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Por O Globo e agências internacionais — La Paz

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 19:37

Crise política na Bolívia: confronto entre presidente e comandante do Exército

Presidente da Bolívia confronta comandante do Exército em meio a denúncias de golpe. Zúñiga é acusado de tentar depor Morales. Crise política se intensifica com militares ocupando sede do governo.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, confrontou o comandante geral do Exército, Juan José Zúñiga, quando este entrou na sede do governo, em uma tensa discussão que foi registrada pelas câmeras, em meio ao que foi denunciado como um "golpe de Estado".

"Não vou permitir essa insubordinação", disse o presidente da Bolívia ao comandante, que segundo a imprensa local tinha sido removido de seu cargo na terça-feira, dentro da sede do governo.Veja o vídeo:

Arce denunciou nesta quarta-feira que estão ocorrendo “mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército” do país. O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) foi mais direto e declarou que “um golpe de Estado está se formando” – e apontou como responsável o chefe das Forças Armadas, Juan José Zúñiga, que foi destituído do cargo nesta terça-feira após advertir que não permitiria um novo governo de Morales. A crise recente ocorre em meio a um histórico de instabilidade política no país.

Antecessor de Arce, Morales renunciou ao cargo em novembro de 2019 alegando um golpe. Na época, o então presidente era pressionado por militares, e o anúncio de que ele deixaria o posto ocorreu depois de três semanas de protestos da oposição que culminaram com motins policiais e perda de apoio das Forças Armadas. Em pronunciamento na televisão, ele negou rumores de que fugiria do país – e afirmou, após a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgar que as eleições de outubro daquele ano haviam sido fraudadas, que convocaria novas eleições.

No dia seguinte à renúncia, porém, Morales viajou para o México. Depois, ficou refugiado na Argentina por quase um ano, com aval do então presidente Alberto Fernández (2019-2023). O ex-presidente só voltou ao país quase um ano depois, por meio da fronteira com o vizinho argentino, logo após a posse de Arce como presidente. Após a renúncia de Morales, as autoridades da cadeia sucessória, começando pelo vice-presidente Álvaro García Linera e pelos presidentes e vice-presidentes da Câmara e do Senado, todos do MAS (Movimento ao Socialismo), também abandonaram seus cargos, levantando questões sobre quem assumiria.

Em sua carta de renúncia, Morales indicou que, com a decisão, buscava “evitar” a violência e garantir o retorno da “paz social”. “Minha responsabilidade como presidente indígena e de todos os bolivianos é evitar que os golpistas continuem perseguindo meus irmãos e irmãs, dirigentes sindicais, maltratando e sequestrando seus familiares”, dizia um trecho do documento. “Para evitar todos esses acontecimentos violentos e que volte a paz social, apresento minha renúncia.”

Quem é Zúñiga

Membro do alto escalão do Exército boliviano, Zúñiga atuava como Comandante Geral desde 2022 até sua demissão nesta semana, segundo o jornal boliviano El Deber. Controvérsias e acusações diversas fazem parte da carreira do militar. Enquanto ocupava o cargo de Chefe do Estado-Maior, por exemplo, ele foi identificado por Evo Morales como um dos nomes envolvidos em um suposto plano para perseguir lideranças políticas.

Nesta segunda-feira, Zúñiga, durante uma entrevista na televisão, disse que Morales não poderia mais ser o presidente do país . O militar declarou que não permitira "que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo".

Evo Morales criticou as declarações feitas pelo militar em uma publicação no X, antigo Twitter. "O tipo de ameaças feitas pelo Comandante Geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em democracia. Se não forem desmentidos pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe", escreveu Morales nesta terça-feira.

"Sou um militar de honra que está disposto a sacrificar sua vida pela defesa e pela unidade da Pátria. Nossa pátria, mais uma vez, está sob a ameaça de inimigos internos e externos que buscam a divisão, a desestabilização e o ódio entre os bolivianos, para se apoderarem dos recursos naturais em benefício de interesses mesquinhos e de grupos de poder que respondem ao caudilhismo.", disse o militar ao jornal El Deber ao responder as críticas de Evo Morales.

O general também já foi acusado de envolvimento em escândalos de corrupção, como o desvio de até 2,7 milhões de bolivianos destinados a programas sociais. Por conta do caso, Zúñiga foi sancionado com sete dias de prisão.

Em janeiro de 2024, Zúñiga foi descrito como um "especialista em inteligência militar" e um "espião a favor do governo", com conhecimento dos movimentos de políticos bolivianos, pelo jornal boliviano El Deber.

Entenda a crise

Nesta quarta-feira, militares ocuparam o Palácio Quemado, sede do governo, após forçar as portas com um carro blindado. Segundo o El País, o presidente Arce não está no local, mas na Casa Grande del Pueblo, um edifício adjacente, com outros membros do Gabinete. O general Zúñiga, apontado por Morales como responsável pelo “golpe”, declarou à imprensa que “a mobilização de todas as unidades militares” busca expressar sua insatisfação com a situação do país”. Ele pontuou que continua obedecendo ao presidente Luis Arce “por enquanto”, mas que tomará medidas para “mudar o Gabinete de Governo”.

— Ele [Evo Morales] não pode mais ser presidente deste país — disse Zúñiga nesta terça-feira. — Não permitirei que ele pise na Constituição, que desobedeça ao mandato do povo — continuou, afirmando que as Forças Armadas são “o braço armado do povo e da pátria”,

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