Os quatro suspeitos presos por participação no desaparecimento da advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, entre eles o técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga, amigo da família há três anos, e apontado como idealizador do crime, já são considerados réus pelo delito de extorsão mediante sequestro. O juízo da 2ª Vara Criminal de Petrópolis aceitou a denúncia feita pela Promotoria de Investigação Criminal e atendeu pedido para transformar as prisões temporárias do quarteto em preventivas. A partir de agora, um prazo será estabelecido para a defesa se manifestar por escrito sobre o que foi alegado pela acusação.
Em seguida, deverão ser ouvidas testemunhas e os próprios acusados, durante audiências de instrução e julgamento. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), um novo inquérito foi instaurado na 105ªDP (Petrópolis) para apurar o que aconteceu com Anic, e se ela está viva ou morta. De acordo com o MPRJ, uma picape que custou R$ 500 mil, e uma motocicleta, no valor de R$ 30 mil, compradas por Lourival com parte do dinheiro exigido para que a vítima fosse libertada, foram apreendidas e restituídas, por ordem da Justiça, para Benjamim Cordeiro Herdy, de 78, marido da advogada. Ele passa a ser depositário fiel dos bens, que só poderão ser comercializados após o fim do processo. Os dois veículos foram comprados no dia 11 de março, data em que o resgate de R$ 4,6 milhões foi pago. A quantia foi entregue em reais, dólares e bitcoins. Uma parcela do dinheiro, cerca de R$ 3 milhões, foi depositada em 40 contas usadas por doleiros, indicadas pelo suspeito, para ser convertida em dólar e ainda não foi recuperada.
Após contatos realizados por mensagens recebidas no telefone de Benjamim, foi acertado que ele e Lourival levariam o dinheiro exigido em uma mochila, no dia 11 de março de 2024, para um shopping, na Zona Oeste, onde Anic seria liberada. No caminho para o local, o suspeito alegou ter recebido em seu celular novas instruções, determinado que ele levasse a quantia exigida para ser colocada em uma cesta de lixo, localizada no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Enquanto isso, o marido da advogada deveria ir para o shopping para esperar pela mulher.
Apesar do pagamento, Anic não voltou e continua desaparecida. A investigação da Polícia Civil mostrou ainda que Lourival não foi ao Terreirão e sim a uma concessionária da Barra da Tijuca, onde comprou a picape e uma motocicleta. O caso só foi registrado pela família da advogada na 105ªDP ( Petrópolis), no dia 14 de março. Além de Lourival estão presos dois filhos dele e uma ex-namorada. Todos são suspeitos de ajudarem ao técnico de informática, de alguma maneira, a executar o crime.
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