechar a ponte ao tráfego, uma medida que as autoridades disseram que provavelmente salvou vidas.

O Dali está registrado em Cingapura e se dirigia ao Sri Lanka no momento do acidente. Tinha cerca de 4.700 contêineres e 1,5 milhão de galões de combustível e óleo lubrificante a bordo. Seus 21 tripulantes, a maioria cidadãos indianos, e dois pilotos não ficaram feridos na colisão. A tripulação permaneceu a bordo desde então, disse Darrell Wilson, representante da Synergy Marine, que administra o Dali.

Centenas de navios conseguiram entrar e sair do porto usando canais alternativos mais rasos. Mas a reabertura do canal permanente foi ansiosamente aguardada porque faz parte de um dos centros marítimos mais importantes do país, especialmente na indústria automotiva, e emprega 8.000 pessoas.

A reconstrução da ponte levará muito mais tempo. Autoridades estaduais disseram que o processo de reedificação da Key Bridge pode chegar a quatro anos e custará até US$ 1,9 bilhão.

O incidente

O incidente causou a morte de seis trabalhadores da construção civil. Além disso, o acesso ao Porto de Baltimore foi paralisado. Um vídeo mostra o momento em que a estrutura de ferro presa à proa do navio, com peso calculado em aproximadamente 4 mil toneladas, é explodida e cai na água.

Estrutura de ponte é demolida mais de 1 mês após acidente em Baltimore, nos EUA

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Segundo a emissora americana CBS, a reabertura total do canal principal do rio Patapsco e a normalização do acesso ao porto seguem previstas para o fim de maio.

A explosão da ponte foi feita com pequenos dispositivos colocados em toda a extensão da estrutura e acionados após serem cobertos com um tipo de adesivo. Pessoas em um raio de 2 mil metros foram orientadas a utilizar proteção auditiva.

Segundo o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, esta foi a maneira mais rápida e segura de remover os destroços que prendiam o Dali no local. Durante a ação, a embarcação permaneceu com 20 tripulantes à bordo, a fim de manter o navio operacional.

Desabamento da ponte

A ponte Francis Scott Key, inaugurada em 1977, cruza o rio Patapsco, na região do porto de Baltimore, e é uma importante via local. Mais de 12,4 milhões de veículos cruzaram a ponte em 2023, segundo um relatório do governo do estadual. Quando a estrutura foi inaugurada, o New York Times informou que os custos de construção totalizaram US$ 141 milhões, o que equivale a cerca de US$ 735 milhões (R$ 3,6 bilhões) em valores atuais.

Ao menos 20 pessoas estão desaparecidas após ponte ser atingida por navio e desabar em Baltimore

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Quando a ponte de Baltimore desmoronou?

A estrutura colapsou por volta da 01h30 (02h30 em Brasília), quando um navio-cargueiro de cerca de 300 metros de comprimento, carregado de contêineres, chocou-se contra um dos pilares de apoio centrais da ponte, provocando uma reação em cadeia. De acordo com uma declaração de Richard Worley, comissário de polícia de Baltimore, não há indicação de que a colisão tenha sido intencional.

De acordo com o governador de Maryland, a tripulação do navio enviou um pedido de socorro antes do choque contra a estrutura. Fontes ouvidas pelo New York Times afirmam que a embarcação relatou perda de propulsão por um problema elétrico antes da batida.

Rota de colisão do navio Dali cm ponte no porto de Baltimore, nos EUA — Foto: ARTE O GLOBO
Rota de colisão do navio Dali cm ponte no porto de Baltimore, nos EUA — Foto: ARTE O GLOBO

"Estamos gratos por, entre o 'mayday' e o colapso, termos tido funcionários que foram capazes de começar a parar o fluxo de tráfego para que mais carros não estivessem na ponte", disse Moore.

Como é o navio que colidiu contra a Ponte de Baltimore?

Antes de iniciar a viagem, o Dali retornou do Panamá aos EUA em 19 de março, ancorando em Nova York. Chegou então no sábado a Baltimore, onde passou dois dias no porto. A Maersk, gigante da navegação, disse em comunicado que transportava carga da empresa. A embarcação era operada pela Synergy Group.

Gráfico do Dali, navio que bateu na ponte — Foto: Arte O Globo
Gráfico do Dali, navio que bateu na ponte — Foto: Arte O Globo

De acordo com um comunicado emitido pelos proprietários do navio, a Grace Ocean Investment, a embarcação tinha dois timoreiros a bordo. Não está claro o total de tripulantes, mas todos foram contabilizados, segundo a empresa.

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