Política
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Partido com o maior número de deputados dentre os que integram o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o União Brasil caminha para ficar separado do PT nas principais capitais nas eleições municipais deste ano. Das dez mais populosas, Recife é a única que tem hoje uma conjuntura com mais chances de promover uma junção das duas siglas — em torno do atual prefeito, João Campos (PSB). Mesmo assim, há resistências.

O cenário nas municipais ilustra o jogo dúbio do partido, que comanda três ministérios ao mesmo tempo em que constrói projetos políticos de viés oposicionista. Exemplo disso são os movimentos para viabilizar a candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em 2026. A ideia do goiano é ser o representante do bolsonarismo caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), opte por tentar a reeleição e não entre na disputa nacional.

Oficialmente, os dois ministros do União são Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações). Mas Waldez Góes (Integração Regional), apesar de não estar filiado, foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP) como cota partidária no início do governo.

Cenário em São Paulo

Na maior capital do país, São Paulo, já é certo que União Brasil e PT estarão separados. Enquanto Lula apoia Guilherme Boulos (PSOL), que vai colocar como vice a petista Marta Suplicy, o União trabalha com duas opções: a mais provável é apoiar o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), mas o partido mantém até o momento a pré-candidatura do deputado Kim Kataguiri, que desponta como opção caso a escolha seja por lançar um nome próprio. Os dois cenários colocam a legenda à direita — Nunes deve ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso do Rio, segundo maior colégio eleitoral, expõe as prioridades do partido no estado. Apoiado pelo PT, o prefeito Eduardo Paes (PSD) tem bom trânsito com os principais dirigentes nacionais do União, que se demonstraram afeitos à ideia de apoiar a reeleição dele. O jogo local, no entanto, fez com que o presidente estadual, Rodrigo Bacellar, optasse por lançar a pré-candidatura do bolsonarista Rodrigo Amorim, que tende a fazer uma campanha de desgaste de Paes, alinhado com o nome oficial do bolsonarismo, Alexandre Ramagem (PL).

Hoje presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Bacellar é um potencial adversário de Paes na eleição para o governo do estado em 2026. Não interessa a ele, portanto, fortalecer o prefeito este ano.

No Recife, onde há a possibilidade de um agrupamento dos dois partidos em torno da reeleição de João Campos, a ala da legenda comandada pelo ex-ministro da Educação, deputado federal e presidente do União na cidade, Mendonça Filho, ainda resiste. O apoio chegou a ser considerado certo nas últimas semanas, mas o tradicional adversário das famílias Campos e Arraes no estado entrou em cena para negar que o martelo tenha sido batido.

Integrante do diretório nacional e egresso do antigo DEM, partido que se fundiu com o PSL para criar o União, Mendonça Filho avalia que a história do partido torna difícil a parceria com o PT nas capitais brasileiras.

— Há a prevalência de uma lógica da política, que é essencialmente local. O nosso histórico, sobretudo das forças originárias do DEM, é de oposição. Não se muda isso tão fácil assim — diz o parlamentar.

Existem outras cidades com chances remotas de parceria, sempre envolvendo apoio a um candidato de outro partido. Em Belo Horizonte, por exemplo, o União está encaminhado para endossar a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), hipótese que não é totalmente descartada no PT. Os petistas, contudo, mantêm a pré-candidatura própria de Rogério Corrêa, referendada este mês pelo diretório nacional.

Entre os dez municípios mais populosos, o União lidera as pesquisas com candidatos próprios em dois: Salvador, com a reeleição de Bruno Reis, e Fortaleza, com Capitão Wagner. Já os petistas, em apenas uma: Goiânia, onde a escolhida é Adriana Accorsi.

Uma cidade com cenário indefinido, e que promete ser uma das eleições mais imprevisíveis este ano, é Manaus. Por lá, os escolhidos pelo PT (Marcelo Ramos) e União (Roberto Cidade) aparecem embolados nas pesquisas, e candidaturas do Cidadania, Avante e PL despontam em patamares um pouco acima.

Outros locais também têm separações estabelecidas entre União e PT, mesmo que internamente cada partido lide com indefinições sobre a postura a ser adotada. Em Curitiba, por exemplo, eles vivem novelas particulares sobre que rumo tomar entre candidatura própria e apoio a outros partidos.

Já em Porto Alegre, os petistas buscam unificar a esquerda com Maria do Rosário, enquanto o União está em cenário incerto com outras legendas de centro e centro-direita.

Nos últimos meses, o União Brasil viveu uma guerra interna que teve como ápice a acusação, feita pelo agora presidente Antônio Rueda, de que o ex-presidente Luciano Bivar teria mandado incendiar casas dele em Pernambuco. Depois daquele episódio, a situação ficou insustentável, e todas as lideranças de peso da sigla se uniram em torno de Rueda.

Na semana final de fevereiro, enfim, o partido elegeu a nova Executiva Nacional. Com exceção de Rueda, ex-PSL, os egressos do DEM voltaram a ter mais força na direção depois do afastamento de Bivar.

O vice-presidente nacional é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, ex-presidente do DEM. O secretário-geral também era filiado à antiga legenda: o senador Davi Alcolumbre (AP), que presidiu o Senado e é cotado para voltar ao cargo no ano que vem.

A bancada do partido na Câmara dos Deputados conta com 58 integrantes. Está atrás apenas do PL, de oposição, e do PT do presidente Lula.

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